Irrestrito amor
Pedro J. Bondaczuk
Sinto, outra
vez, familiar ansiedade.
Vivo, de novo,
em compasso de espera.
O corpo pede,
implora saciedade:
sou animal...
e já é primavera!
Cheiros,
olhares e toques sutis.
Suaves
murmúrios, palavras sem nexo.
Caos de
emoções e sentimentos gris.
Incontida
atração, apelo ao sexo.
Percorro
intrincados labirintos.
Detenho-me na
saída, afinal,
pois sou feixe
de irracionais instintos
e é
primavera... sou animal!
Seu corpo, seu
cheiro, tudo me atrai.
É tensão que
antecede tempestade.
O sangue
ferve... sou parte que vai
em busca da
sua plena unidade.
Vem, amada, e
acolhe este afeto.
Só você me
satisfaz e me acalma.
Só em você me
realizo e me completo:
amo-a de
coração, corpo e alma!
Amada, deixe
que os dedos percorram
seu corpo
perfeito e escultural.
Desejos se
acumulam, amontoam
pois... é
primavera... sou animal!
Beije minha
boca, ávida, faminta,
Deixe-me vê-la
inteiramente nua.
Sinta minha
ânsia, meu desejo sinta,
meu corpo é
seu... e a minha alma é sua.
Amemo-nos sem
pejo e sem temor,
anjos acima do
bem e do mal.
Rendamo-nos ao
irrestrito amor
pois... é
primavera... sou animal!
(Poema
composto em Campinas, em 21 de setembro de 1965).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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