A hora da verdade
Pedro J. Bondaczuk
A campanha
para o Segundo Turno das eleições municipais terminou na
quinta-feira, com os candidatos, pelo Brasil afora, queimando seus
últimos cartuchos na desesperada tentativa de convencer eleitores
que eventualmente ainda estivessem indecisos, fazendo aquilo que em
política se convencionou chamar de corpo-a-corpo.. Agora, a sorte
está lançada. Chegou a hora da verdade.
O
que o cidadão decidir, nas urnas, neste domingo, estará decidido e
vai fazer efeito por quatro anos. Por isso, nunca é demais
recomendar bastante reflexão antes da hora do voto. Afinal, o
munícipe vai decidir a quem entregar a administração da sua
comunidade, ou seja, a pessoa que vai influir, diretamente, na sua
vida, no seu patrimônio, no seu conforto e na sua tranquilidade.
Em
Campinas, dois deputados federais, Hélio de Oliveira Santos, do PDT,
apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministério,
e Carlos Sampaio, do PSDB, que conta com o apoio do governador
Geraldo Alckmim e de 18 vereadores eleitos em 3 de outubro, disputam,
palmo a palmo, o comando de uma das mais ricas, progressistas e
paradoxalmente problemáticas metrópoles do País.
A
campanha, que havia sido caracterizada pela tranquilidade e até por
certo marasmo no Primeiro Turno, esquentou neste Segundo, com
contundentes trocas de acusações por parte dos dois candidatos
nesta reta final. Nada, porém, que viesse a deslustrar um processo
caracterizado pela lisura. Certamente esse debate mais ácido faz
parte da estratégia dos marqueteiros dos dois postulantes.
Chegou,
finalmente, o momento de saber até que ponto as pesquisas de opinião
estavam certas ou não. Não raro, elas furam, como ocorreu em vários
cidades importantes do País na primeira rodada de votação deste
ano. Ninguém ganha eleições de véspera e nem sempre o pesquisador
consegue detectar qual é a verdadeira vontade do eleitor. Daí a
expectativa que cerca a votação deste domingo, não somente por
parte dos candidatos, mas de toda a população.
Em
momentos como este, só se pode recomendar o óbvio. Ou seja, que o
cidadão escolha o melhor programa e vote livremente, de acordo
somente com a sua consciência, sem se deixar influenciar por nada e
por ninguém. Que não troque o seu voto por favores ou promessas de
vantagens pessoais ou para parentes, já que isso se constitui em
crime eleitoral. Quem recorre a esse expediente, portanto, não
merece sequer o respeito de quem quer que seja, quanto mais a
confiança para governar uma cidade. E que, sobretudo, vença o
melhor. Se tudo correr como se espera, ou seja, se imperarem a ordem
e a tranquilidade e se o processo eleitoral for caracterizado pela
absoluta lisura, haverá, com certeza, um grande vencedor de antemão:
a democracia. Que assim seja!
(Editorial
redigido em 31 de outubro de 2004).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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