Redes sociais
Pedro
J. Bondaczuk
As redes sociais na
internet são fenômeno recente e se popularizam, mais e mais, notadamente em
decorrência da evolução tecnológica do outrora apenas telefone celular. Esse
aparelhinho, hoje indispensável para uma imensa quantidade de pessoas (para
muitos já se tornou vício), é cada vez mais instrumento multifunção, multimídia
ou seja lá multi o quê. É, por exemplo, simultaneamente, câmera fotográfica,
rádio, gravador, filmadora, microtelevisão etc.etc.etc. Enfim, é uma espécie de
computador de bolso, cada vez menor, porém com maior portabilidade e mais
prático, por conseqüência, para ser levado a todo e qualquer lugar. Ufa! E é,
claro, também telefone, o que era, exclusivamente, e não faz muito.
Nem o mais imaginativo
e delirante futurista, há apenas um pequeno punhado de anos, poderia imaginar a
invenção de uma engenhoca tão pequena e com tantas possibilidades
comunicativas. Sua miraculosa evolução tecnológica contribuiu, e muito, para a
criação, e rápida expansão, das redes sociais. Fico na dúvida se vieram para
ficar ou se n~´ao passam de modismo, como tantos outros, que vieram, fizeram um
barulhão, enjoaram as pessoas e desapareceram. Embora a maior delas (na
verdade, a maior do mundo), a mais ampla e mais popular, seja o Facebook,
seguida de perto pelo Twitter, há dezenas desses espaços de relacionamento,
alguns popularíssimos e outros pouco conhecidos, na internet.
A enciclopédia
eletrônica Wikipédia – outra ferramenta que revolucionou as pesquisas,
facilitando a vida não só de escritores (embora principalmente deles) mas de
outras pessoas que queiram saber tudo de praticamente tudo – lista 44 delas.
Como se vê, há alternativas para todos os gostos e necessidades. Aliás, por
falar em ferramenta moderna, que tem praticamente de tudo, o Google é absolutamente
imbatível, com todo o respeito aos demais sites de busca, que não deixam,
óbvio, de ter utilidade. Bem, o assunto de hoje não ér propriamente este.
Nem todos (diria que se
trate de minoria) utiliza esse meio de comunicação direta (diretíssima) para
fins, digamos, práticos. Muita gente, por exemplo, vale-se das redes sociais
“apenas” para fofocar – uma espécie de “esporte” que não diria ser nacional,
mas mundial. É incrível como as pessoas
gostam de falar (geralmente mal) da vida alheia! E quase nunca falam com
conhecimento de causa. Fofocam não só sobre quem conhecem, mas sobre figuras
públicas, com as quais nunca cruzaram e provavelmente jamais cruzarão,
espalhando boatos que ouviram ou leram alhures, sem checar se são verdadeiros
ou falsos.
Alguns (não sei
quantos, mas desconfio que muitos) usam as redes sociais para fins não somente
condenáveis, como rigorosamente criminosos, por mais cautelas que se adotem.
Torcidas organizadas de times de futebol, por exemplo, marcam brigas por elas,
normalmente às vésperas de clássicos. Mas não são só elas que apelam para esse
expediente. Vários outros grupos rivais agem da mesma maneira por razões que só
seus integrantes poderiam explicar. Aliás, nem eles, por serem atitudes não só
injustificáveis, mas... inexplicáveis. Isso sem falar dos pedófilos,
traficantes, rufiões, desequilibrados de todos os tipos e graus de
desequilíbrio e vai por aí afora. As redes sociais refletem a sociedade em que
existem. E esta, convenhamos, está há anos-luz da perfeição.
Grupos políticos, por
seu turno, usam-nas, ligados ou não a partidos, para fazer proselitismo e, em
geral, para fazer política (infelizmente, em muitos casos, má política, a
política com “p” minúsculo, ou melhor, a politicagem). Convocam, por exemplo,
manifestações de protesto sem causa e nem sentido, algumas bem sucedidas
congregando multidões, outras tantas fracassadas, reunindo meia dúzia de gatos
pingados. Na recente campanha eleitoral, esse recurso, tão útil se bem
utilizado, foi fartamente usado pelos stafs dos candidatos ou pelos seus
simpatizantes. Alguns, limitaram-se a pedir votos e nada mais. Outros tantos,
todavia, destilaram (alguns continuam e provavelmente continuarão, sabe-se lá)
veneno puro, ódio, preconceito e dissenções, normalmente sob o manto covarde do
anonimato, ou seja, sob falsas identificações (“fakes”). Houve, até, quem que,
a pretexto de liberdade de expressão, chegasse a “pregar” a ruptura da ordem
pública e das instituições democráticas, o que, embora quem agiu assim talvez
nem saiba, é ato criminoso, capitulado pelo Código Penal. Bem, cada qual sabe
(ou deveria saber) de si.
Da minha parte, estou
ligado, atualmente, a apenas três redes sociais, que utilizo para fins
específicos. Uso, por exemplo, o Twitter para recados gerais, diretos e curtos
(pois têm que ser passados em somente 140 toques), em geral manifestando minha
opinião sobre o clube para o qual torço, a Ponte Preta, mas evitando de agredir
de qualquer forma as torcidas de outras agremiações. Já o Google e,
principalmente, o Facebook utilizo exclusivamente para a divulgação da minha
produção literária. Vejo grande potencial nas redes sociais, para esse fim,
mas, infelizmente, não tenho obtido o êxito que esperava e que posso, com um
pouquinho de sorte e um tantão de competência, obter.
O número de seguidores
que tenho é ridiculamente baixo se comparado com meus leitores, por exemplo,
dos tempos em que estava em atividade jornalística no Diário do Povo, no
Correio Popular, na Folha do Taquaral e em outros tantos jornais em que atuei,
que ascendiam a dezenas de milhares. Isso sem falar nos ouvintes fiéis que
granjeei nas minhas atuações no rádio, tanto em Santo André, quanto em São
Paulo e em Campinas. Sou “seguido”, atualmente, no Facebook, por 1.071
leitores. É certo que, no caso, a “qualidade” (que estas pessoas mostraram ter
de sobejo) vale muito mais que a quantidade. O ideal, óbvio, seria, no entanto,
o casamento de ambos.
O máximo de seguidores
que já consegui foi 1.105. E pensar que há pessoas que contam com vinte mil, trinta
mil, cinqüenta mil, cem mil ou sabe-se lá quantos! Em geral, são personalidades
públicas, cantores, jogadores de futebol, artistas de televisão etc., coisa que
não sou. Sou, apenas, escritor (e eternamente jornalista, claro) e dos mais
obscuros e polêmicos. Convenhamos: Literatura não é bem a praia da maioria. O
que fazer?!!! Só posso batalhar e torcer para que as coisas mudem. Há muitas
coisas mais a considerar sobre as redes sociais. Mas... isso fica para uma
outra vez, ok?
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