Monday, March 23, 2015

Redes sociais

Pedro J. Bondaczuk

As redes sociais na internet são fenômeno recente e se popularizam, mais e mais, notadamente em decorrência da evolução tecnológica do outrora apenas telefone celular. Esse aparelhinho, hoje indispensável para uma imensa quantidade de pessoas (para muitos já se tornou vício), é cada vez mais instrumento multifunção, multimídia ou seja lá multi o quê. É, por exemplo, simultaneamente, câmera fotográfica, rádio, gravador, filmadora, microtelevisão etc.etc.etc. Enfim, é uma espécie de computador de bolso, cada vez menor, porém com maior portabilidade e mais prático, por conseqüência, para ser levado a todo e qualquer lugar. Ufa! E é, claro, também telefone, o que era, exclusivamente, e não faz muito.

Nem o mais imaginativo e delirante futurista, há apenas um pequeno punhado de anos, poderia imaginar a invenção de uma engenhoca tão pequena e com tantas possibilidades comunicativas. Sua miraculosa evolução tecnológica contribuiu, e muito, para a criação, e rápida expansão, das redes sociais. Fico na dúvida se vieram para ficar ou se n~´ao passam de modismo, como tantos outros, que vieram, fizeram um barulhão, enjoaram as pessoas e desapareceram. Embora a maior delas (na verdade, a maior do mundo), a mais ampla e mais popular, seja o Facebook, seguida de perto pelo Twitter, há dezenas desses espaços de relacionamento, alguns popularíssimos e outros pouco conhecidos, na internet.

A enciclopédia eletrônica Wikipédia – outra ferramenta que revolucionou as pesquisas, facilitando a vida não só de escritores (embora principalmente deles) mas de outras pessoas que queiram saber tudo de praticamente tudo – lista 44 delas. Como se vê, há alternativas para todos os gostos e necessidades. Aliás, por falar em ferramenta moderna, que tem praticamente de tudo, o Google é absolutamente imbatível, com todo o respeito aos demais sites de busca, que não deixam, óbvio, de ter utilidade. Bem, o assunto de hoje não ér propriamente este.  

Nem todos (diria que se trate de minoria) utiliza esse meio de comunicação direta (diretíssima) para fins, digamos, práticos. Muita gente, por exemplo, vale-se das redes sociais “apenas” para fofocar – uma espécie de “esporte” que não diria ser nacional, mas mundial.  É incrível como as pessoas gostam de falar (geralmente mal) da vida alheia! E quase nunca falam com conhecimento de causa. Fofocam não só sobre quem conhecem, mas sobre figuras públicas, com as quais nunca cruzaram e provavelmente jamais cruzarão, espalhando boatos que ouviram ou leram alhures, sem checar se são verdadeiros ou falsos.

Alguns (não sei quantos, mas desconfio que muitos) usam as redes sociais para fins não somente condenáveis, como rigorosamente criminosos, por mais cautelas que se adotem. Torcidas organizadas de times de futebol, por exemplo, marcam brigas por elas, normalmente às vésperas de clássicos. Mas não são só elas que apelam para esse expediente. Vários outros grupos rivais agem da mesma maneira por razões que só seus integrantes poderiam explicar. Aliás, nem eles, por serem atitudes não só injustificáveis, mas... inexplicáveis. Isso sem falar dos pedófilos, traficantes, rufiões, desequilibrados de todos os tipos e graus de desequilíbrio e vai por aí afora. As redes sociais refletem a sociedade em que existem. E esta, convenhamos, está há anos-luz da perfeição.

Grupos políticos, por seu turno, usam-nas, ligados ou não a partidos, para fazer proselitismo e, em geral, para fazer política (infelizmente, em muitos casos, má política, a política com “p” minúsculo, ou melhor, a politicagem). Convocam, por exemplo, manifestações de protesto sem causa e nem sentido, algumas bem sucedidas congregando multidões, outras tantas fracassadas, reunindo meia dúzia de gatos pingados. Na recente campanha eleitoral, esse recurso, tão útil se bem utilizado, foi fartamente usado pelos stafs dos candidatos ou pelos seus simpatizantes. Alguns, limitaram-se a pedir votos e nada mais. Outros tantos, todavia, destilaram (alguns continuam e provavelmente continuarão, sabe-se lá) veneno puro, ódio, preconceito e dissenções, normalmente sob o manto covarde do anonimato, ou seja, sob falsas identificações (“fakes”). Houve, até, quem que, a pretexto de liberdade de expressão, chegasse a “pregar” a ruptura da ordem pública e das instituições democráticas, o que, embora quem agiu assim talvez nem saiba, é ato criminoso, capitulado pelo Código Penal. Bem, cada qual sabe (ou deveria saber) de si.

Da minha parte, estou ligado, atualmente, a apenas três redes sociais, que utilizo para fins específicos. Uso, por exemplo, o Twitter para recados gerais, diretos e curtos (pois têm que ser passados em somente 140 toques), em geral manifestando minha opinião sobre o clube para o qual torço, a Ponte Preta, mas evitando de agredir de qualquer forma as torcidas de outras agremiações. Já o Google e, principalmente, o Facebook utilizo exclusivamente para a divulgação da minha produção literária. Vejo grande potencial nas redes sociais, para esse fim, mas, infelizmente, não tenho obtido o êxito que esperava e que posso, com um pouquinho de sorte e um tantão de competência, obter.

O número de seguidores que tenho é ridiculamente baixo se comparado com meus leitores, por exemplo, dos tempos em que estava em atividade jornalística no Diário do Povo, no Correio Popular, na Folha do Taquaral e em outros tantos jornais em que atuei, que ascendiam a dezenas de milhares. Isso sem falar nos ouvintes fiéis que granjeei nas minhas atuações no rádio, tanto em Santo André, quanto em São Paulo e em Campinas. Sou “seguido”, atualmente, no Facebook, por 1.071 leitores. É certo que, no caso, a “qualidade” (que estas pessoas mostraram ter de sobejo) vale muito mais que a quantidade. O ideal, óbvio, seria, no entanto, o casamento de ambos.

O máximo de seguidores que já consegui foi 1.105. E pensar que há pessoas que contam com vinte mil, trinta mil, cinqüenta mil, cem mil ou sabe-se lá quantos! Em geral, são personalidades públicas, cantores, jogadores de futebol, artistas de televisão etc., coisa que não sou. Sou, apenas, escritor (e eternamente jornalista, claro) e dos mais obscuros e polêmicos. Convenhamos: Literatura não é bem a praia da maioria. O que fazer?!!! Só posso batalhar e torcer para que as coisas mudem. Há muitas coisas mais a considerar sobre as redes sociais. Mas... isso fica para uma outra vez, ok?


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