Plano
seria bom...se sincero
Pedro J. Bondaczuk
O mundo seria bem diferente se aquilo que os
políticos garantem que acreditam, em épocas de campanha eleitoral, e o que
prometem em palanque, fosse sincero e posto efetivamente em prática tão logo
fossem eleitos.
Essa afirmação vem a propósito do plano,
apresentado, ontem, em Genebra, na Conferência de Desarmamento da ONU, pelo
vice-presidente dos EUA, George Bush. Os norte-americanos propõem,
especialmente à União Soviética, que ambas as superpotências franqueiem suas
instalações militares secretas, para inspeções periódicas, com o objetivo de
banir as armas químicas, por sinal proibidas desde 1925.
Causa estranheza, sobretudo, o fato do mesmo
governo, que no dia 8 de fevereiro de 1982, autorizou a volta da fabricação
desses diabólicos artefatos nos EUA, agora querer assumir ares de pacifista
(que nem lhe ficam bem).
Apenas no orçamento militar do ano passado, por
exemplo, o Pentágono destinou verba de US$ 705 milhões para as armas químicas.
E, para este ano, está previsto um gasto superior a US$ 1,4 bilhão para o mesmo
fim.
Seria, realmente, ideal que armamentos desse tipo,
bem como os da guerra bacteriológica, fossem completamente banidos do mundo. E
que o mesmo acontecesse, principalmente, com as armas nucleares, que ameaçam a
destruição da vida na face da Terra. Mas que iniciativas desse tipo se
revestissem de caráter realmente sério, e que todas as propostas nesse sentido
fossem acompanhadas de atos. Que não fossem meras promessas de palanque,
destinadas a impressionar eleitores incautos, ou ingênuos ou
desinformados.
(Artigo publicado na página 10, Internacional, do
Correio Popular, em 19 de abril de 1984)
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