Wednesday, October 02, 2013

Plano seria bom...se sincero


Pedro J. Bondaczuk

O mundo seria bem diferente se aquilo que os políticos garantem que acreditam, em épocas de campanha eleitoral, e o que prometem em palanque, fosse sincero e posto efetivamente em prática tão logo fossem eleitos.

Essa afirmação vem a propósito do plano, apresentado, ontem, em Genebra, na Conferência de Desarmamento da ONU, pelo vice-presidente dos EUA, George Bush. Os norte-americanos propõem, especialmente à União Soviética, que ambas as superpotências franqueiem suas instalações militares secretas, para inspeções periódicas, com o objetivo de banir as armas químicas, por sinal proibidas desde 1925.

Causa estranheza, sobretudo, o fato do mesmo governo, que no dia 8 de fevereiro de 1982, autorizou a volta da fabricação desses diabólicos artefatos nos EUA, agora querer assumir ares de pacifista (que nem lhe ficam bem).

Apenas no orçamento militar do ano passado, por exemplo, o Pentágono destinou verba de US$ 705 milhões para as armas químicas. E, para este ano, está previsto um gasto superior a US$ 1,4 bilhão para o mesmo fim.

Seria, realmente, ideal que armamentos desse tipo, bem como os da guerra bacteriológica, fossem completamente banidos do mundo. E que o mesmo acontecesse, principalmente, com as armas nucleares, que ameaçam a destruição da vida na face da Terra. Mas que iniciativas desse tipo se revestissem de caráter realmente sério, e que todas as propostas nesse sentido fossem acompanhadas de atos. Que não fossem meras promessas de palanque, destinadas a impressionar eleitores incautos, ou ingênuos ou desinformados.  

(Artigo publicado na página 10, Internacional, do Correio Popular, em 19 de abril de 1984)


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