O poeta da bomba
Pedro J. Bondaczuk
Poeta da bomba atômica,
agourento cantor do caos,
mensageiro do pavor,
arauto do momento presente.
No berço, a fissão nuclear,
na infância a medonha catástrofe
da mártir cidade de Hiroshima,
do cogumelo de fogo,
terrível, tremendo, letal.
Irresistível paradoxo:
anseios pelo futuro,
mil ideais de justiça,
e a Espada de Damócles
pairando sobre as cabeças.
Manancial de esperanças
que se tornam desespero,
cantor do volátil hoje,
que, talvez, não tenha amanhã,
sou lúgubre poeta da bomba.
(Poema composto em Sumaré, em 9 de julho de 1974).
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