Soneto da noite triste
Pedro J. Bondaczuk
É noite. Silêncio. Faz frio.
A tristeza, aos poucos, me envolve.
Um sentimento oco e vazio
me aniquila. E nada resolve.
Acre saudade se revela
no som lamuriento, enjoado
que deprime, machuca, apela,
do vento, a chorar no telhado.
Nesta noite, sombria, quieta,
canta, triste, um seresteiro.
Hoje estou disposto a ouvi-lo!
Deponho, pois, minha caneta,
para observá-lo, sorrateiro:
como canta triste este grilo!!
(Soneto composto em Campinas, em 3 de março de 1967).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment