Saturday, May 12, 2012

Soneto da noite triste

Pedro J. Bondaczuk
É noite. Silêncio. Faz frio.
A tristeza, aos poucos, me envolve.
Um sentimento oco e vazio
me aniquila. E nada resolve.

Acre saudade se revela
no som lamuriento, enjoado
que deprime, machuca, apela,
do vento, a chorar no telhado.

Nesta noite, sombria, quieta,
canta, triste, um seresteiro.
Hoje estou disposto a ouvi-lo!

Deponho, pois, minha caneta,
para observá-lo, sorrateiro:
como canta triste este grilo!!

(Soneto composto em Campinas, em 3 de março de 1967).



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