Estrela azul
Pedro J. Bondaczuk
Não! Não consegui entender
a tua enorme ingratidão.
Com tanto amor me doei,
tantas vezes te levei
a mundos incognoscíveis
além da estrela azul.
Não! Não consigo me calar
face ao insondável, ao enigma
do infinito e do eterno.
Por que tu me deixastes,
ó mágica imagem de luz,
misteriosa musa ilusão?
Por que partistes sorrindo
e me deixastes chorando
com esta incrível saudade?
Cadê o meu céu, o meu sonho?
Teus suaves afagos, cadê?
Cadê minha paz? Pra onde foi?
E a luz do meu mundo, cadê?
Aquela estrela sorrindo
parece, em vão, me dizer
que estão além da eternidade.
Não! Tu não devias partir
para horizontes ignotos,
levando ouro e cristal:
minha ilusão de criança!
Não! Não consegui entender
a tua enorme ingratidão.
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 3 de abril de 1964).
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