Meu eco através do tempo
Pedro J. Bondaczuk
Ecos, tênues ecos dos meus agudos apelos
e súplicas, e rogos e lamentos,
perdidos entre outonais meses de abril.
Tentativa, inútil,
de fugir do Tempo,
da sua fúria deletéria,
da inexorável degeneração.
De deter o curso da Terra,
de reter o sol em seu eixo,
de paralisar calendários e relógios.
Inútil faina, vã lamentação!
Incontrolável marcha das horas!
Incontida torrente de fel e cal!
Carrasco dos ideais e sonhos,
feitor da ditadora morte:
ele, sempre ele, insensível Tempo!
Ecos...Num pátio, perdido nos anos,
soam risos cristalinos e inocentes
do feliz menino que um dia fui.
Nas ásperas pedras de perdida rua
de pacata, fantasmagórica cidade,
um gato preto busca companhia.
E, em surdina, o som soturno e irritante
dos meus incertos e trôpegos passos,
cambaleantes, desarmônicos, sem ritmo,
ecoam, sombrios, murmúrios de angústia,
nas paredes sujas de mofados becos.
Calidoscópio confuso de lembranças...
Rostos que o Tempo, feroz, deformou.
Sombras furtivas de queridos finados.
Recordações, confusas, dos meus oito anos.
Ecos...Contínuos e soturnos ecos
do que já fui e do que jamais serei...
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 6 de agosto de 1964).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
Ecos, tênues ecos dos meus agudos apelos
e súplicas, e rogos e lamentos,
perdidos entre outonais meses de abril.
Tentativa, inútil,
de fugir do Tempo,
da sua fúria deletéria,
da inexorável degeneração.
De deter o curso da Terra,
de reter o sol em seu eixo,
de paralisar calendários e relógios.
Inútil faina, vã lamentação!
Incontrolável marcha das horas!
Incontida torrente de fel e cal!
Carrasco dos ideais e sonhos,
feitor da ditadora morte:
ele, sempre ele, insensível Tempo!
Ecos...Num pátio, perdido nos anos,
soam risos cristalinos e inocentes
do feliz menino que um dia fui.
Nas ásperas pedras de perdida rua
de pacata, fantasmagórica cidade,
um gato preto busca companhia.
E, em surdina, o som soturno e irritante
dos meus incertos e trôpegos passos,
cambaleantes, desarmônicos, sem ritmo,
ecoam, sombrios, murmúrios de angústia,
nas paredes sujas de mofados becos.
Calidoscópio confuso de lembranças...
Rostos que o Tempo, feroz, deformou.
Sombras furtivas de queridos finados.
Recordações, confusas, dos meus oito anos.
Ecos...Contínuos e soturnos ecos
do que já fui e do que jamais serei...
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 6 de agosto de 1964).
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