Thursday, September 14, 2017

Marqueteiros de plantão


Pedro J. Bondaczuk


A campanha para as eleições de 4 de outubro próximo, que se encerra nesta semana, em especial no que diz respeito à propaganda gratuita no rádio e na televisão, foi decepcionante. Não cumpriu seu papel de esclarecer a população sobre o que realmente pensam e se propõem a fazer os vários candidatos aos diversos cargos em disputa. Prevaleceu o "marketing" político, que vendeu a imagem dos postulantes ao poder como se vende sabonete ou dentifrício. Qualquer pessoa, minimamente informada, pôde perceber o quanto foi falsa a pretensa informação passada ao público.

Ademais, as pesquisas de opinião, fartamente citadas, geraram dúvidas quanto à lisura. Ficou a impressão que foram mais peças publicitárias de determinados candidatos, do que o termômetro do pensamento e, principalmente, das intenções dos eleitores. As urnas vão demonstrar qual o seu grau de acerto.

Houve momentos, assistindo ao horário da coligação que apóia a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, que o cidadão pensou que estivesse vendo uma peça de ficção, tal o grau de alienação dos problemas que assoberbam a nossa sociedade. O presidente apresentou, o tempo todo, um "país maravilha", apenas "ameaçado" (mas não afetado) pela crise econômica internacional, quando sabemos que as coisas não são bem assim. Ademais, o governo tributou as conseqüências danosas ao Brasil (como desemprego e recessão, entre outras) não a falhas suas, mas sim "à ganância de perversos especuladores" externos, de olho em extorsivos lucros, o que está a mil anos-luz de corresponder à verdade dos fatos. Por tudo isso, a conclusão a que se chega é que o horário político, no rádio e na televisão, não passou de um enorme desperdício de tempo. E como "time is money"...

(Artigo divulgado na revista eletrônica "Barão Virtual", na Internet, na primeira semana de novembro de 1998)



Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk

No comments: