Marqueteiros de plantão
Pedro J. Bondaczuk
A campanha para as eleições
de 4 de outubro próximo, que se encerra nesta semana, em especial no
que diz respeito à propaganda gratuita no rádio e na televisão,
foi decepcionante. Não cumpriu seu papel de esclarecer a população
sobre o que realmente pensam e se propõem a fazer os vários
candidatos aos diversos cargos em disputa. Prevaleceu o "marketing"
político, que vendeu a imagem dos postulantes ao poder como se vende
sabonete ou dentifrício. Qualquer pessoa, minimamente informada,
pôde perceber o quanto foi falsa a pretensa informação passada ao
público.
Ademais, as pesquisas de
opinião, fartamente citadas, geraram dúvidas quanto à lisura.
Ficou a impressão que foram mais peças publicitárias de
determinados candidatos, do que o termômetro do pensamento e,
principalmente, das intenções dos eleitores. As urnas vão
demonstrar qual o seu grau de acerto.
Houve momentos, assistindo ao
horário da coligação que apóia a reeleição de Fernando Henrique
Cardoso, que o cidadão pensou que estivesse vendo uma peça de
ficção, tal o grau de alienação dos problemas que assoberbam a
nossa sociedade. O presidente apresentou, o tempo todo, um "país
maravilha", apenas "ameaçado" (mas não afetado) pela
crise econômica internacional, quando sabemos que as coisas não são
bem assim. Ademais, o governo tributou as conseqüências danosas ao
Brasil (como desemprego e recessão, entre outras) não a falhas
suas, mas sim "à ganância de perversos especuladores"
externos, de olho em extorsivos lucros, o que está a mil anos-luz
de corresponder à verdade dos fatos. Por tudo isso, a conclusão a
que se chega é que o horário político, no rádio e na televisão,
não passou de um enorme desperdício de tempo. E como "time is
money"...
(Artigo divulgado na revista
eletrônica "Barão Virtual", na Internet, na primeira
semana de novembro de 1998)
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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