Saturday, December 24, 2011







Transcendência

Pedro J. Bondaczuk

Aspiro à transcendência,
á feliz descoberta
do que tenho em comum
com as estrelas
e as amebas,
com o diamante
e o colibri,
com a pantera
e o dente de leão.

Busco a alma das coisas,
quer a essência da matéria,
quer da energia universal.
Valorizar o aspecto divino
sem abdicar dos instintos,
mantidos administráveis.

Atado á inflexível lei natural
sempre existi, em formas várias,
--- na natureza nada se cria e nada se perde,
tudo se transforma –
e existirei de infinitas formas
--- mineral, vegetal ou animal –
na perpétua transformação
que somente terá fim
em remotíssimo futuro,
quando atingir o nirvana,
estágio último de pura luz.

Quero conhecer o fundamento,
o âmago, o íntimo, a essência
(muito além da consciência)
desse ser insólito e estranho
anjo e demônio, bom e ruim
que afinal me identifica,
porquanto meu supremo anelo,
desafio e magna meta,
é o pleno conhecimento,
a plenitude da ciência,
pois aspiro à transcendência.

(Poema composto em Campinas, em 23 de dezembro de 2011)

Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk

No comments: