Por dentro da TV
MILTON NASCIMENTO NO "TIRADENTES ESPECIAL"
Qualquer programa musical, enfocando Minas Gerais e suas figuras históricas, que não tenha a participação do genial Milton Nascimento, acaba ficando descaracterizada, tal é a importância atual desse cantor e compositor que, embora mineiro de nascimento, tem dimensões nacionais (e por que não dizer, até universais). Por isso o especial da Globo, sobre Tiradentes, que irá ao ar em abril próximo, não cometeu essa heresia, essa imperdoável omissão. Milton é um dos grandes destaques desse musical de Augusto César Vannucci, que narra a vida e o sonho de liberdade do grande mártir de nossa independência.
O programa já foi todo gravado, tendo por cenário esses verdadeiros patrimônios culturais da humanidade, protótipos da arte barroca seiscentista, que são Ouro Preto e Congonhas do Campo. No dia 19 de janeiro passado foram concluídas as últimas tomadas, o clímax dessa história, com a prisão de Tiradentes e sua caminhada para a forca. Essa gravação ocorreu no Museu dos Inconfidentes.
A participação de Milton Nascimento acabou transformando-se (e nem poderia deixar de ser) num dos pontos altos do especial. Ela foi gravada no Parque Municipal de Congonhas do Campo e o cantor interpreta a canção "Coração de Estudante", com aquele imenso talento que Deus lhe deu.
No mesmo dia, tendo por cenário as magníficas esculturas em pedra-sabão dos doze profetas, feitas pelo Aleijadinho, gravou-se, também, Tadeu Franco, cantando "Coração Civil".
A Globo, portanto, vai prestar a sua homenagem ao mártir da nossa independência de uma forma mais amena, fugindo daquela linguagem discursiva, exaltatória, mas quase sempre sem conteúdo, característica desse tipo de espetáculo, usada sempre que se enfoca algum grande vulto nacional.
O "Tiradentes Especial", coordenado por Gabriela Vannucci, com texto de Lafayette Galvão e cuja produção em Minas foi entregue a Wilson Miranda, terá, ainda, entre outras, as presenças maiúsculas de Cláudio Cavalcanti (vivendo o personagem central), Tânia Alves (como Dona Olímpia) e as crianças Aretha, Paulo Vignolo e Fabiano Vannucci.
TRAPALHÕES PREMIADOS
Dois filmes dos "Trapalhões" acabam de ser premiados, em âmbito internacional. "Os Cangaceiros Trapalhões" obteve o primeiro lugar, na categoria juvenil, no "5º Festival Internacional de Cinema Infanto-Juvenil" realizado em Tomar, Portugal. "Os Vagabundos Trapalhões" ficou em segundo lugar, na classe infantil, perdendo para o filme soviético "Educação Masculina" e empatando com a produção romena "Sol Pintado".
Pena que agora, na hora de colher os frutos de um bom trabalho, feito durante muitos anos, o grupo esteja dividido. O telespectador, nessa "guerrinha" entre os integrantes dos "Trapalhões", não está tomando este ou aquele partido. Quer o quarteto outra vez reunido. Está, portanto, na hora de se deixar a teimosia e a vaidade de lado e pensar mais no público.
CULTURA BATE RECORDE NO IBOPE
Quem disse que política não dá Ibope? A Rádio e Televisão Cultura teve uma prova, no dia 25 de janeiro, que ocorre exatamente o contrário, quando é focalizada uma causa justa. Sua transmissão do comício pelas eleições diretas, realizado na Praça da Sé, em São Paulo (acontecimento histórico, mas que muitos canais de TV preferiram ignorar), permitiu-lhe uma ascensão na pesquisa de audiência do Ibope notável, fazendo com que se situasse, no horário das 18 às 19 horas (momento em que discursaram Lula e Ulysses Guimarães), no segundo lugar, com 10%, abaixo somente da Rede Globo (com 48%), que naquele momento transmitia novela.
O Instituto Brasileiro de Opinião Pública assinalou, para esse dia e hora, a seguinte distribuição de sintonização por parte dos telespectadores: Rede Globo, 48%; Cultura, 10%; Record, 4%; TVS, 3%; Manchete, 2%; Gazeta, 2% e Bandeirantes, zero. Portanto, o comício pró-diretas não foi assistido, apenas, pelos 400 mil paulistas presentes na Praça da Sé. A eles juntaram-se outros 400 mil, que acompanharam o evento pela TV Cultura.
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 1 de fevereiro de 1984).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
MILTON NASCIMENTO NO "TIRADENTES ESPECIAL"
Qualquer programa musical, enfocando Minas Gerais e suas figuras históricas, que não tenha a participação do genial Milton Nascimento, acaba ficando descaracterizada, tal é a importância atual desse cantor e compositor que, embora mineiro de nascimento, tem dimensões nacionais (e por que não dizer, até universais). Por isso o especial da Globo, sobre Tiradentes, que irá ao ar em abril próximo, não cometeu essa heresia, essa imperdoável omissão. Milton é um dos grandes destaques desse musical de Augusto César Vannucci, que narra a vida e o sonho de liberdade do grande mártir de nossa independência.
O programa já foi todo gravado, tendo por cenário esses verdadeiros patrimônios culturais da humanidade, protótipos da arte barroca seiscentista, que são Ouro Preto e Congonhas do Campo. No dia 19 de janeiro passado foram concluídas as últimas tomadas, o clímax dessa história, com a prisão de Tiradentes e sua caminhada para a forca. Essa gravação ocorreu no Museu dos Inconfidentes.
A participação de Milton Nascimento acabou transformando-se (e nem poderia deixar de ser) num dos pontos altos do especial. Ela foi gravada no Parque Municipal de Congonhas do Campo e o cantor interpreta a canção "Coração de Estudante", com aquele imenso talento que Deus lhe deu.
No mesmo dia, tendo por cenário as magníficas esculturas em pedra-sabão dos doze profetas, feitas pelo Aleijadinho, gravou-se, também, Tadeu Franco, cantando "Coração Civil".
A Globo, portanto, vai prestar a sua homenagem ao mártir da nossa independência de uma forma mais amena, fugindo daquela linguagem discursiva, exaltatória, mas quase sempre sem conteúdo, característica desse tipo de espetáculo, usada sempre que se enfoca algum grande vulto nacional.
O "Tiradentes Especial", coordenado por Gabriela Vannucci, com texto de Lafayette Galvão e cuja produção em Minas foi entregue a Wilson Miranda, terá, ainda, entre outras, as presenças maiúsculas de Cláudio Cavalcanti (vivendo o personagem central), Tânia Alves (como Dona Olímpia) e as crianças Aretha, Paulo Vignolo e Fabiano Vannucci.
TRAPALHÕES PREMIADOS
Dois filmes dos "Trapalhões" acabam de ser premiados, em âmbito internacional. "Os Cangaceiros Trapalhões" obteve o primeiro lugar, na categoria juvenil, no "5º Festival Internacional de Cinema Infanto-Juvenil" realizado em Tomar, Portugal. "Os Vagabundos Trapalhões" ficou em segundo lugar, na classe infantil, perdendo para o filme soviético "Educação Masculina" e empatando com a produção romena "Sol Pintado".
Pena que agora, na hora de colher os frutos de um bom trabalho, feito durante muitos anos, o grupo esteja dividido. O telespectador, nessa "guerrinha" entre os integrantes dos "Trapalhões", não está tomando este ou aquele partido. Quer o quarteto outra vez reunido. Está, portanto, na hora de se deixar a teimosia e a vaidade de lado e pensar mais no público.
CULTURA BATE RECORDE NO IBOPE
Quem disse que política não dá Ibope? A Rádio e Televisão Cultura teve uma prova, no dia 25 de janeiro, que ocorre exatamente o contrário, quando é focalizada uma causa justa. Sua transmissão do comício pelas eleições diretas, realizado na Praça da Sé, em São Paulo (acontecimento histórico, mas que muitos canais de TV preferiram ignorar), permitiu-lhe uma ascensão na pesquisa de audiência do Ibope notável, fazendo com que se situasse, no horário das 18 às 19 horas (momento em que discursaram Lula e Ulysses Guimarães), no segundo lugar, com 10%, abaixo somente da Rede Globo (com 48%), que naquele momento transmitia novela.
O Instituto Brasileiro de Opinião Pública assinalou, para esse dia e hora, a seguinte distribuição de sintonização por parte dos telespectadores: Rede Globo, 48%; Cultura, 10%; Record, 4%; TVS, 3%; Manchete, 2%; Gazeta, 2% e Bandeirantes, zero. Portanto, o comício pró-diretas não foi assistido, apenas, pelos 400 mil paulistas presentes na Praça da Sé. A eles juntaram-se outros 400 mil, que acompanharam o evento pela TV Cultura.
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 1 de fevereiro de 1984).
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