Por dentro da TV
DEVE AUMENTAR "GUERRA" PELA AUDIÊNCIA
Vai ficar mais equilibrada, neste ano, a competição natural entre os vários canais de televisão, na permanente (e sem tréguas) "guerra" pela audiência. A tônica dessa disputa já começou a ser esboçada neste fim de semana, na área esportiva, com o reinício do Campeonato Brasileiro de Futebol. Junto com a estréia dos principais 40 clubes do País, no maior certame do gênero do mundo, a Rede Globo e a Rede Bandeirantes estrearam, também, novos craques em suas excelentes equipes.
Na emissora do Jardim Botânico, a novidade foi o narrador Luiz Alfredo, filho do saudoso Geraldo José de Almeida, com características mais sóbrias do que as do pai, mas com idêntico talento e comunicatividade. Na Bandeirantes, aconteceu a mostra do que o canal 13 promete, em termos de transmissões esportivas, para este ano de Olimpíadas, com um autêntico "Show de Esportes" proporcionado por Luciano do Valle e equipe, que se bandearam do aeroporto para o Morumbi.
Mas a "guerra" não vai ficar restrita, apenas, à área das transmissões esportivas. A TV Manchete, que já conseguiu obter a exclusividade para a apresentação, ao vivo, dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, está se preparando para entrar em outra área, até aqui de domínio absoluto da Rede Globo, ou seja, a apresentação de minisséries.
A partir de abril, a "caçula" das emissoras brasileiras desse estrear nesse campo, apresentando uma história, em 10 capítulos, escrita pelo consagrado escritor Carlos Heitor Cony, narrando as peripécias dessa incrível figura (que balançou, inclusive, o coração do nosso primeiro imperador), que foi a Marquesa de Santos.
A Manchete está promovendo consultas a outros autores talentosos e renomados, tendo, até mesmo, sondado a possibilidade de Dias Gomes escrever uma das minisséries. Ele, entretanto, compromissado com a Rede Globo, já que o seriado "O Bem Amado", ao contrário do que se cogitou, continuará (felizmente) a ser apresentado, teve que declinar ao convite.
A Globo, todavia, não vai ficar passiva diante dessa investida da Manchete. Já a partir do próximo dia 17 de fevereiro, quando termina a novela "Eu Prometo", reprisa duas minisséries que fizeram muito sucesso no ano passado: "Os Bandidos da Falange" e "Lampião e Maria Bonita". No dia 2 de abril, manda ao ar a primeira história inédita da temporada, "Padre Cícero", escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparato, que terá a interpretação de Stênio Garcia.
A seguir virão "Anarquistas Graças a Deus", de Zélia Gatai, em 10 capítulos, e "Meu Destino é Pecar", de Nelson Rodrigues, em 35 capítulos. Aliás, a emissora tem um carinho todo especial por essas pequenas histórias, que ela introduziu na TV e que lhe custam muito (cerca de Cr$ 50 milhões a Cr$ 70 milhões por capítulo, contra os Cr$ 30 milhões por capítulo das novelas).
Outro campo que promete uma "briga" interessante, é o do jornalismo. Após o Carnaval, muita novidade vai surgir, inclusive com a possibilidade do jornalista Ferreira Netto (que falta que ele está fazendo!) ganhar espaço no novo jornal do meio-dia que a Globo planeja apresentar.
A "guerra", portanto, parece que vai ser mesmo para valer, contrastando com o incrível marasmo que está se verificando neste início de temporada, onde tudo é projeto e planejamento. Outra alteração global será o deslocamento da "TV Mulher" para as 15 horas, deixando a "raia" livre para o programa campeão do ano passado no gênero, "A Mulher dá o Recado", da TV Record.
Marília Gabriela continua como apresentadora, mas sabe-se que haverá uma grande modificação, tanto de pessoas, como de cenários, figurinos e até mesmo de enfoque.
A vantagem da existência de sete canais de televisão numa mesma praça, como ocorre em São Paulo, é essa: maior competitividade entre as emissoras gerando, em conseqüência, qualidade mais apurada para conquistar o telespectador. Pois que venha essa "guerra"...
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 31 de janeiro de 1984).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
DEVE AUMENTAR "GUERRA" PELA AUDIÊNCIA
Vai ficar mais equilibrada, neste ano, a competição natural entre os vários canais de televisão, na permanente (e sem tréguas) "guerra" pela audiência. A tônica dessa disputa já começou a ser esboçada neste fim de semana, na área esportiva, com o reinício do Campeonato Brasileiro de Futebol. Junto com a estréia dos principais 40 clubes do País, no maior certame do gênero do mundo, a Rede Globo e a Rede Bandeirantes estrearam, também, novos craques em suas excelentes equipes.
Na emissora do Jardim Botânico, a novidade foi o narrador Luiz Alfredo, filho do saudoso Geraldo José de Almeida, com características mais sóbrias do que as do pai, mas com idêntico talento e comunicatividade. Na Bandeirantes, aconteceu a mostra do que o canal 13 promete, em termos de transmissões esportivas, para este ano de Olimpíadas, com um autêntico "Show de Esportes" proporcionado por Luciano do Valle e equipe, que se bandearam do aeroporto para o Morumbi.
Mas a "guerra" não vai ficar restrita, apenas, à área das transmissões esportivas. A TV Manchete, que já conseguiu obter a exclusividade para a apresentação, ao vivo, dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, está se preparando para entrar em outra área, até aqui de domínio absoluto da Rede Globo, ou seja, a apresentação de minisséries.
A partir de abril, a "caçula" das emissoras brasileiras desse estrear nesse campo, apresentando uma história, em 10 capítulos, escrita pelo consagrado escritor Carlos Heitor Cony, narrando as peripécias dessa incrível figura (que balançou, inclusive, o coração do nosso primeiro imperador), que foi a Marquesa de Santos.
A Manchete está promovendo consultas a outros autores talentosos e renomados, tendo, até mesmo, sondado a possibilidade de Dias Gomes escrever uma das minisséries. Ele, entretanto, compromissado com a Rede Globo, já que o seriado "O Bem Amado", ao contrário do que se cogitou, continuará (felizmente) a ser apresentado, teve que declinar ao convite.
A Globo, todavia, não vai ficar passiva diante dessa investida da Manchete. Já a partir do próximo dia 17 de fevereiro, quando termina a novela "Eu Prometo", reprisa duas minisséries que fizeram muito sucesso no ano passado: "Os Bandidos da Falange" e "Lampião e Maria Bonita". No dia 2 de abril, manda ao ar a primeira história inédita da temporada, "Padre Cícero", escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparato, que terá a interpretação de Stênio Garcia.
A seguir virão "Anarquistas Graças a Deus", de Zélia Gatai, em 10 capítulos, e "Meu Destino é Pecar", de Nelson Rodrigues, em 35 capítulos. Aliás, a emissora tem um carinho todo especial por essas pequenas histórias, que ela introduziu na TV e que lhe custam muito (cerca de Cr$ 50 milhões a Cr$ 70 milhões por capítulo, contra os Cr$ 30 milhões por capítulo das novelas).
Outro campo que promete uma "briga" interessante, é o do jornalismo. Após o Carnaval, muita novidade vai surgir, inclusive com a possibilidade do jornalista Ferreira Netto (que falta que ele está fazendo!) ganhar espaço no novo jornal do meio-dia que a Globo planeja apresentar.
A "guerra", portanto, parece que vai ser mesmo para valer, contrastando com o incrível marasmo que está se verificando neste início de temporada, onde tudo é projeto e planejamento. Outra alteração global será o deslocamento da "TV Mulher" para as 15 horas, deixando a "raia" livre para o programa campeão do ano passado no gênero, "A Mulher dá o Recado", da TV Record.
Marília Gabriela continua como apresentadora, mas sabe-se que haverá uma grande modificação, tanto de pessoas, como de cenários, figurinos e até mesmo de enfoque.
A vantagem da existência de sete canais de televisão numa mesma praça, como ocorre em São Paulo, é essa: maior competitividade entre as emissoras gerando, em conseqüência, qualidade mais apurada para conquistar o telespectador. Pois que venha essa "guerra"...
(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 31 de janeiro de 1984).
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