Wednesday, June 07, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
CAMPANHA PITORESCA
A campanha da Ponte Preta na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série A, antes da sua interrupção para a Copa do Mundo, foi, no mínimo, pitoresca. Sua performance em casa foi rigorosamente igual à fora dos seus domínios. Nas dez partidas que disputou, a Macaca venceu 4 (Palmeiras e Juventude, fora e Corinthians e Figueirense, em casa), empatou duas (Santa Cruz, no Recife e Grêmio, em Campinas) e perdeu 4 (Cruzeiro e Santos fora e Vasco e Paraná, em casa). Portanto, o Moisés Lucarelli não foi exatamente o território inimigo, como muitos chegaram a propalar. Claro que os pontos perdidos no Majestoso pesaram muito na balança para que a Ponte terminasse essa etapa na 12ª colocação. Se vencesse, estaria em situação até privilegiada. O “se”, porém, não joga. O que conta é aquilo que aconteceu. E nesse aspecto, cada ponto que a Macaca perdeu em Campinas, foi, rigorosamente, buscar lá fora.
OS EMPATES PESARAM
Curiosamente, o Guarani, na Série B, somou os mesmíssimos 14 pontos que a Ponte Preta obteve na Série A, embora ocupe uma posição à frente à da Macaca, em sua divisão, ou seja, a 11ª. Claro que a comparação é somente numérica. Ambos disputam competições muito distintas. A lógica diz que os adversários da Macaca, por estarem na elite do futebol brasileiro, são muito mais gabaritados do que os do Bugre. O Guarani teve uma vitória a menos, ou seja, 3; três empates a mais, 5 e duas derrotas a menos, 2. A diferença entre defesas e ataques também foram expressivas. Os avantes bugrinos marcaram 13 gols, os defensores sofreram 12 e o saldo foi positivo, de um. Já o ataque pontepretano foi o terceiro da Série A (atrás, apenas, dos do Cruzeiro e do São Paulo) e fez 17 gols. A grande diferença residiu na defesa, a segunda pior da competição (acima só da do Palmeiras), vazada 21 vezes. O saldo da Macaca foi negativo, com déficit de 4 gols. Não fosse isso, o time terminaria à frente do Flamengo e do Juventude, em 10º lugar.
FATO OU ESPECULAÇÃO?
Não sei se é especulação da imprensa (comum em épocas como esta, quando a bola deixa de rolar em campo) ou se são fatos, mas se as notícias divulgadas hoje forem procedentes, o time da Ponte Preta voltará do recesso da Copa do Mundo literalmente desmontado. O noticiário dá conta da saída de, no mínimo, oito jogadores, dois dos quais titulares absolutos até aqui: sua dupla de zaga Rafael Santos e Tiago Matias. A torcida achava que neste ano não ocorreria nenhum desmonte, como nos campeonatos anteriores. Pelo visto, enganou-se. Tudo bem que deverão chegar reforços. Contudo, o entrosamento, o conjunto obtido a duras penas, vai para as cucuias. E tudo voltará ao princípio. Lamentável. Por melhores que sejam os jogadores que deverão aportar em Campinas nos próximos dias, vão precisar de um tempo para se entrosar no time. E isso vai ocorrer em pleno campeonato de pontos corridos, onde um mísero pontinho pode significar a perda de três ou quatro colocações na tabela.
CÉU TEMPESTUOSO
Pediram-me para comentar a briga jurídica no Brinco de Ouro, que deixou o Guarani virtualmente acéfalo. Reitero o que escrevi na coluna de ontem: não comento fatos extra-campo. Só posso dizer o óbvio, ou seja, que essa situação lamentável, essa “fogueira das vaidades”, só tende a trazer prejuízos (talvez irreparáveis) ao clube. Com a indefinição sobre o novo presidente, permanece em suspense a situação do treinador Waguinho Dias. Ele vai permanecer no comando do time? Vai sair? Caso a resposta seja positiva, como e quando?Quem será seu substituto? No mínimo, o Guarani vai perder um tempo precioso de preparação para a seqüência do equilibradíssimo Campeonato Brasileiro da Série B.
KAKÁ, FENÔMENO OU RONALDINHO?
Na seqüência dos debates inúteis, envolvendo a Seleção Brasileira, a seis dias da sua estréia na Copa do Mundo, o tema que mais desperta as paixões de uma semana para cá é um exercício de futurologia. Repórteres, comentaristas e o público opinam sobre quem, no seu entender, será o destaque do Brasil nesse Mundial, se Ronaldo, o Fenômeno; se Ronaldinho Gaúcho ou se Kaká. A balança está pendendo para este último, após o excelente desempenho que teve no amistoso de domingo passado, contra a ingênua e deslumbrada Nova Zelândia. Prevalece, todavia, o ditado: treino é treino, jogo é jogo. Aliás, pouco importa quem será o carregador do piano, desde que o virtuose faça um recital brilhante e impecável. Bobagem ou não, me reservo o direito de também opinar. E mantenho o meu palpite meses atrás, de que esta Copa será a consagração definitiva de Ronaldinho Gaúcho. “E se não for?”, certamente alguns vão me perguntar. Não haverá nenhum problema! Desde que, claro, o Brasil conquiste o hexa.
ADVERSÁRIO MAIS DIFÍCIL
Outra discussão inútil que empolga os palpiteiros de plantão é sobre qual o adversário mais difícil da Seleção Brasileira, na primeira fase da Copa do Mundo. Será a Croácia, que já foi terceira colocada em um mundial? Será a Austrália, que disputa pela segunda vez na história a competição, curiosamente na mesma Alemanha onde havia disputado a primeira, em 1974? Será o Japão, comandado por Zico, e que deu um calorão nos alemães, no recente amistoso que ambos disputaram? Em tese, serão todos eles ou não será nenhum. Tudo vai depender dos comandados de Parreira. Se a Seleção entrar em campo iluminada, com garra e com determinação, jogando um futebol coletivo e solidário, não tem para ninguém. Pode vir qualquer equipe do mundo, que vai levar um vareio de bola. Todavia, se jogar de salto alto, se o individualismo imperar sobre o conjunto e se cada um quiser decidir tudo sozinho...Nem quero pensar!
RESPINGOS...
· O Fortaleza fez uma dispensa em massa de jogadores, em decorrência da campanha sofrível que fez nos dez primeiros jogos do Campeonato Brasileiro da Série A. No embrulho, foi também o seu técnico, Márcio Bittencourt.
· Há muitas especulações, pelo lado do Parque São Jorge, sobre dispensas e contratações. O assunto que mais empolga a Fiel, todavia, refere-se à permanência ou não de Carlitos Tevez no Timão.
· O Flamengo vive a expectativa da reestréia de um dos seus maiores ídolos, que está de retorno à Gávea. Claro que me refiro a Sávio. O foco do time, porém, está todo voltado para a decisão da Copa do Brasil, contra o Vasco.
· O jogador “de vidro”, Pedrinho, um dos maiores craques brasileiros, mas considerado o “rei do departamento médico”, terá nova chance no Fluminense, após a Copa do Mundo. Será que agora vai?
· O Palmeiras desmentiu a saída de Edmundo do clube. Em contrapartida, a diretoria palmeirense deu o clássico “bilhete azul” para Washington, Ricardinho, Cristian e o colombiano Munhoz. E os reforços? Ninguém falou nada a respeito.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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