Saturday, June 03, 2006

TOQUE DE LETRA



Pedro J. Bondaczuk



TAREFA DIFICÍLIMA

A Ponte Preta tem, amanhã, tarefa dificílima, que é a de vencer o perigoso Figueirense, no Moisés Lucarelli, que de uns tempos para cá se transformou num pátio de recreio dos adversários. Se vencer, terá tranqüilidade para fazer uma boa inter-temporada e voltar com a corda toda depois da Copa do Mundo. “E se perder?”, pergunta o preocupado torcedor pontepretano. Não será nenhuma tragédia! Claro que num campeonato de pontos corridos, qualquer pontinho pode significar sucesso ou fracasso ao final da temporada. Em caso de derrota, haverá, com certeza, muita marola e o ambiente não será aquele ideal, que a comissão técnica precisa para fazer um bom trabalho de condicionamento da equipe e assim enfrentar compromissos bem mais complicados do que os enfrentados até aqui. Confio, contudo, numa vitória (suada, como sempre) da Macaca, embora fique com um pé atrás. O Figueirense já mostrou que não é nenhuma galinha morta. Tomara que meus temores sejam infundados. Tomara!

REABILITAÇÃO SOFRIDA

O Guarani encerrou esta primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série B, antes da interrupção ditada pela Copa do Mundo, com uma vitória fora de casa (sua primeira fora do Brinco de Ouro na competição). Valeu pelo resultado. O futebol apresentado pelo time foi pequenininho, pequenininho...Ainda bem que saiu o tão chorado gol salvador do Eder, depois de um bate e rebate da medíocre defesa da Portuguesa. Aliás, parte desse sucesso no Canindé deve ser creditada ao goleiro Fernando, que fez duas defesas salvadoras. Assisti ao jogo e não gostei. Foi muito fraco, em termos técnicos. O Bugre precisa melhorar, e muito, para aspirar qualquer coisa neste campeonato. Se jogar só isso que vem jogando, o máximo que pode esperar é terminar a competição na zona intermediária da tabela. Claro que há muita água ainda para rolar. E a Lusa? Segue ladeira abaixo, rumo à Série C de 2007. Dificilmente vai escapar de mais esse vexame.

FICA OU NÃO FICA?

Houve, nas duas últimas semanas, muita marola em torno da permanência ou não do lateral-esquerdo Iran na Macaca. Parte da imprensa dava como certa sua transferência para o Santos. A diretoria da Ponte Preta, porém, negava essa possibilidade e garantia que o jogador estava, na verdade, fora do time por causa de uma contusão muscular. Se houve ou não interesse santista pelo atleta, dificilmente iremos saber. É o tipo de coisa que ninguém admite, quando não dá certo. O fato é que Marco Aurélio Moreira escalou Iran para atuar amanhã, diante do Figueirense, o que fecha as portas, em definitivo, para uma transferência do lateral para qualquer clube que esteja disputando o Campeonato Brasileiro nesta temporada. Ele só sairá da Ponte se for para um clube do exterior (ou das séries B e C do Brasileirão, o que duvido que aconteça). Caso venha, de fato, a jogar (prefiro esperar), será a sua sétima partida. E o regulamento da competição prevê que qualquer jogador pode se transferir para outro clube da mesma divisão se atuar, no máximo, por seis jogos. Vai daí...

O REI DOS EMPATES

O Guarani constituiu-se, nessas dez rodadas disputadas do Campeonato Brasileiro da Série B, no “rei dos empates”. Empatou exatos 50% dos jogos que disputou (cinco no total). O pior é que três deles ocorreram no Brinco de Ouro (contra Náutico, Avaí e Atlético Mineiro, respectivamente). Ou seja, perdeu seis pontos em seus domínios e recuperou cinco fora de casa, ficando com um déficit de um. Num campeonato por pontos corridos, como esse, é preferível que o time vença uma partida em três, mesmo que sofra duas derrotas, do que empatar três vezes. Afinal, o número de vitórias é um dos critérios (o primeiro deles) de desempate, tanto no que se refere ao acesso para a Série A, quanto ao rebaixamento para a Série C. Derrotas o Guarani só teve uma, aquela de sábado passado, em Marília. Conclui-se que, caso não empatasse tanto, poderia terminar esta fase na liderança, e com um pé nas costas.

MÁ VONTADE COM PELÉ

Parte da imprensa parece se deliciar em ridicularizar tudo o que o atleta do século diz. Agora, não está sendo diferente. O rei do futebol, em uma entrevista dada a um jornal inglês, quando indagado quem venceria, caso fosse possível um confronto entre as Seleções Brasileiras de 1970 e de 2006, respondeu que ambas tinham imensas qualidades, mas, por causa da solidez da defesa, “achava” que aquela que conquistou o tri no México seria a vencedora. Claro que se trata de uma comparação impossível (e inútil) de se fazer. Distorceram, porém, as palavras de Pelé e, por causa disso, o técnico Carlos Alberto Parreira e o lateral Cafu deram respostas até desrespeitosas ao rei. Essa má vontade, em relação ao maior jogador de futebol de todos os tempos, é meio fruto de ignorância, meio de burrice e meio de inveja. E, principalmente, de falta de assunto. Êta povinho sem imaginação!

NOS PASSOS DO REI

Falem o que falarem, mas Ronaldinho Gaúcho segue, de perto, dentro e fora de campo, as pegadas do rei Pelé. Claro que, por maior que seja o talento do craque do Barcelona, jamais ele irá se igualar ao atleta do século. Pelé era perfeito! Driblava como ninguém, fazia passes milimétricos para os companheiros, marcava quando era necessário, defendia, atacava e fazia misérias com a bola. E, o principal de tudo: ninguém, em parte alguma do Planeta, sequer se aproximou dos 1.282 gols que ele fez na carreira! Todavia, Ronaldinho é genial, o novo “rei do futebol”, se comparado com os demais jogadores em atividade atualmente. Além de tudo, não é mascarado, o que conta muito. Pelo contrário, destaca-se por sua amabilidade com os torcedores e com a imprensa. Está sempre sorrindo (em campo e fora dele) e nunca fez pose de “eu sou o tal”! Se vai ou não ser o destaque desta Copa, é coisa para se conferir. Se Parreira não tolher a sua criatividade e o deixar livre para mostrar seu futebol, tem tudo para arrebentar. Caso contrário...Sei lá!

RESPINGOS...

· Não boto fé no atual time do São Caetano, que considero sério candidato ao rebaixamento. Não lembra nem de longe aquele Azulão que só não foi campeão da Copa João Havelange, diante do Vasco, por causa de mutreta de bastidores.
· Pelas circunstâncias que envolvem os dois times, o jogo de amanhã, entre o Corinthians e o Flamengo, promete ser dos mais emocionantes. Não do ponto de vista técnico, é óbvio, mas no que diz respeito à garra e à vontade de vencer.
· A Vila Belmiro será palco, amanhã, de um clássico que já foi, em tempos distantes, o maior do futebol brasileiro, envolvendo dois recentes campeões: o paulista, o Santos, e o carioca, o Botafogo. Pena que não tenhamos em campo Pelé, Coutinho, Pepe & companhia, de um lado e Garrincha, Didi, Newton Santos & companhia, do outro. Quem viu, viu, quem não viu...
· O Avaí conseguiu, nas dez primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série B, a façanha de se classificar entre os líderes da competição, mesmo tendo o segundo pior ataque entre os vinte clubes que disputam o acesso à elite nacional. Marcou somente oito gols, com média de menos de um por partida.
· E Edmundo foi escolhido como “bode expiatório” para a péssima campanha do Palmeiras neste início de Brasileirão. O jogador foi afastado do time só porque fez “cara feia” ao ser substituído, na derrota do Verdão, diante do Flamengo, quarta-feira no Maracanã, por 2 a 1. Se a moda pega...

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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