Thursday, June 01, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
JOGADOR DIFERENCIADO
Mineiro (que na verdade é gaúcho) é, mesmo, um jogador diferenciado. Qualquer outro que recebesse a chance que ele recebeu, de bandeja, de disputar uma Copa do Mundo, quando isso parecia impossível, se pouparia ao máximo, para evitar uma eventual contusão, antes de se apresentar ao técnico Carlos Alberto Parreira. Provavelmente, pediria ao treinador do seu time que não o escalasse ou que o substituísse no meio tempo. Mineiro, porém, não fez nada disso. Entrou em campo, ontem, contra o Fluminense, no Morumbi e lutou como um leão pela camisa do seu clube. Correu, dividiu bolas, desarmou, fez faltas, recebeu outras tantas, mas não afinou. É o que chamo de consciência profissional. Não ficarei, pois, nada surpreso se, com sua garra e senso de responsabilidade, conquistar a camisa titular da Seleção Brasileira.
CORAÇÃO DE AÇO
Outro que demonstrou garra, determinação e amor à camisa que veste é o volante Carlinhos, da Ponte Preta, que voltou ontem à noite aos gramados, em Caxias do Sul, na vitória pontepretana diante do Juventude, por 1 a 0, após a cirurgia cardíaca a que se submeteu. Não sentiu falta de ritmo de jogo, não demonstrou o mínimo receio de dividir bolas, mesmo voltando ao time nessas circunstâncias e foi um leão em campo. Certamente motivou todo o plantel, que se superou e arrancou importantíssima vitória fora de casa, jogando água fria na fervura da crise que havia se instalado pelos lados do Moisés Lucarelli, após as goleadas sofridas diante do Cruzeiro e do Paraná. É outro Mineiro que a Ponte Preta revela para o futebol brasileiro. Com muita justiça, a torcida já apelidou Carlinhos de “coração de aço”. Dá-lhe, garoto!!!
MAIS SOBRE MINEIRO
Mineiro sempre demonstrou, na sua carreira, pelos times que passou, como o Internacional, o Rio Branco de Americana, o Guarani, a Ponte Preta, o São Caetano e, finalmente o São Paulo, que um volante pode ser implacável na marcação, sem ser violento. Raros foram os cartões vermelhos que tomou na carreira e não se sabe de um único companheiro de profissão que ele tenha machucado em virtude de alguma entrada mais ríspida ou maldosa. O agora volante da Seleção Brasileira tem um pulmão privilegiado. Luta o jogo inteiro, do primeiro ao último minuto. E, de uns tempos para cá, corrigiu a sua maior deficiência, que era o arremate. Já fez vários e importantes gols, e de bela feitura, principalmente pelo São Caetano e pelo São Paulo. Aliás, Mineiro está para sempre na história do Tricolor do Morumbi, pois foi o autor do gol, contra o Liverpool, em Tóquio, no ano passado, que valeu ao time o tri-campeonato mundial de clubes.
FALTAM DOIS TÍTULOS
O volante Mineiro conquistou quase todos os títulos importantes depois que deixou a Ponte Preta, para jogar no São Caetano. Na sua primeira temporada no Azulão, conseguiu a façanha de vencer o Campeonato Paulista por um time considerado pequeno. No São Paulo, repetiu a dose e, de lambugem, foi campeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, disputado no Japão. Faltam-lhe, porém, duas conquistas importantes: o título do Campeonato Brasileiro e o da Copa do Mundo. Este último, o mais importante na carreira de qualquer jogador, Mineiro terá, agora, a oportunidade de conquistar. Quanto ao Brasileirão...É só uma questão de tempo. Nos seus trinta anos de idade, o atleta ainda tem muito a oferecer, tanto ao seu clube, quanto à Seleção Brasileira.
JOGO DE RISCO
O Guarani terá, amanhã, no Canindé, um jogo de alto risco. Enfrenta a humilhada Portuguesa, que na última terça-feira tomou um vareio de bola do limitado Paysandu, em seus domínios, e foi goleada por 6 a 2. Se ganhar, muitos dirão que o Bugre não fez mais do que a sua obrigação. E se perder? Bem, se isso acontecer, a casa, com certeza, vai cair. É como bater em bêbado. Se você espanca uma pessoa embriagada, isso será atribuído, apenas, à embriaguez do adversário e não à sua força. Se apanhar, todavia, será alvo de chacota eterna, por não conseguir derrotar sequer um “pé de cana”. Para complicar, o Guarani terá dois desfalques importantes, como são os casos do zagueiro Sandro e do volante André Conceição. Meu palpite é que se trata de uma partida para 0 a 0. De qualquer forma, não se pode negar que se trata de um jogo de alto risco.
SEM BICHO-PAPÃO
Assisti, ontem, com a máxima atenção, ao jogo entre as duas equipes tidas e havidas como as melhores do atual Campeonato Brasileiro, São Paulo e Fluminense, no Morumbi – tanto que lideram a competição – e não vi nada de excepcional em nenhuma das duas. São times perfeitamente batíveis, que jogam um futebol “feijão com arroz”. É verdade que o tricolor carioca jogou desfalcado de seis titulares e ainda assim perdeu apenas por 1 a 0 e teve várias chances de empatar e até de ganhar o jogo. Não nego, portanto, que o Fluminense é altamente competitivo e tem tudo para chegar entre os primeiros colocados e até (por que não?) para ser campeão. Mas do ponto de vista técnico, não vi nada demais nem nele e nem no São Paulo. O mesmo vale para Cruzeiro, Internacional e Santos. É muito cedo para se apontar algum favorito ao título. Está tudo, por enquanto, muito embolado. Todos os competidores ainda são “japoneses”. E, até dezembro, muita água vai rolar por baixo da ponte (sem nenhum trocadilho).
RESPINGOS...
· O Palmeiras prossegue na sua via crucis e se atola cada vez mais, embora tenha plenas condições de recuperação. Resta saber como o time vai se comportar após a parada que vai ocorrer no Campeonato Brasileiro, em decorrência da Copa do Mundo. Se for como agora...
· A rodada de ontem, que será complementada com três jogos, hoje, apresentou uma das mais baixas médias de gols do atual Campeonato Brasileiro da Série A. A torcida é para que os artilheiros desencantem, hoje, para o bem do espetáculo.
· Não entendo como esse Cruzeiro, que empatou, ontem à noite, com o Atlético Paranaense, no Mineirão, pôde fazer cinco gols na Ponte Preta! Só posso concluir que a defesa pontepretana queria derrubar o técnico Vadão. Que outra explicação existe para os dois desastres seguidos da Macaca? Não vejo nenhuma!
· Não sei se esses amistosos que precedem a Copa do Mundo valem para alguma coisa. Se valerem...França e Itália não assustarão ninguém. Enfim...
· O Santos mostrou, ontem, contra o Grêmio, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, toda a sua limitação técnica. Pode até chegar, já que a sua grande estrela está no banco (claro que me refiro a Vanderley Luxemburgo). Mas é um timinho ruim de doer!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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3 comments:
Amigo Pedro, o espaço tá mais de 10!
E com foto do busto de Moisés com o símbolo da Macaca, tá 11!!
Saudações alvinegras!
Manoel de Brito
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