Saturday, June 24, 2006

REFLEXÃO DO DIA


As pessoas nos admiram por nossas virtudes, mas apenas nos amam por nossas fraquezas. Não as grandes, mas aquelas pequenas, comuns, corriqueiras. Os lapsos de memória, as manias inocentes que não prejudicam ninguém, as deficiências físicas. Para os que nos cercam, mas não convivem conosco, é só nosso visual que aparece. Quando encontramos alguém assim, fragilizado, nosso primeiro sentimento é o de piedade. Para o objeto da pena, quando esta é mostrada ostensivamente, ela é ofensiva e humilhante. O que indivíduos assim esperam é reconhecimento por suas pequenas vitórias. Ou, na pior das hipóteses, respeito ou não-interferência. À medida que vamos convivendo com tais pessoas, esse sentimento inicial de piedade, instintivo, transforma-se em ternura. Sobretudo se elas não são agressivas e aceitam nossa ajuda. E quando são do sexo oposto, na maioria das vezes, findamos por nos apaixonar por elas.

1 comment:

Anonymous said...

Por que será que temos esta necessidade implícita de proteção ao ser fragilizado? Seria para suprir nossas próprias fragilidades? Se assim for, que bom que possamos repartir esta delicadeza e dividi-la com quem amamos. Belo texto.