Saturday, July 16, 2011







Revelação

Pedro J. Bondaczuk

Passo a passo este poeta se esgueira,
junto a você, senhora da minha emoção,
adormecida no tapete junto à lareira,
indiferente à minha intensa inquietação.

Lá fora, o vento é frio, a noite é suja,
pesada cortina de silêncio abafa o mundo
só rompida pelo piar duma coruja
e o uivo de um cão, triste, profundo.

Você sorri, adormecida, em seu sonho,
lânguida e bela em sua descontração
enquanto extasiado, contudo tristonho,
paralisado, embevecido, mas sem ação

adoro-a criatura ímpar, musa preciosa
luz dos meus olhos, luz da minha vida
menina-mulher, mulher–menina garbosa
á minha mercê, confiante, adormecida.

O fogo consome a lenha na lareira,
o lume faz arabescos na parede
Anseio amá-la, corpo e alma, inteira
e em seus beijos saciar a minha sede.

Que surpresa, que intensíssima alegria
espanta a dúvida que me consome:
Dormindo, profundamente, você balbucia
com ternura, com carinho, o meu nome...

(Poema composto em Campinas, em 14 de julho de 2011).

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