Pedro J. Bondaczuk
Estou triste, pois não gosto de mim...
Construí castelos de fantasia
e vi ruírem, no meu dia a dia,
os sonhos azuis, que tiveram fim.
Olho o seu retrato. Sobe-me ao peito
uma ânsia indefinida, o desespero
enorme, atro, talhado com esmero
de ser só. Mas, embora contrafeito,
amargurado, com a alma ferida
e os olhos rasos de água, a brotar
flores cristalinas de angústia e dor,
cubro de beijos sua face querida
e, saudoso, me ponho a murmurar
ao seu retrato: não me deixe, amor!
(Soneto composto em Campinas, em 13 de dezembro de 1967).
Estou triste, pois não gosto de mim...
Construí castelos de fantasia
e vi ruírem, no meu dia a dia,
os sonhos azuis, que tiveram fim.
Olho o seu retrato. Sobe-me ao peito
uma ânsia indefinida, o desespero
enorme, atro, talhado com esmero
de ser só. Mas, embora contrafeito,
amargurado, com a alma ferida
e os olhos rasos de água, a brotar
flores cristalinas de angústia e dor,
cubro de beijos sua face querida
e, saudoso, me ponho a murmurar
ao seu retrato: não me deixe, amor!
(Soneto composto em Campinas, em 13 de dezembro de 1967).
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