Nunca entendi essa divisão do mundo por países (e surgem novos, amiúde, como que brotados do nada), por causa de conceitos tolos, como poder, soberania, etnia, tradições religiosas etc. Sinto-me, porém, cidadão do mundo, o que de fato sou, habitante de um planeta pequeno e de ínfima importância na ordem universal. Morris West colocou as seguintes e lúcidas palavras na boca de um personagem do seu romance “A Torre de Babel”: “Somos forçados, mesmo contra vontade, a cooperar na sanidade mútua. Por que não levamos esta cooperação mais longe? Por que o nós e o eles continuam a acreditar que outras coisas intangíveis são necessárias para nossa identidade: soberania, posse deste ou daquele santuário, ocupação de uns metros de terra estéril, tradições religiosas ou étnicas...Somos ainda crianças brigando por uma maçã, chorando uns e outros, enquanto a maçã apodrece no pé”. Há algum exagero ou alguma inexatidão nessas lúcidas observações? Claro que não!
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