Friday, April 03, 2009

REFLEXÃO DO DIA


O que sou? Essa é uma pergunta que bilhões de pessoas, ao longo do tempo, vêm fazendo a si próprias (não raro, inconscientemente, sem sequer se darem conta) e que não conseguiram chegar a uma conclusão sequer razoável, quanto mais definitiva. A todo instante, ficamos surpresos, senão atônitos, conosco mesmos. Volta e meia, por exemplo, descobrimos, no fundo de nossas mentes, idéias (construtivas ou não, não importa) que sequer atinávamos que tínhamos. Vez por outra, praticamos ações que contrariam nossas mais profundas convicções. Desafiados, meio às cegas, atingimos objetivos que intimamente não acreditávamos que pudéssemos alcançar. Que força misteriosa nos moveu para praticar essa façanha? O oposto também ocorre. Decepcionamo-nos conosco mesmos, com fracassos que julgávamos impossíveis de nos atingir, mas que atingiram, por superestimarmos nossas capacidades. “Identidade! Essa era a palavra, chave para todos os problemas humanos!”, constata Morris West, no romance “O Embaixador”. Desde o nascimento, até a morte, é o que buscamos encontrar, consolidar e impor, não apenas ao mundo, mas a nós mesmos. Conseguiremos? Sou cético a esse propósito. Podemos até chegar perto da resposta à questão “o que sou?”, mas sempre restará uma dúvida em nosso espírito, sempre haverá novas surpresas (positivas ou negativas), conservando e não raro ampliando nossa insegurança a propósito.

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