A dúvida, desde que razoável, não é falta de fé, que para ser poderosa e remover montanhas, não pode ser cega. Tem que contar com alicerces sólidos que a tornem imbatível. Mas não se pode estacionar nela. Devemos, isto sim, procurar nos convencer do que ainda duvidamos, e concluir se é verdadeiro ou falso, mediante argumentos lógicos e raciocínio abrangente. Convencidos, contudo, não há mais porque duvidar. Desse convencimento é que nasce a fé inabalável, das tais que operam maravilhas e nos tornam seguros e convictos face às inúmeras batalhas da vida. Agostinho da Silva recomenda, a respeito, no livro “Textos e ensaios filosóficos”: “...Acredite fundamentalmente na dúvida construtiva e daí parta para certezas que nunca deixe de ver como provisórias, exceto uma, a de que é capaz de compreender tudo o que for compreensível. Ao resto porá de lado até que o seja, até que possa pôr nos pratos da sua balancinha de razão”. Sensato conselho, não é mesmo?
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