Ao passarmos adiante determinada idéia, que colhemos alhures, após lhe darmos o devido “polimento”, por mais sábios e prudentes que formos, a poluiremos com erros de enfoque e de entendimento, sem que sequer venhamos a atinar com isso. A quem se apossar dela, porém, competirá a tarefa de fazer, como nós fizemos, a devida filtragem e passá-la adiante. E assim, sucessivamente, ao infinito. Agostinho da Silva escreveu, a respeito, no livro “Textos e ensaios filosóficos”: “O que você vê e ouve ou lê nada mais lhe traz senão matéria-prima de pensamento, já livre de muita impureza de minério bruto, porquanto antes de você, outros pensaram; mas por o pensarem, alguma outra impureza lhe terão juntado”. Um bom filtro para as idéias que colhermos (imperfeito, pois a perfeição nos é interdita) é a razão, aliada à lógica. Desconfie do que não lhe pareça lógico, até que possa comprovar sua veracidade. Caso contrário... poderá induzir muitos ao erro.
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