Saturday, April 11, 2009

Soneto à doce amada - XVI


Pedro J. Bondaczuk

A sua voz ao Tempo desafia
e o detém em sua trajetória.
Inda ressoa clara na memória,
aconchegante, morna e tão macia,

como num passe incrível de magia,
inda presente, mas já sendo história,
aquela frase quente e ilusória
que ainda ontem você me dizia.

A sua voz nunca é nem pelo espaço
detida, restringida ou limitada.
É como corda, do mais fino aço,

ao seu máximo ponto retesada
e que, num tempo extremamente escasso,
se torna audível, e não olvidada.


(Soneto composto em 13 de janeiro de 1966, publicado no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 4 de novembro de 1970 e no "Jornal de Paulínia", em 5 de novembro de 1977).

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