Saturday, April 04, 2009

Soneto à doce amada - XV


Pedro J. Bondaczuk


Triste silêncio...A noite, lenta, escoa
por entre os do Tempo implacáveis dedos.
Impera a calma, passageira e boa.
Somente a brisa agita os arvoredos...

Meu peito arde, em ânsia indefinida!
Vago desejo vem roubar-me a paz.
Seus negros olhos, tão cheios de vida,
seus rubros lábios, uma flor assaz

preciosa, seus braços de ônix e jade,
os seus loiros cabelos perfumados
não mais são meus. Devolver-me quem há de

estes meus sonhos vãos, ultrapassados?!
As folhas murchas, a rolar nos prados,
representam tão bem minha saudade!!!

(Soneto composto em 22 de outubro de 1965 e publicado no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 26 de agosto de 1970).

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