Tuesday, March 31, 2009

REFLEXÃO DO DIA


As leis da física, que mentes brilhantes e inquisidoras descobriram (pois sempre existiram, criadas que foram por uma mente muito maior) e sistematizaram, deixam-me cada vez mais pasmo, à medida que as aprendo e analiso. Elas apenas aumentam as dimensões do grande mistério, que é esse universo, com número inconcebível (à parca e tão limitada inteligência humana) de quantificar de mundos. Matéria e energia são dois fatores fascinantes e incríveis e agem como miragens. Parecem uma coisa e na verdade são outras. O que nos parece absolutamente sólido, como a madeira da escrivaninha que utilizo para escrever estas reflexões, por exemplo, na verdade, quando analisado ao microscópio, se revela oco, com mais espaços vazios do que matérias concretas (no caso, os átomos). Quanto mais aumentasse o poder das lentes e penetrasse mais e mais no âmago desse objeto (aparentemente inteiriço) menos rígido, certamente, ele se apresentaria. Jorge Luiz Borges induz os leitores a esta instigante reflexão, neste trecho do seu livro “História da Eternidade”: “No terceiro livro da Enéadas, lemos que a matéria é irreal: uma simples e oca passividade que recebe as formas universais como um espelho as receberia: estas a agitam e povoam sem alterá-la. Sua plenitude é precisamente a de um espelho, que aparenta estar cheio e está vazio; é um fantasma que nem sequer desaparece, porque não tem nem ao menos a capacidade de cessar. O fundamental são as formas”. Tudo é questão de ponto de vista.

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