A noite, embora ocorra em momentos diferentes no mundo – pelo fato da Terra ser redonda – é usufruída praticamente da mesma forma por todos os seres viventes (homens, animais e vegetais). Ou seja, é o momento de descanso de uma longa atividade. No caso humano, presta-se, também, para o lazer dos noctívagos. Ou para o amor dos que se amam. E, principalmente, para o sono benigno e reparador da totalidade dos seres vivos. Claro, há exceções. Há milhões de pessoas, mundo afora, que trocam a noite pelo dia, no trabalho árduo e sacrificado da enfermeira, do médico de plantão, do jornalista, do policial etc.etc.etc. Esses profissionais fazem isso para manter as coisas funcionando da melhor maneira possível. E, de certa forma, mantêm. Pode-se, porém, afirmar que a noite é “universal”. Já o dia... Tem características próprias em cada recanto do mundo, de acordo com a realidade de cada um. É nele que, em geral, se desenrola este drama maluco e um tanto sem sentido, que caracteriza a humanidade, com seus atos de violências, injustiças, prepotência e egoísmo. Não que isso não ocorra, também, à noite. Mas ocorre em muito menor número, convenhamos. O dia, portanto, é “geográfico”. Essa classificação, destaco, não é minha (embora eu concorde com ela), mas do poeta Cassiano Ricardo. Nos versos finais do poema “Coroa mural”, ele escreve: “O dia é geográfico./A noite é universal./Mas se Deus ouvir rádio,/ouvirá o meu grito:/por que a noite nos une/e o dia nos separa”?. Claro que o Criador não precisa desse pífio recurso humano para saber o que se passa em nossos corações e mentes e atender nossos justos apelos. Melhor do que o rádio, sem dúvida, é a prece, maneira direta, e infinitamente mais eficaz, de ser ouvido pelo Eterno.
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