Não há particularidades no universo. Tudo e todos somos partes de uma unidade infinitamente maior, absoluta, de dimensões inconcebíveis para a pífia e limitadíssima mente humana. Nossas alegrias, por exemplo, somam-se à de bilhões de outras pessoas, mundo afora e, quiçá, à de um número até indimensionável de outros seres, caso haja vida inteligente em outras partes do Cosmo (provavelmente, há). O mesmo raciocínio vale para nossas dores, tristezas, frustrações, amores, inquietações etc.etc.etc. Nós e nossos pensamentos, sentimentos e aspirações não somos originais e muitíssimo menos únicos. Daí ser incompreensível o egoísmo, o culto fanático e insensato de alguns ao “próprio umbigo”, como se fossem o centro do universo e a própria razão dele e tudo que ele contém existirem. Óbvio, não são. Relutamos em entender e assumir nosso papel, que é mínimo, ínfimo, ridículo no concerto universal, embora nossa intuição nos indique o quão pequeno ele é. A poetisa paulistana Adelaide Peters Lessa faz essa constatação, nestes inteligentes e sutis versos do poema Universo”: Num dia de luz/mais forte que os outros/inventou o poeta/a palavra mais clara//e pôs-se a cantar,/afluente de tudo,/que tudo faz parte/de um único Verso!”
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