Pedro J. Bondaczuk
A paixão, em si, é cega, e, a priori, nem é um bem e nem um mal. Cabe-nos direcioná-la corretamente, para que se torne força irresistível e benigna que atue exclusivamente a nosso favor. Sem ela, nada do que fizermos atingirá a excelência e a perfeição. É possível fazer isso? Sim! Muitos e muitos o fizeram.
Michelangelo, por exemplo, estava dominado por intensa paixão ao esculpir a estátua de Moisés, em 1505 – que pode ser apreciada em todo seu esplendor na Igreja San Pietro in Vincoli, em Roma. Essa obra atingiu tamanho grau de perfeição, que seu ilustre autor, num momento de alucinação diante de tanta beleza, teria exclamado: “Parla, Moses!”. De fato, a estátua só falta falar.
Dante Alighieri, igualmente, punha chispas pelos olhos ao erigir sua “Divina Comédia”, que o consagrou como um dos maiores poetas de todos os tempos. A mesma fúria criativa tomou conta de Beethoven, Tchaikowsky, Rembrandt, Rafael, Velazquez, Monet, Manet, Gauguin, Van Gogh e vai por aí afora.
A paixão é como um legítimo cavalo puro-sangue. Um animal desse tipo, forte, saudável e veloz, pode nos levar com mais rapidez e segurança a qualquer lugar que queiramos. Para isso, porém, é indispensável que seja domado. Se for xucro, nos derrubará da sela antes que sequer consigamos piscar.
Para nos ser útil, é indispensável que estabeleçamos com o animal uma relação de mútua confiança, até mesmo de amizade. A paixão também é assim. Via de regra, é interpretada, somente, como súbita e fulminante atração por alguma pessoa do sexo oposto, que muitos chegam a confundir com o amor, embora não o seja. Pode, até, ter essa conotação, mas não exclusivamente.
Há pessoas que só entendem determinados conceitos caso lhes sejam ensinados de maneira explícita e didática. E nem sempre os entendem. Não é a esse tipo de paixão, evidentemente, que me refiro. É mister que se lembre que ela pode ser definida como um comprometimento irrestrito e absoluto, sem dúvidas ou vacilações, com uma pessoa, uma idéia ou uma causa.
Antes de montarmos, portanto, no dorso do tal puro-sangue, é indispensável que tenhamos completa certeza da excelência de quem ou do que queremos conquistar. Ou seja, temos que “domá-la”. Precisamos estar convictos sobre a direção que pretendemos seguir.
Estabelecida, porém, essa convicção, e definido esse rumo com a máxima segurança e certeza, nada é mais conveniente e rápido do que, no dorso do “cavalo” da paixão, galoparmos, livres e confiantes, rumo ao sucesso e à felicidade.
Nas crônicas anteriores que escrevi sobre o tema parece que não me fiz bem-entendido ou não fui muito claro. Vários leitores interpretaram o texto (erroneamente, óbvio) como se eu estivesse me referindo “apenas” a esse intenso sentimento, selvagem, cego e avassalador, confundido, por muitos, com o amor, sem, no entanto, sê-lo.
Não me referi, contudo, ao “puro-sangue” xucro, que não se deixa montar por ninguém. Referi-me à paixão que nos é benigna, precedida, invariavelmente, de irrestrita certeza do que pretendemos fazer e/ou conquistar e devidamente “domada”. Referi-me àquela que moveu Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rembrandt, Velazquez, Rafael, Van Gogh, Monet, Manet, Beethoven, Tchaikowsky, Mozart, Virginia Woolf, Marguerite Yourcenar, Marie Curie e tantos e tantos outros artistas, gênios, cientistas e líderes vencedores, que sob seu domínio, jamais desistiram de suas causas e projetos e aproximaram-se da perfeição.
Esses homens e mulheres talentosos e determinados foram apaixonados pelo que pretenderam ou defenderam. Domaram o “puro-sangue” xucro e puseram-no a seu serviço, galopando, confiantes e convictos, rumo aos objetivos que traçaram. Poderiam alcançar suas metas sem paixão? Talvez até pudessem, dada a grandeza dos seus talentos. Tenho, contudo, minhas dúvidas.
O humanista Daisaku Ikeda, eminente líder budista japonês, nos alerta, contudo, em seu livro “Vida um enigma, uma jóia preciosa”: “Controlar a paixão é como correr num cavalo desembestado. Se as rédeas são relaxadas por um instante, o cavaleiro pode ser jogado fora da sela. O certo é dominar e utilizar as forças e energias, de modo que o cavaleiro e o animal se movam como se fossem um só”.
Ou seja, não se trata de tarefa fácil e corriqueira, que possa ser executada de qualquer maneira ou por qualquer um. Requer, além de auto-disciplina, profundo auto-conhecimento. Precisamos conhecer, mesmo que superficialmente, os nossos limites e possibilidades.
Ademais, as “rédeas” têm que estar sempre firmes em nossas mãos, sem que se afrouxem um instante sequer. Em suma, nós é que temos que dominar a paixão, não o contrário. Suas forças e energias são imensas, diria, incomparáveis. Caso se voltem contra nós, todavia, podem nos destruir com a maior facilidade. Domemos, pois, este magnífico puro-sangue e não tenhamos receio: no seu dorso firme e seguro, galopemos, com confiança e determinação, rumo ao sucesso e à felicidade. Nós podemos!
A paixão, em si, é cega, e, a priori, nem é um bem e nem um mal. Cabe-nos direcioná-la corretamente, para que se torne força irresistível e benigna que atue exclusivamente a nosso favor. Sem ela, nada do que fizermos atingirá a excelência e a perfeição. É possível fazer isso? Sim! Muitos e muitos o fizeram.
Michelangelo, por exemplo, estava dominado por intensa paixão ao esculpir a estátua de Moisés, em 1505 – que pode ser apreciada em todo seu esplendor na Igreja San Pietro in Vincoli, em Roma. Essa obra atingiu tamanho grau de perfeição, que seu ilustre autor, num momento de alucinação diante de tanta beleza, teria exclamado: “Parla, Moses!”. De fato, a estátua só falta falar.
Dante Alighieri, igualmente, punha chispas pelos olhos ao erigir sua “Divina Comédia”, que o consagrou como um dos maiores poetas de todos os tempos. A mesma fúria criativa tomou conta de Beethoven, Tchaikowsky, Rembrandt, Rafael, Velazquez, Monet, Manet, Gauguin, Van Gogh e vai por aí afora.
A paixão é como um legítimo cavalo puro-sangue. Um animal desse tipo, forte, saudável e veloz, pode nos levar com mais rapidez e segurança a qualquer lugar que queiramos. Para isso, porém, é indispensável que seja domado. Se for xucro, nos derrubará da sela antes que sequer consigamos piscar.
Para nos ser útil, é indispensável que estabeleçamos com o animal uma relação de mútua confiança, até mesmo de amizade. A paixão também é assim. Via de regra, é interpretada, somente, como súbita e fulminante atração por alguma pessoa do sexo oposto, que muitos chegam a confundir com o amor, embora não o seja. Pode, até, ter essa conotação, mas não exclusivamente.
Há pessoas que só entendem determinados conceitos caso lhes sejam ensinados de maneira explícita e didática. E nem sempre os entendem. Não é a esse tipo de paixão, evidentemente, que me refiro. É mister que se lembre que ela pode ser definida como um comprometimento irrestrito e absoluto, sem dúvidas ou vacilações, com uma pessoa, uma idéia ou uma causa.
Antes de montarmos, portanto, no dorso do tal puro-sangue, é indispensável que tenhamos completa certeza da excelência de quem ou do que queremos conquistar. Ou seja, temos que “domá-la”. Precisamos estar convictos sobre a direção que pretendemos seguir.
Estabelecida, porém, essa convicção, e definido esse rumo com a máxima segurança e certeza, nada é mais conveniente e rápido do que, no dorso do “cavalo” da paixão, galoparmos, livres e confiantes, rumo ao sucesso e à felicidade.
Nas crônicas anteriores que escrevi sobre o tema parece que não me fiz bem-entendido ou não fui muito claro. Vários leitores interpretaram o texto (erroneamente, óbvio) como se eu estivesse me referindo “apenas” a esse intenso sentimento, selvagem, cego e avassalador, confundido, por muitos, com o amor, sem, no entanto, sê-lo.
Não me referi, contudo, ao “puro-sangue” xucro, que não se deixa montar por ninguém. Referi-me à paixão que nos é benigna, precedida, invariavelmente, de irrestrita certeza do que pretendemos fazer e/ou conquistar e devidamente “domada”. Referi-me àquela que moveu Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rembrandt, Velazquez, Rafael, Van Gogh, Monet, Manet, Beethoven, Tchaikowsky, Mozart, Virginia Woolf, Marguerite Yourcenar, Marie Curie e tantos e tantos outros artistas, gênios, cientistas e líderes vencedores, que sob seu domínio, jamais desistiram de suas causas e projetos e aproximaram-se da perfeição.
Esses homens e mulheres talentosos e determinados foram apaixonados pelo que pretenderam ou defenderam. Domaram o “puro-sangue” xucro e puseram-no a seu serviço, galopando, confiantes e convictos, rumo aos objetivos que traçaram. Poderiam alcançar suas metas sem paixão? Talvez até pudessem, dada a grandeza dos seus talentos. Tenho, contudo, minhas dúvidas.
O humanista Daisaku Ikeda, eminente líder budista japonês, nos alerta, contudo, em seu livro “Vida um enigma, uma jóia preciosa”: “Controlar a paixão é como correr num cavalo desembestado. Se as rédeas são relaxadas por um instante, o cavaleiro pode ser jogado fora da sela. O certo é dominar e utilizar as forças e energias, de modo que o cavaleiro e o animal se movam como se fossem um só”.
Ou seja, não se trata de tarefa fácil e corriqueira, que possa ser executada de qualquer maneira ou por qualquer um. Requer, além de auto-disciplina, profundo auto-conhecimento. Precisamos conhecer, mesmo que superficialmente, os nossos limites e possibilidades.
Ademais, as “rédeas” têm que estar sempre firmes em nossas mãos, sem que se afrouxem um instante sequer. Em suma, nós é que temos que dominar a paixão, não o contrário. Suas forças e energias são imensas, diria, incomparáveis. Caso se voltem contra nós, todavia, podem nos destruir com a maior facilidade. Domemos, pois, este magnífico puro-sangue e não tenhamos receio: no seu dorso firme e seguro, galopemos, com confiança e determinação, rumo ao sucesso e à felicidade. Nós podemos!
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