Pedro J. Bondaczuk
O dinheiro, desde que este símbolo para facilitar a troca de mercadorias e serviços entre as pessoas foi criado, na mais remota Antiguidade, se transformou em obsessão para os homens. Alguns (e não são poucos) colocam-no, até, como objetivo supremo de vida e não como, apenas, uma das suas necessidades (talvez a principal, mas isso é contestável), por ser o meio capaz de assegurar sua subsistência, com um mínimo de dignidade, no tipo de sociedade em que vivemos.
Não nego que ele seja necessário. Negar essa evidência, aliás, seria o máximo de alienação, quando não de falsidade. O que contesto é tornar seu acúmulo como o objetivo supremo de vida, ou seja, como um fim em si, e não como mero meio. O dinheiro, é fato, serve para remunerar nossos serviços e nos valorizar como pessoas úteis e produtivas. Isso, todavia, em tese.
Na prática, porém, raras são as remunerações que possam ser consideradas justas ou próximas disso. Ademais, quem o acumula em quantidades razoáveis sequer precisa trabalhar: o dinheiro trabalha por ele. Onde a lógica e a justiça disso? Esta é, sem dúvida, a maior das distorções, o fulcro de todos os problemas contemporâneos, que inviabiliza a existência de uma sociedade justa, minimamente humana e um pouquinho solidária. Ainda se a origem dos capitais fosse sempre lícita e transparente, com muita boa vontade, esse tipo de sistema poderia ser tolerado. Todos sabemos, porém, que poucos afortunados têm condições de explicar a origem das suas fortunas.
A meu ver, o Capitalismo não tem futuro. Pode durar (se durar) mais um século ou dois, quem sabe, mas jamais para sempre. Se os homens não se destruírem antes, em alguma guerra suicida total e sem limites (possibilidade bastante plausível), ou a natureza, tão agredida há já um bom tempo, não o fizer, fatalmente esse sistema perverso – que conta, pitorescamente, com o apoio dos que mais sofrem com sua existência – está fadado a desaparecer: ou de morte espontânea, ou num banho de sangue pavoroso e dantesco. É mera questão numérica (os que detêm o capital são em quantidade irrisória face aos bilhões que não o possuem) e, portanto, de lógica (e de tempo).
Já tentaram rotular-me (em vão) de comunista, o que, em verdade, nunca fui. Não por medo de represálias ou porque morra de amores pelo Capitalismo ou concorde, ao menos minimamente, com suas premissas. Longe disso! Ocorre que os ideais de igualdade e fraternidade, defendidos por seus ideólogos, são impraticáveis, dada a natureza humana. São belos, belíssimos, na teoria. Todavia, são absurdamente irrealizáveis na prática. São totalmente inviáveis, a utopia das utopias.
Em lugar algum do mundo se conseguiu implantar um sistema que sequer remotamente fosse arremedo daquele Comunismo defendido por seus ideólogos. O que houve, na extinta União Soviética, foi mera derivação do Capitalismo, posto que os capitais não estivessem em mãos de particulares, de pessoas físicas, mas de uma entidade abstrata denominada de “Estado”. Politicamente, não passou de uma ditadura, e das mais ferozes e sanguinárias, com seus gulags (perversos campos de trabalhos forçados), suas prisões políticas sempre abarrotadas de dissidentes e seus hospitais psiquiátricos utilizados não para abrigar doentes, mas os opositores do regime. Não deixou, portanto, a mínima saudade quando se extinguiu.
Em Cuba, China, Vietnã e Coréia do Norte, entre outros, o que há ainda hoje é uma caricatura ridícula, grotesca e cruel da aberração montada na URSS. E essa (a original e não as cópias) até que durou demais. Ou seja, de 1917 a 1991. Tamanha duração, frise-se, deveu-se exclusivamente a muito sangue derramado, muita desgraça provocada, muito ódio e nenhum benefício real e palpável nem para os soviéticos e nem para a humanidade. Ainda bem, para os russos e para os novos (na verdade, velhos) países ressurgidos das cinzas do cadáver da União Soviética, que conseguiram se livrar dessa indecente atrocidade. Mas... acabaram caindo em outra.
Reitero que o dinheiro, caso pudessem ser sanadas as distorções do Capitalismo, é um meio prático de troca de mercadorias e serviços e, portanto, útil e desejável, na devida medida. Mas não pode se transformar no que, desgraçadamente, se transformou, e há mais de dois milênios: no verdadeiro deus do homem. Essa obsessão, é mister que se tenha em mente, não é nova, longe disso. É muito antiga. Antiqüíssima.
Ademais, o dinheiro (não importa qual moeda) foi criado para nos assegurar a satisfação daquelas necessidades e prazeres que não podemos prover sozinhos e jamais para ser acumulado aos borbotões. Ainda mais quando esse acúmulo se dá, via de regra, à força ou mediante meios nitidamente ilícitos, ostensivamente criminosos, como trapaças e falcatruas.
Até porque, sempre é oportuno lembrar, ninguém leva para o túmulo a fortuna que amealhou. Jean Paul Getty, magnata do petróleo, que nos anos 60 foi considerado o homem mais rico do mundo, definiu bem a obsessão do homem por esse símbolo que o próprio ser humano criou: “Quando não se tem dinheiro, pensa-se sempre nele. Quando se tem, pensa-se somente nele”. Infelizmente! Com essa mentalidade, convenhamos, é difícil, muito difícil, senão impossível, sequer sonhar com um futuro promissor, num mundo justo, fraterno e solidário.
O dinheiro, desde que este símbolo para facilitar a troca de mercadorias e serviços entre as pessoas foi criado, na mais remota Antiguidade, se transformou em obsessão para os homens. Alguns (e não são poucos) colocam-no, até, como objetivo supremo de vida e não como, apenas, uma das suas necessidades (talvez a principal, mas isso é contestável), por ser o meio capaz de assegurar sua subsistência, com um mínimo de dignidade, no tipo de sociedade em que vivemos.
Não nego que ele seja necessário. Negar essa evidência, aliás, seria o máximo de alienação, quando não de falsidade. O que contesto é tornar seu acúmulo como o objetivo supremo de vida, ou seja, como um fim em si, e não como mero meio. O dinheiro, é fato, serve para remunerar nossos serviços e nos valorizar como pessoas úteis e produtivas. Isso, todavia, em tese.
Na prática, porém, raras são as remunerações que possam ser consideradas justas ou próximas disso. Ademais, quem o acumula em quantidades razoáveis sequer precisa trabalhar: o dinheiro trabalha por ele. Onde a lógica e a justiça disso? Esta é, sem dúvida, a maior das distorções, o fulcro de todos os problemas contemporâneos, que inviabiliza a existência de uma sociedade justa, minimamente humana e um pouquinho solidária. Ainda se a origem dos capitais fosse sempre lícita e transparente, com muita boa vontade, esse tipo de sistema poderia ser tolerado. Todos sabemos, porém, que poucos afortunados têm condições de explicar a origem das suas fortunas.
A meu ver, o Capitalismo não tem futuro. Pode durar (se durar) mais um século ou dois, quem sabe, mas jamais para sempre. Se os homens não se destruírem antes, em alguma guerra suicida total e sem limites (possibilidade bastante plausível), ou a natureza, tão agredida há já um bom tempo, não o fizer, fatalmente esse sistema perverso – que conta, pitorescamente, com o apoio dos que mais sofrem com sua existência – está fadado a desaparecer: ou de morte espontânea, ou num banho de sangue pavoroso e dantesco. É mera questão numérica (os que detêm o capital são em quantidade irrisória face aos bilhões que não o possuem) e, portanto, de lógica (e de tempo).
Já tentaram rotular-me (em vão) de comunista, o que, em verdade, nunca fui. Não por medo de represálias ou porque morra de amores pelo Capitalismo ou concorde, ao menos minimamente, com suas premissas. Longe disso! Ocorre que os ideais de igualdade e fraternidade, defendidos por seus ideólogos, são impraticáveis, dada a natureza humana. São belos, belíssimos, na teoria. Todavia, são absurdamente irrealizáveis na prática. São totalmente inviáveis, a utopia das utopias.
Em lugar algum do mundo se conseguiu implantar um sistema que sequer remotamente fosse arremedo daquele Comunismo defendido por seus ideólogos. O que houve, na extinta União Soviética, foi mera derivação do Capitalismo, posto que os capitais não estivessem em mãos de particulares, de pessoas físicas, mas de uma entidade abstrata denominada de “Estado”. Politicamente, não passou de uma ditadura, e das mais ferozes e sanguinárias, com seus gulags (perversos campos de trabalhos forçados), suas prisões políticas sempre abarrotadas de dissidentes e seus hospitais psiquiátricos utilizados não para abrigar doentes, mas os opositores do regime. Não deixou, portanto, a mínima saudade quando se extinguiu.
Em Cuba, China, Vietnã e Coréia do Norte, entre outros, o que há ainda hoje é uma caricatura ridícula, grotesca e cruel da aberração montada na URSS. E essa (a original e não as cópias) até que durou demais. Ou seja, de 1917 a 1991. Tamanha duração, frise-se, deveu-se exclusivamente a muito sangue derramado, muita desgraça provocada, muito ódio e nenhum benefício real e palpável nem para os soviéticos e nem para a humanidade. Ainda bem, para os russos e para os novos (na verdade, velhos) países ressurgidos das cinzas do cadáver da União Soviética, que conseguiram se livrar dessa indecente atrocidade. Mas... acabaram caindo em outra.
Reitero que o dinheiro, caso pudessem ser sanadas as distorções do Capitalismo, é um meio prático de troca de mercadorias e serviços e, portanto, útil e desejável, na devida medida. Mas não pode se transformar no que, desgraçadamente, se transformou, e há mais de dois milênios: no verdadeiro deus do homem. Essa obsessão, é mister que se tenha em mente, não é nova, longe disso. É muito antiga. Antiqüíssima.
Ademais, o dinheiro (não importa qual moeda) foi criado para nos assegurar a satisfação daquelas necessidades e prazeres que não podemos prover sozinhos e jamais para ser acumulado aos borbotões. Ainda mais quando esse acúmulo se dá, via de regra, à força ou mediante meios nitidamente ilícitos, ostensivamente criminosos, como trapaças e falcatruas.
Até porque, sempre é oportuno lembrar, ninguém leva para o túmulo a fortuna que amealhou. Jean Paul Getty, magnata do petróleo, que nos anos 60 foi considerado o homem mais rico do mundo, definiu bem a obsessão do homem por esse símbolo que o próprio ser humano criou: “Quando não se tem dinheiro, pensa-se sempre nele. Quando se tem, pensa-se somente nele”. Infelizmente! Com essa mentalidade, convenhamos, é difícil, muito difícil, senão impossível, sequer sonhar com um futuro promissor, num mundo justo, fraterno e solidário.
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