Pedro J. Bondaczuk
Quais são os verdadeiros males que nos afligem, os inevitáveis, que existem desde o surgimento do homem e que sempre existirão no mundo (a menos que haja outra vida, imaterial e eterna, como preconizam as religiões e que é fulcro da nossa fé)?
De acordo com a escritora Marguerite Yourcenar, com a qual concordo, são “a morte, a velhice, as doenças incuráveis, o amor não correspondido, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos”.
Há outros males, sem dúvida, mas perfeitamente evitáveis, que podem ser eliminados da Terra com uma educação generalizada, universal e correta, com o cultivo de valores, com a consciência da necessidade da solidariedade em relação aos mais frágeis, com o irrestrito respeito aos direitos alheios, com o cuidado à natureza e ao Planeta em que habitamos e, sobretudo, com a substituição do insensato egoísmo pelo absoluto altruísmo.
Tudo isso é possível? Potencialmente, sim! Mas na prática... Por enquanto, não há a menor indicação de que esses males teoricamente sanáveis estejam prestes a ser erradicados. Muito pelo contrário! Esperamos (insensatamente), por exemplo, “milagres” da natureza, por não entendermos que suas leis são exatas, precisas e irrevogáveis.
Agredimos o tempo todo o meio ambiente, poluímos o ar e as águas, arrasamos com florestas, multiplicamos desertos, desperdiçamos em um único ano (quando não menos) recursos que deveriam ser utilizados em um milênio e acreditamos, tolamente, que tudo irá se regenerar e que, portanto, as agressões que praticamos não terão qualquer conseqüência, permanecerão impunes e nada acontecerá à nave Terra.
Trágico engano! Não é assim que as coisas funcionam. Pior do que acontece entre os homens, a violação das leis da natureza jamais ficam impunes. A justiça humana ainda admite atenuantes aos delitos cometidos. Já a natural é inflexível, imutável e implacável, posto que inconsciente e, por isso, insensível.
Marguerite Yourcenar aponta o “amor não correspondido” como um dos verdadeiros males, e coloca-o na categoria dos que não se podem evitar. Claro, concordo. Avalio o sofrimento de quem se sente preterido justo pela pessoa que sente ser o seu complemento. Nesses casos, só lhe resta dar tempo ao tempo e ter a ventura de encontrar a amada que lhe atenda os anseios e expectativas e que, principalmente, sinta a mesma coisa por si.
Todavia, quem ama e tem a ventura de ser correspondido deve estar sempre atento e cuidar com o máximo zelo desse amor. Precisa acautelar-se com o que (e como) diz, o que faz ou o que deixa de fazer. Trata-se de um sentimento, sobretudo, paradoxal: encerra a máxima força que trazemos em nós e, no entanto, tem a fragilidade de um cristal. Uma vez quebrado, não há como reparar. E o arrependimento, quando surge... é tardio.
Zelo e devoção são as atitudes mais sensatas face à pessoa amada. E, sobretudo, constância. Uma palavra mal colocada, ou mal-interpretada, pode pôr tudo a perder. Um ato impensado, então, é muito pior. Exagero? Não queira testar se isso é verdade ou não.
O escritor Inácio Dantas faz a seguinte recomendação aos amantes (provavelmente, baseado em experiência própria): “Cuide de quem ama com zelo e devoção. Pode ser uma eternidade para encontrar um grande amor, mas pode ser um segundo o tempo para perdê-lo”. Não é temerário, portanto, correr tamanho (e desnecessário) risco? Claro que sim!
Quanto aos outros males apontados como sendo sem solução por Marguerite Yourcenar, como “a morte, a velhice, as doenças incuráveis, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos”, concordo com a escritora, embora tenha esperanças que alguns deles (se não todos) venham a ter solução um dia.
Sonho, por exemplo, que todas as moléstias hoje sem cura venham, com os avanços da Medicina, a ter cura. Que ninguém recuse amizade a quem a procura com sinceridade e muito menos a traia. Que nossos projetos sejam todos do tamanho da nossa vida e que esta não seja coberta de névoa, mas luminosa e cálida, como um belo dia de sol. Por enquanto, porém...tudo isso não passa de mero desejo, de utopia, de simples idealizações. Um dia... quem sabe?
Quais são os verdadeiros males que nos afligem, os inevitáveis, que existem desde o surgimento do homem e que sempre existirão no mundo (a menos que haja outra vida, imaterial e eterna, como preconizam as religiões e que é fulcro da nossa fé)?
De acordo com a escritora Marguerite Yourcenar, com a qual concordo, são “a morte, a velhice, as doenças incuráveis, o amor não correspondido, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos”.
Há outros males, sem dúvida, mas perfeitamente evitáveis, que podem ser eliminados da Terra com uma educação generalizada, universal e correta, com o cultivo de valores, com a consciência da necessidade da solidariedade em relação aos mais frágeis, com o irrestrito respeito aos direitos alheios, com o cuidado à natureza e ao Planeta em que habitamos e, sobretudo, com a substituição do insensato egoísmo pelo absoluto altruísmo.
Tudo isso é possível? Potencialmente, sim! Mas na prática... Por enquanto, não há a menor indicação de que esses males teoricamente sanáveis estejam prestes a ser erradicados. Muito pelo contrário! Esperamos (insensatamente), por exemplo, “milagres” da natureza, por não entendermos que suas leis são exatas, precisas e irrevogáveis.
Agredimos o tempo todo o meio ambiente, poluímos o ar e as águas, arrasamos com florestas, multiplicamos desertos, desperdiçamos em um único ano (quando não menos) recursos que deveriam ser utilizados em um milênio e acreditamos, tolamente, que tudo irá se regenerar e que, portanto, as agressões que praticamos não terão qualquer conseqüência, permanecerão impunes e nada acontecerá à nave Terra.
Trágico engano! Não é assim que as coisas funcionam. Pior do que acontece entre os homens, a violação das leis da natureza jamais ficam impunes. A justiça humana ainda admite atenuantes aos delitos cometidos. Já a natural é inflexível, imutável e implacável, posto que inconsciente e, por isso, insensível.
Marguerite Yourcenar aponta o “amor não correspondido” como um dos verdadeiros males, e coloca-o na categoria dos que não se podem evitar. Claro, concordo. Avalio o sofrimento de quem se sente preterido justo pela pessoa que sente ser o seu complemento. Nesses casos, só lhe resta dar tempo ao tempo e ter a ventura de encontrar a amada que lhe atenda os anseios e expectativas e que, principalmente, sinta a mesma coisa por si.
Todavia, quem ama e tem a ventura de ser correspondido deve estar sempre atento e cuidar com o máximo zelo desse amor. Precisa acautelar-se com o que (e como) diz, o que faz ou o que deixa de fazer. Trata-se de um sentimento, sobretudo, paradoxal: encerra a máxima força que trazemos em nós e, no entanto, tem a fragilidade de um cristal. Uma vez quebrado, não há como reparar. E o arrependimento, quando surge... é tardio.
Zelo e devoção são as atitudes mais sensatas face à pessoa amada. E, sobretudo, constância. Uma palavra mal colocada, ou mal-interpretada, pode pôr tudo a perder. Um ato impensado, então, é muito pior. Exagero? Não queira testar se isso é verdade ou não.
O escritor Inácio Dantas faz a seguinte recomendação aos amantes (provavelmente, baseado em experiência própria): “Cuide de quem ama com zelo e devoção. Pode ser uma eternidade para encontrar um grande amor, mas pode ser um segundo o tempo para perdê-lo”. Não é temerário, portanto, correr tamanho (e desnecessário) risco? Claro que sim!
Quanto aos outros males apontados como sendo sem solução por Marguerite Yourcenar, como “a morte, a velhice, as doenças incuráveis, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos”, concordo com a escritora, embora tenha esperanças que alguns deles (se não todos) venham a ter solução um dia.
Sonho, por exemplo, que todas as moléstias hoje sem cura venham, com os avanços da Medicina, a ter cura. Que ninguém recuse amizade a quem a procura com sinceridade e muito menos a traia. Que nossos projetos sejam todos do tamanho da nossa vida e que esta não seja coberta de névoa, mas luminosa e cálida, como um belo dia de sol. Por enquanto, porém...tudo isso não passa de mero desejo, de utopia, de simples idealizações. Um dia... quem sabe?
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