Pedro J. Bondaczuk
Vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
Verdugos da Terra,
senhores das vidas,
riquezas, do mundo,
doidos de ambição,
que fazem engenhos
que ceifam certezas,
que armam sicários,
que podam esperanças
e corrompem mãe Ceres,
que lançam sementes
de ódio e corrupção:
eis que raia no
horizonte da razão
o dia da justiça!
Títeres insanos!
Induzem a fome,
hedionda cúmplice.
Qual Herodes,
em Belém de Judá,
exterminam crianças.
Césares malditos,
multiplicam grilhões.
Átilas horrendos,
semeiam o terror,
pois vivo em um tempo de guerra.
Tempo de dor... e sem fé.
Sons horripilantes,
ímpios, dissonantes
hinos marciais
convocam zumbis
para a vindima
dos mártires.
Homens com medo!
Mulheres desmaiam!
Tiranos ferozes
elevam suas vozes
de bombas e canhões.
Monstros, nutridos
de vísceras e sangue,
promovem chacinas,
cultivam o horror:
patronos do ódio!
Vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
Títeres insanos!
Heróis fogem
espavoridos
e desmaiam de angústia.
Mulheres gritam
transidas de terror.
Bebês são esmagados.
Velhos são trucidados
sem piedade ou perdão.
E o espectro da Morte
paira, soberano
no horizonte além.
Títeres insanos!
Naves que buscam
mundos virginais,
para corromper,
semear injustiças,
esmagar os fracos,
escravizar fortes,
reproduzir ódios,
e guerrear... e matar...
E bisar Hiroshima.
E plantar cogumelos.
E extinguir gerações.
Vivo em um tempo de guerra.
Tempo de dor... e sem fé.
Ácido lisérgico,
crack, cocaína,
marijuana, morfina,
ópio, mescalina.
Delírio! Insânia!
Agonia! Horror!
Viagem de morte!
Títeres insanos!
Eis que já raia
no horizonte além
o dia da vingança.
Erguem-se de abismos
os infernais monstros
insensíveis que
vocês mesmos geraram.
Esquálidos, rotos,
com paus e pedras,
unhas e dentes,
ferozes e famintos,
clamando por sangue,
os zumbis anseiam
pela desforra.
Eis que brota,
discreto, pequeno,
da terra crestada,
do lodo viscoso
do solo da corrupção,
alvíssimo lírio,
de absoluta pureza:
é a redenção!
Cantemos hosanas!
O mundo, em chamas,
vai ressurgir das cinzas
novo, purificado,
na dinastia das crianças!
Mas vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
(Poema composto em Campinas, em 5 de outubro de 1967).
Vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
Verdugos da Terra,
senhores das vidas,
riquezas, do mundo,
doidos de ambição,
que fazem engenhos
que ceifam certezas,
que armam sicários,
que podam esperanças
e corrompem mãe Ceres,
que lançam sementes
de ódio e corrupção:
eis que raia no
horizonte da razão
o dia da justiça!
Títeres insanos!
Induzem a fome,
hedionda cúmplice.
Qual Herodes,
em Belém de Judá,
exterminam crianças.
Césares malditos,
multiplicam grilhões.
Átilas horrendos,
semeiam o terror,
pois vivo em um tempo de guerra.
Tempo de dor... e sem fé.
Sons horripilantes,
ímpios, dissonantes
hinos marciais
convocam zumbis
para a vindima
dos mártires.
Homens com medo!
Mulheres desmaiam!
Tiranos ferozes
elevam suas vozes
de bombas e canhões.
Monstros, nutridos
de vísceras e sangue,
promovem chacinas,
cultivam o horror:
patronos do ódio!
Vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
Títeres insanos!
Heróis fogem
espavoridos
e desmaiam de angústia.
Mulheres gritam
transidas de terror.
Bebês são esmagados.
Velhos são trucidados
sem piedade ou perdão.
E o espectro da Morte
paira, soberano
no horizonte além.
Títeres insanos!
Naves que buscam
mundos virginais,
para corromper,
semear injustiças,
esmagar os fracos,
escravizar fortes,
reproduzir ódios,
e guerrear... e matar...
E bisar Hiroshima.
E plantar cogumelos.
E extinguir gerações.
Vivo em um tempo de guerra.
Tempo de dor... e sem fé.
Ácido lisérgico,
crack, cocaína,
marijuana, morfina,
ópio, mescalina.
Delírio! Insânia!
Agonia! Horror!
Viagem de morte!
Títeres insanos!
Eis que já raia
no horizonte além
o dia da vingança.
Erguem-se de abismos
os infernais monstros
insensíveis que
vocês mesmos geraram.
Esquálidos, rotos,
com paus e pedras,
unhas e dentes,
ferozes e famintos,
clamando por sangue,
os zumbis anseiam
pela desforra.
Eis que brota,
discreto, pequeno,
da terra crestada,
do lodo viscoso
do solo da corrupção,
alvíssimo lírio,
de absoluta pureza:
é a redenção!
Cantemos hosanas!
O mundo, em chamas,
vai ressurgir das cinzas
novo, purificado,
na dinastia das crianças!
Mas vivo em um tempo de guerra!
Tempo de dor... e sem fé.
(Poema composto em Campinas, em 5 de outubro de 1967).
1 comment:
Gostei do blog e dos poemas, embora não tenha visto todos. Parabéns!
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