Monday, September 10, 2007

TOQUE DE LETRA











Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Arquivo, site oficial da Ponte Preta, Marcos Arcoverde/VIPCOMM e Divulgação)

JOGOU BEM, MAS...

A Ponte Preta perdeu, no sábado, uma série de cinco partidas invictas, ao ser derrotada pelo Grêmio Barueri, na casa do adversário, por 2 a 1. Antes, havia vencido, a duras penas, o CRB, no Majestoso, pelo mesmo placar. Com a derrota, sua situação, que já era complicada na tabela de classificação, se complicou (claro) mais ainda. Ocorre que, apesar da série invicta, o time somou, apenas, sete pontos, de dezoito disputados. Muito pouco, ínfimo, pouquíssimo, convenhamos, para quem aspira ao acesso para a elite do futebol brasileiro. O resultado deste sábado, a bem da verdade, foi sumamente injusto. A Ponte Preta fez uma das suas melhores (se não a melhor) partidas da temporada. Não soube traduzir, porém, em gols sua superioridade técnica e é isso o que conta. Ademais, mais uma vez, a alvinegra foi prejudicada por um erro de arbitragem. O segundo pênalti marcado contra a Macaca, que determinou sua derrota, não existiu. O jogador Rodrigo Paulista encenou muito bem e o homem do apito caiu nessa. O que fazer? Na verdade, o time acabou castigado pela falta de pontaria de seus avantes. Claro que todas as derrotas são ruins, mas quando a equipe joga bem, e ainda assim perde, o gosto fica muito mais amargo. Apesar da descrença (justificável) que se apossa da torcida pontepretana, ainda acredito que não chegou a hora de se “jogar a toalha”. Afinal, há, no mínimo, dez times ainda com chances de ficar entre os quatro. A Ponte Preta, claro, é um deles. E enquanto há vida... há esperanças, obviamente.

FÉRIAS COMPULSÓRIAS

Pior do que a situação da Ponte Preta, que pelo menos tem chances, ainda, de lutar pelo acesso, é a do Guarani, precocemente eliminado, na semana passada, no Estádio Serra Dourada, de Goiânia, pelo fraco Vila Nova, para quem perdeu por 1 a 0, com aquele gol de Túlio Maravilha (ele mesmo!) no finzinho do jogo, sem oferecer maiores resistências. Com isso, o time principal do Bugre entrou em “férias compulsórias”. Parte dos jogadores foi requisitada pelo técnico Michael Robin, para integrar o grupo que disputa esse verdadeiro caça-níqueis, que é a tal Copa Federação Paulista. O treinador José Luiz Carbone, por sua vez, deixou o clube, assim como o goleiro Buzetto, que irá defender o lanterninha da Série A, o América de Natal. Outros jogadores titulares deverão deixar o Brinco de Ouro, ou emprestados, para que mantenham ritmo de jogo, ou negociados em definitivo, para que a diretoria possa fazer caixa e dessa forma honrar os inúmeros compromissos financeiros, que se acumulam, mais e mais. O jeito, agora, é pensar no Campeonato Paulista da Série A-1, que começa na segunda metade de janeiro e que pode ser a redenção do Guarani. Se fizer uma boa campanha, irá se classificar para o Campeonato Brasileiro da Série C do ano que vem e ter nova chance de voltar pelo menos à Série B. Caso contrário... A torcida bugrina não quer nem pensar.

FIM DE NOVELA

Enfim, acabou a novela referente à contratação do meia-atacante Chumbinho, por parte da Ponte Preta. Depois de idas e vindas, de marchas e contramarchas, o atleta foi, finalmente, apresentado como reforço para o técnico Nelsinho Baptista, para a arrancada final do Campeonato Brasileiro da Série B, rumo ao acesso. E, por força das circunstâncias, sua estréia está prevista para ocorrer já no próximo compromisso da Macaca, na sexta-feira, diante da sua torcida, no Majestoso, no jogo contra o Santo André. Wanderley sofreu entorse no joelho, na partida contra o Grêmio Barueri, e será desfalque certo para este confronto. A expectativa é que Chumbinho entre bem no time e faça o que sabe fazer: gols. Tudo vai depender só dele. Se estiver disposto a mostrar o bom futebol que tem, não tardará em se constituir em novo ídolo da torcida (que é justa com quem tem valor). Mas não pode se constituir em apenas “mais um” jogador do elenco, como ocorreu com tantos outros, como Márcio Guerreiro e Michel, por exemplo, que ainda não disseram a que vieram ao Majestoso. O atleta sequer tem a desculpa de falta de ritmo de jogo, porquanto vinha atuando pelo Coritiba. Da minha parte, só posso dar as boas-vindas ao Chumbinho e torcer para que ele seja, de fato, a solução para o já bom ataque pontepretano que, de uns tempos para cá, tem sofrido inexplicáveis “panes”, perdendo caminhões de gols.

MARCANDO PASSO

Não deu para o Campinas. A derrota do time, neste domingo, para a Penapolense, em Penápolis, por 3 a 0, deixou o Águia, matematicamente, sem nenhuma chance de conseguir uma vaga para a fase final do Campeonato Paulista da Série B. Resta ao clube, agora, fazer um balanço da temporada, detectar quais foram as razões desse novo fracasso, corrigir essas falhas e montar um time mais competitivo para a próxima temporada. O que fazer? Mais uma vez, não deu! E, neste ano, frise-se, a performance do Campinas foi bem inferior às dos anos anteriores, quando pelo menos passou para as etapas decisivas, embora fracassando na reta de chegada. Desta vez, nem na fase final chegou. O time até que começou bem o campeonato. Classificou-se na primeira etapa da competição com folga, fez 26 pontos e despertou a expectativa de que agora iria dar. Como se vê, não deu. O jeito é tocar a bola para frente e não desanimar.

SUPER-CRAQUE IMPRESCINDÍVEL

Ronaldinho Gaúcho mostrou, no amistoso de ontem, em Chicago, em que a Seleção Brasileira derrotou a esforçada Seleção dos Estados Unidos, por 4 a 2, que não pode ficar de fora desse time. Não que tenha feito uma partida excepcional, longe disso. Mas foi de uma eficiência a toda a prova. Os melhores passes saíram dos seus pés e, para completar, fez um belo gol de falta. Ademais, nosso super-craque não precisa provar mais nada para ninguém. Mesmo quando joga mal (que não foi o caso de ontem), pode decidir, num lampejo de genialidade, numa única jogada (daquelas que somente ele sabe fazer) uma partida em favor da Seleção Brasileira. Em linhas gerais, gostei da atuação dos comandados de Dunga. Caso o Brasil forçasse mais, o placar, certamente, seria mais elástico. Os outros dois titularíssimos da equipe, Robinho e Kaká, muito bem marcados, tiveram performances apenas discretas. Na quarta-feira, a Seleção Brasileira terá outro excelente teste, nesta fase de preparação para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. O adversário será o fatídico México, de quem, de uns tempos para cá, viramos fregueses. Basta, porém, o time jogar o feijão com arroz, sem querer inventar, para dar conta do recado. E, claro, basta Ronaldinho Gaúcho pelo menos repetir as duas boas atuações que teve contra a Argélia e ontem, contra os Estados Unidos, para devolvermos aos mexicanos os 2 a 0 da Copa América.

DUPLO DESAFIO

E não é que a defesa do São Paulo continua com os mesmíssimos sete gols sofridos com os quais encerrou o Primeiro Turno do Campeonato Brasileiro da Série A! Rogério Ceni, por sua vez, está em vias de bater, em conseqüência, um novo recorde (de tantos que já bateu), em sua vitoriosa carreira. Ou seja, o do goleiro que mais tempo ficou sem levar gols. Trata-se de um recorde estabelecido pelo paranaense Jairo, do Corinthians, há mais de trinta anos. O lateral Coelho teve, na quarta-feira, em seus pés, a chance de impedir mais essa façanha de Rogério Ceni. Teve, a seu favor, um pênalti que, se marcasse, não somente quebraria a invulnerabilidade da defesa são-paulina, como garantiria ao seu time uma importante vitória, já que a falta máxima foi marcada aos 45 minutos do Segundo Tempo. Rogério, no entanto, não deixou nada disso acontecer. Defendeu a penalidade, embora os atleticanos tenham reclamado que ele se adiantou e que a cobrança teria que voltar. Eu, se fosse o árbitro, também agiria como ele agiu. Não voltaria a cobrança. Os adversários do São Paulo têm, agora, um duplo desafio: o de derrotar o tricolor e de fazer um mísero gol que seja, mesmo que percam o jogo, na defesa são-paulina. Qual dessas marcas será quebrada primeiro?

CASO DE POLÍCIA

Lamentável, sob todos os aspectos, o que está ocorrendo no Corinthians, embora até o mais ingênuo dos ingênuos já previsse, há pelo menos três anos, que tudo isso iria ocorrer. Subitamente, o clube deixa as páginas esportivas dos jornais e revistas de todo o País para ganhar as manchetes no noticiário policial dos meios de comunicação. A Polícia Federal, após longa e meticulosa investigação, desvendou a nebulosa (e criminosa) parceria corintiana com a tal MSI. Concluiu, através de documentos e de escutas telefônicas, que a empresa gestora do Corinthians não passa de mera fachada para os negócios escusos do chefão da Máfia russa, Boris Berezovski, persona non-grata em seu país, de onde fugiu para se refugiar na Inglaterra. Nas próximas horas, a Justiça pode determinar a prisão de vários diretores do clube, principalmente do todo-poderoso Alberto Dualibi, que o conduziu a essa desastrosa (e vexaminosa) aventura. Quando a parceria foi aventada, não faltaram vozes dissonantes para alertar os dirigentes para a burrice que estavam fazendo. Em vão! E tudo o que foi previsto na oportunidade, sem tirar e nem pôr – atribuído na ocasião a meros “detratores” – está acontecendo. Como se vê, cartolas desonestos e gananciosos levaram um dos clubes mais populares e tradicionais do País à beira do abismo. E é impossível de se prever se o Corinthians conseguirá, ou não, sair dali. Lamentável!

RESPINGOS...

· Além dos problemas administrativos (e que problemas!), o Corinthians sofre com a fragilidade do seu time. Ontem, o alvinegro perdeu, em Curitiba, para o fraquíssimo Paraná, sério candidato ao rebaixamento, por 1 a 0, sem oferecer muita resistência. O time parece um bêbado: dá um passo para a frente (como na vitória, no clássico, contra o Santos, por 2 a 0) e outro para trás. Assim não dá!
· O Cruzeiro, após o tropeço, na Serra Gaúcha, frente ao Juventude, no meio da semana, para quem perdeu, por 1 a 0, reabilitou-se, ontem, diante do Grêmio, a quem venceu, no Mineirão, por 2 a 0, com dois gols da revelação boliviana, o garoto Eduardo Moreno.
· De pontinho em pontinho, o Santos, de Wanderley Luxemburgo, está chegando. Com a suada vitória, por 1 a 0, contra o Juventude, na Vila Belmiro, o time já é o terceiro colocado da competição. Seu teste decisivo, porém, será no próximo fim de semana, quando encara o líder (alguns dizem que já é o virtual campeão brasileiro) São Paulo.
· Os times cariocas estão justificando o apelido jocoso de “cavalos paraguaios”. Vasco e Botafogo despencaram na tabela, após as respectivas derrotas para o São Paulo (2 a 0) e Náutico (4 a 1).
· A luta para fugir ao rebaixamento no Campeonato Brasileiro da Série A vai ser, daqui até o final da competição, verdadeira briga de foice no escuro. O único praticamente já rebaixado é o América, de Natal. Há, porém, pelo menos sete outros clubes que precisarão fazer das tripas coração para se livrarem da degola.

· E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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