Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo, site oficial da Ponte Preta, Gaspar Nóbrega/VIPCOMM e Gazeta Photo)
TRINCA DE EMPATES
A Ponte Preta completou, na terça-feira, uma trinca de empates, ao não sair do 1 a 1, com o Paulista de Jundiaí, no Majestoso. Antes, havia empatado, pelo mesmo placar, com o Remo, também no Moisés Lucarelli, e com o Gama, no Mane Garrincha, em Brasília, oportunidade em que perdeu um caminhão de gols e voltou para Campinas com um único pontinho na sacola, deixando escapar por entre os dedos os outros dois. O torcedor otimista encara numa boa esses resultados. “Afinal, não perdeu”, dirá, não sem forte dose de razão. Não deixa de ser verdade, mas apenas em parte. O time somou mais três pontos na competição, é certo. Mas o pontepretano realista vê de outra maneira o que aconteceu nas três últimas rodadas. A Ponte Preta, na verdade, perdeu seis preciosos pontos, nos três últimos jogos, quatro dos quais em seus domínios. E, numa competição equilibrada, como é o Campeonato Brasileiro da Série B deste ano, esse é um prejuízo difícil de ser recuperado. Empatar, numa competição de pontos corridos, nunca é um bom negócio. Seria preferível vencer uma partida e, mesmo que perdesse as outras duas, ainda ficaria no lucro. Por que? Muito simples. Embora fazendo os mesmos três pontos ganhos, somaria uma vitória no cartel. E estas contam, e muito, como critérios de desempate, no final do campeonato. Recorde-se que, para esse fim, os empates não valem absolutamente nada. Daí a justa bronca da torcida pontepretana com os três últimos resultados da Macaca. A Ponte Preta permaneceu invicta, é fato. Mas patinou na tabela e despencou para a décima colocação.
PROIBIDO PARA CARDÍACO
O Guarani deste ano transformou-se num time proibido para torcedor cardíaco. Desde o Campeonato Paulista da Série A-2, quando conseguiu o acesso apenas na última rodada e com uma providencial mãozinha da Portuguesa, especializou-se em dar sustos e mais sustos em sua torcida. Na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C, deixou para os últimos minutos, e do derradeiro jogo, o que deveria ter feito nas partidas anteriores. Arrancou a classificação, no Brinco, em cima do laço, aos 44 minutos do Segundo Tempo, quando tudo parecia perdido, contra o até então desconhecido Jaguaré, do Espírito Santo, com aquele golzinho providencial e salvador de Tales. Domingo passado, ao empatar, em casa, com o Crac de Catalão, o Bugre ficou na obrigação de derrotar, ontem, o Rio Claro, igualmente no Brinco de Ouro, para não amargar uma prematura desclassificação. E começou o jogo levando um gol do adversário. Só aí se deu conta do desastre que estava se desenhando. Reagiu e fez 3 a 1, para alívio da sua torcida. Agora joga, no sábado, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, por um simples empate com o Vila Nova (a quem afundou, no ano passado, para a Série C, ao aplicar, em Goiás, uma goleada, por 5 a 1). Tem tudo para vencer e se classificar para a fase seguinte da competição. Espera-se, porém, que a classificação venha, desta vez, sem sustos. Caso contrário, os torcedores bugrinos, que sejam cardíacos, dificilmente conseguirão resistir a mais uma “forte emoção”.
CHEGADA DE REFORÇOS
A diretoria da Ponte Preta, decepcionada com a performance do time no Primeiro Turno do Campeonato Brasileiro da Série B (levando em conta o plantel que tem) resolveu sair às compras, com o objetivo de reforçar a equipe para a conquista do tão sonhado (e cada vez mais difícil) acesso à elite do futebol do País. Dois já chegaram. Um deles, inclusive, o zagueiro André Gaúcho, procedente do Ipatinga, já participou (e bem) de duas partidas. O outro, Chumbinho, acaba de chegar ao Majestoso, ansioso por estrear. A diretoria quer, ainda, mais um zagueiro e um meia armador para substituir Heverton em alguma eventualidade, cujos nomes vêm sendo mantidos em segredo, a sete chaves. Vários dos jogadores contratados no final do Campeonato Paulista decepcionaram, pelo menos até aqui. Michel, por exemplo, que começou a competição com a corda toda, nos últimos jogos se mostrou apático, sem combatividade e sem nenhuma lucidez. Leo Mineiro, de quem se falavam maravilhas, igualmente não disse, ainda, a que veio. A decepção maior é o armador Márcio Guerreiro, que não mostrou, até o momento, porque tem esse apelido. Não guerreia coisa nenhuma. Já Alê e Alex Silva pelo menos têm dado conta do recado quando são chamados a substituir algum dos titulares. Minha expectativa maior é em relação a Chumbinho. Jovem ainda, o atleta já tem passagens por grandes clubes do País e do Exterior, como São Paulo, Corinthians, Vasco e Kashima Antlers do Japão. Caso renda o que dele se espera, pode fazer uma dupla arrasadora com Alex Terra (esse sim uma contratação de peso, do alto dos dez gols que marcou em apenas nove jogos). Tanto pode barrar Wanderley (que, aliás, vem subindo muito de produção), quanto ser um terceiro atacante, nos jogos em que a Macaca tiver que encarar alguma retranca. Enfim... futebol para mostrar Chumbinho tem. Basta que tenha vontade (e competência) para tanto.
PROIBIDO DE ERRAR
Depois da derrota que sofreu no final de semana passado, em Caieiras, para o Força Sindical, por 2 a 0, o Campinas está absolutamente proibido de errar, se quiser se classificar para a fase decisiva do Campeonato Paulista da Série B. Tem que vencer seus próximos três jogos, contra Penapolense, Jabaquara e Radium de Mococa, para não depender de eventuais tropeços dos adversários. Difícil? Nem tanto, se o Águia corrigir sua instabilidade e dominar os nervos. Ademais, enfrenta dois desses adversários em seus domínios, no Cerecamp, onde tem dado, em várias ocasiões, vexames imensos. Aliás, é por causa deles que o Campinas ainda não está na Série A-3. Tem, portanto, não apenas que passar por cima do Jabaquara e do Radium, em seus domínios, como ainda se superar e atropelar a Penapolense, em Penápolis. Se fizer tudo isso, não apenas se classificará para a fase decisiva, como entrará nela cheio de moral. Se tropeçar... Bem, daí só restará montar um novo time para o Campeonato Paulista da Série B de 2008.
SUPER-CRAQUE DESENCANTA
Há muito que Ronaldinho Gaúcho, um dos raros super-craques do futebol mundial, que no Barcelona só falta fazer chover, devia uma atuação convincente com a camisa da Seleção Brasileira. É verdade que (ao contrário do que afirmam nossos medíocres cronistas esportivos) mesmo quando joga mal, o jogador é fundamental à equipe nacional. Basta sua presença em campo para que os adversários se preocupem (com acerto) com ele e coloquem dois ou três zagueiros, ou volantes, para cuidarem da sua marcação. No amistoso contra a Argélia, todavia, disputado em Montpelier, na França, Ronaldinho Gaúcho mostrou porque é um dos atletas mais cobiçados e valorizados do mundo. Entrou somente no Segundo Tempo e, com duas geniais jogadas, dessas de cinema, para serem gravadas e repetidas milhares de vezes, decidiu o jogo em favor do Brasil. E o adversário, para os mal-informados, não era uma seleçãozinha qualquer. A Argélia é hoje uma das melhores, se não a melhor seleção da África. Joga um futebol solto, ofensivo, atrevido e, de lambuja, vistoso. Deu um trabalho enorme para os comandados de Dunga. Só que não tinha Ronaldinho Gaúcho, ao contrário do Brasil. Deu no que deu. Ou seja, Seleção Brasileira 2 x Argélia 0.
MURALHA TRICOLOR
À medida em que as rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A se sucedem, e o São Paulo se distancia dos seus concorrentes na tabela de classificação, mais e mais fica evidente a eficiência da defesa tricolor, que está fazendo história na competição. Há vários jogos já que o setor defensivo são-paulino não toma um único gol. O Náutico, no domingo, bem que tentou. Mas além de não conseguir furar a muralha do São Paulo, levou, de quebra, sonora goleada, por 5 a 0, com direito a novo gol do goleiro-artilheiro, Rogério Ceni. Ontem, o Palmeiras pressionou, pressionou, mas nada. Não conseguiu superar a eficiência da zaga do favoritíssimo ao bi-campeonato nacional. Como quem não faz, toma... Levou um gol de Jorge Wagner, em jogada muito bem trabalhada com o grandalhão Aloísio. Pasmem, senhores, em 21 jogos, contra os melhores times do País, a defesa do São Paulo levou apenas sete gols! Acompanho futebol há quase 60 anos e nunca vi isso antes. Só um desastre, desses inconcebíveis, portanto, vai evitar que a taça de campeão brasileiro da temporada deixe de ir, de novo, para o Morumbi.
MARCA CENTENÁRIA
Esta coluna de hoje atinge marca histórica. É a centésima a ser divulgada no “O Escrevinhador”. Durante algum tempo, foi publicada em alguns jornais de bairro de Campinas, sem muita visibilidade, portanto. Ao trazê-la para o blog, pretendi dar-lhe maior abrangência. Ou seja, embora tratando, basicamente, dos times de Campinas, quis que ela deixasse de circular, apenas, na “minha aldeia”, e ganhasse o mundo. E parece que ganhou. Lancei-a na internet às vésperas da Copa do Mundo da Alemanha e acompanhei, com observações bastante pessoais, todos os jogos do Mundial, inclusive depois da prematura eliminação da Seleção Brasileira da competição. Embora eu seja jornalista profissional, a “Toque de Letra” não é uma coluna jornalística. Falta-lhe a imparcialidade, para que ganhe essa característica. Nunca escondi de ninguém (e nem há porque esconder) que sou torcedor apaixonado da Ponte Preta. Meus comentários, portanto, trazem o vezo do torcedor, não do cronista esportivo. Reservo-me o direito, pois, de ser parcial, não raro parcialíssimo, e sempre puxar a sardinha para a minha brasa. Ainda assim, conto com a leitura e com os comentários de integrantes de outras torcidas (que não a do meu time do coração) e espero voltar a postar uma nota, semelhante a esta, quando a coluna completar a 200ª edição, e a 300ª e a 1.000ª , e assim por diante. Aguardem-me!!!
RESPINGOS...
· Paulo César Carpeggiani foi demitido (injustamente, por sinal) do Corinthians após a goleada sofrida pelo time, em pleno Pacaembu, para o Cruzeiro, por 3 a 0. No jogo seguinte... bem, foi o que se viu ontem. Outro vexame alvinegro, que desta vez foi goleado pelo limitado Atlético Mineiro, de Emerson Leão, no Mineirão, por 5 a 2. O problema corintiano, portanto, não era o treinador. É de time mesmo!
· Outro que deu vexame, na rodada de ontem, foi o Internacional, de Abel Braga. Levou uma sapatada, de 4 a 1, do Fluminense, em pleno Beira-Rio. Como se vê, o problema do Colorado não era o Alexandre Gallo, como os torcedores apregoavam.
· Espetacular a atuação do sérvio Petkovic, com a camisa do Santos, na goleada santista, domingo, em Natal, sobre o América, por 4 a 1. Além de fazer um belo gol, o veterano armador ainda deu outros três, feitinhos, para os companheiros completarem. Esse conhece!!.
· O Atlético Paranaense está em perigosa curva descendente. Entrou na zona do rebaixamento, de onde dificilmente conseguirá fugir. O clube acaba de contratar Ney Franco, para tentar o milagre de salvá-lo da degola. Será que o ex-treinador do Flamengo é o Mandrake, para fazer tamanha mágica?
· Quem está surpreendendo todo o mundo, neste Campeonato Brasileiro, é o Vasco, do técnico Celso Roth. A equipe cruzmaltina está no encalço do Cruzeiro e quer porque quer ser pelo menos vice-campeã. Já o título... a menos que ocorra uma improvável reviravolta, tudo indica que este já tem dono: o São Paulo, do incrível Rogério Ceni.
· E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
(Fotos: Arquivo, site oficial da Ponte Preta, Gaspar Nóbrega/VIPCOMM e Gazeta Photo)
TRINCA DE EMPATES
A Ponte Preta completou, na terça-feira, uma trinca de empates, ao não sair do 1 a 1, com o Paulista de Jundiaí, no Majestoso. Antes, havia empatado, pelo mesmo placar, com o Remo, também no Moisés Lucarelli, e com o Gama, no Mane Garrincha, em Brasília, oportunidade em que perdeu um caminhão de gols e voltou para Campinas com um único pontinho na sacola, deixando escapar por entre os dedos os outros dois. O torcedor otimista encara numa boa esses resultados. “Afinal, não perdeu”, dirá, não sem forte dose de razão. Não deixa de ser verdade, mas apenas em parte. O time somou mais três pontos na competição, é certo. Mas o pontepretano realista vê de outra maneira o que aconteceu nas três últimas rodadas. A Ponte Preta, na verdade, perdeu seis preciosos pontos, nos três últimos jogos, quatro dos quais em seus domínios. E, numa competição equilibrada, como é o Campeonato Brasileiro da Série B deste ano, esse é um prejuízo difícil de ser recuperado. Empatar, numa competição de pontos corridos, nunca é um bom negócio. Seria preferível vencer uma partida e, mesmo que perdesse as outras duas, ainda ficaria no lucro. Por que? Muito simples. Embora fazendo os mesmos três pontos ganhos, somaria uma vitória no cartel. E estas contam, e muito, como critérios de desempate, no final do campeonato. Recorde-se que, para esse fim, os empates não valem absolutamente nada. Daí a justa bronca da torcida pontepretana com os três últimos resultados da Macaca. A Ponte Preta permaneceu invicta, é fato. Mas patinou na tabela e despencou para a décima colocação.
PROIBIDO PARA CARDÍACO
O Guarani deste ano transformou-se num time proibido para torcedor cardíaco. Desde o Campeonato Paulista da Série A-2, quando conseguiu o acesso apenas na última rodada e com uma providencial mãozinha da Portuguesa, especializou-se em dar sustos e mais sustos em sua torcida. Na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C, deixou para os últimos minutos, e do derradeiro jogo, o que deveria ter feito nas partidas anteriores. Arrancou a classificação, no Brinco, em cima do laço, aos 44 minutos do Segundo Tempo, quando tudo parecia perdido, contra o até então desconhecido Jaguaré, do Espírito Santo, com aquele golzinho providencial e salvador de Tales. Domingo passado, ao empatar, em casa, com o Crac de Catalão, o Bugre ficou na obrigação de derrotar, ontem, o Rio Claro, igualmente no Brinco de Ouro, para não amargar uma prematura desclassificação. E começou o jogo levando um gol do adversário. Só aí se deu conta do desastre que estava se desenhando. Reagiu e fez 3 a 1, para alívio da sua torcida. Agora joga, no sábado, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, por um simples empate com o Vila Nova (a quem afundou, no ano passado, para a Série C, ao aplicar, em Goiás, uma goleada, por 5 a 1). Tem tudo para vencer e se classificar para a fase seguinte da competição. Espera-se, porém, que a classificação venha, desta vez, sem sustos. Caso contrário, os torcedores bugrinos, que sejam cardíacos, dificilmente conseguirão resistir a mais uma “forte emoção”.
CHEGADA DE REFORÇOS
A diretoria da Ponte Preta, decepcionada com a performance do time no Primeiro Turno do Campeonato Brasileiro da Série B (levando em conta o plantel que tem) resolveu sair às compras, com o objetivo de reforçar a equipe para a conquista do tão sonhado (e cada vez mais difícil) acesso à elite do futebol do País. Dois já chegaram. Um deles, inclusive, o zagueiro André Gaúcho, procedente do Ipatinga, já participou (e bem) de duas partidas. O outro, Chumbinho, acaba de chegar ao Majestoso, ansioso por estrear. A diretoria quer, ainda, mais um zagueiro e um meia armador para substituir Heverton em alguma eventualidade, cujos nomes vêm sendo mantidos em segredo, a sete chaves. Vários dos jogadores contratados no final do Campeonato Paulista decepcionaram, pelo menos até aqui. Michel, por exemplo, que começou a competição com a corda toda, nos últimos jogos se mostrou apático, sem combatividade e sem nenhuma lucidez. Leo Mineiro, de quem se falavam maravilhas, igualmente não disse, ainda, a que veio. A decepção maior é o armador Márcio Guerreiro, que não mostrou, até o momento, porque tem esse apelido. Não guerreia coisa nenhuma. Já Alê e Alex Silva pelo menos têm dado conta do recado quando são chamados a substituir algum dos titulares. Minha expectativa maior é em relação a Chumbinho. Jovem ainda, o atleta já tem passagens por grandes clubes do País e do Exterior, como São Paulo, Corinthians, Vasco e Kashima Antlers do Japão. Caso renda o que dele se espera, pode fazer uma dupla arrasadora com Alex Terra (esse sim uma contratação de peso, do alto dos dez gols que marcou em apenas nove jogos). Tanto pode barrar Wanderley (que, aliás, vem subindo muito de produção), quanto ser um terceiro atacante, nos jogos em que a Macaca tiver que encarar alguma retranca. Enfim... futebol para mostrar Chumbinho tem. Basta que tenha vontade (e competência) para tanto.
PROIBIDO DE ERRAR
Depois da derrota que sofreu no final de semana passado, em Caieiras, para o Força Sindical, por 2 a 0, o Campinas está absolutamente proibido de errar, se quiser se classificar para a fase decisiva do Campeonato Paulista da Série B. Tem que vencer seus próximos três jogos, contra Penapolense, Jabaquara e Radium de Mococa, para não depender de eventuais tropeços dos adversários. Difícil? Nem tanto, se o Águia corrigir sua instabilidade e dominar os nervos. Ademais, enfrenta dois desses adversários em seus domínios, no Cerecamp, onde tem dado, em várias ocasiões, vexames imensos. Aliás, é por causa deles que o Campinas ainda não está na Série A-3. Tem, portanto, não apenas que passar por cima do Jabaquara e do Radium, em seus domínios, como ainda se superar e atropelar a Penapolense, em Penápolis. Se fizer tudo isso, não apenas se classificará para a fase decisiva, como entrará nela cheio de moral. Se tropeçar... Bem, daí só restará montar um novo time para o Campeonato Paulista da Série B de 2008.
SUPER-CRAQUE DESENCANTA
Há muito que Ronaldinho Gaúcho, um dos raros super-craques do futebol mundial, que no Barcelona só falta fazer chover, devia uma atuação convincente com a camisa da Seleção Brasileira. É verdade que (ao contrário do que afirmam nossos medíocres cronistas esportivos) mesmo quando joga mal, o jogador é fundamental à equipe nacional. Basta sua presença em campo para que os adversários se preocupem (com acerto) com ele e coloquem dois ou três zagueiros, ou volantes, para cuidarem da sua marcação. No amistoso contra a Argélia, todavia, disputado em Montpelier, na França, Ronaldinho Gaúcho mostrou porque é um dos atletas mais cobiçados e valorizados do mundo. Entrou somente no Segundo Tempo e, com duas geniais jogadas, dessas de cinema, para serem gravadas e repetidas milhares de vezes, decidiu o jogo em favor do Brasil. E o adversário, para os mal-informados, não era uma seleçãozinha qualquer. A Argélia é hoje uma das melhores, se não a melhor seleção da África. Joga um futebol solto, ofensivo, atrevido e, de lambuja, vistoso. Deu um trabalho enorme para os comandados de Dunga. Só que não tinha Ronaldinho Gaúcho, ao contrário do Brasil. Deu no que deu. Ou seja, Seleção Brasileira 2 x Argélia 0.
MURALHA TRICOLOR
À medida em que as rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A se sucedem, e o São Paulo se distancia dos seus concorrentes na tabela de classificação, mais e mais fica evidente a eficiência da defesa tricolor, que está fazendo história na competição. Há vários jogos já que o setor defensivo são-paulino não toma um único gol. O Náutico, no domingo, bem que tentou. Mas além de não conseguir furar a muralha do São Paulo, levou, de quebra, sonora goleada, por 5 a 0, com direito a novo gol do goleiro-artilheiro, Rogério Ceni. Ontem, o Palmeiras pressionou, pressionou, mas nada. Não conseguiu superar a eficiência da zaga do favoritíssimo ao bi-campeonato nacional. Como quem não faz, toma... Levou um gol de Jorge Wagner, em jogada muito bem trabalhada com o grandalhão Aloísio. Pasmem, senhores, em 21 jogos, contra os melhores times do País, a defesa do São Paulo levou apenas sete gols! Acompanho futebol há quase 60 anos e nunca vi isso antes. Só um desastre, desses inconcebíveis, portanto, vai evitar que a taça de campeão brasileiro da temporada deixe de ir, de novo, para o Morumbi.
MARCA CENTENÁRIA
Esta coluna de hoje atinge marca histórica. É a centésima a ser divulgada no “O Escrevinhador”. Durante algum tempo, foi publicada em alguns jornais de bairro de Campinas, sem muita visibilidade, portanto. Ao trazê-la para o blog, pretendi dar-lhe maior abrangência. Ou seja, embora tratando, basicamente, dos times de Campinas, quis que ela deixasse de circular, apenas, na “minha aldeia”, e ganhasse o mundo. E parece que ganhou. Lancei-a na internet às vésperas da Copa do Mundo da Alemanha e acompanhei, com observações bastante pessoais, todos os jogos do Mundial, inclusive depois da prematura eliminação da Seleção Brasileira da competição. Embora eu seja jornalista profissional, a “Toque de Letra” não é uma coluna jornalística. Falta-lhe a imparcialidade, para que ganhe essa característica. Nunca escondi de ninguém (e nem há porque esconder) que sou torcedor apaixonado da Ponte Preta. Meus comentários, portanto, trazem o vezo do torcedor, não do cronista esportivo. Reservo-me o direito, pois, de ser parcial, não raro parcialíssimo, e sempre puxar a sardinha para a minha brasa. Ainda assim, conto com a leitura e com os comentários de integrantes de outras torcidas (que não a do meu time do coração) e espero voltar a postar uma nota, semelhante a esta, quando a coluna completar a 200ª edição, e a 300ª e a 1.000ª , e assim por diante. Aguardem-me!!!
RESPINGOS...
· Paulo César Carpeggiani foi demitido (injustamente, por sinal) do Corinthians após a goleada sofrida pelo time, em pleno Pacaembu, para o Cruzeiro, por 3 a 0. No jogo seguinte... bem, foi o que se viu ontem. Outro vexame alvinegro, que desta vez foi goleado pelo limitado Atlético Mineiro, de Emerson Leão, no Mineirão, por 5 a 2. O problema corintiano, portanto, não era o treinador. É de time mesmo!
· Outro que deu vexame, na rodada de ontem, foi o Internacional, de Abel Braga. Levou uma sapatada, de 4 a 1, do Fluminense, em pleno Beira-Rio. Como se vê, o problema do Colorado não era o Alexandre Gallo, como os torcedores apregoavam.
· Espetacular a atuação do sérvio Petkovic, com a camisa do Santos, na goleada santista, domingo, em Natal, sobre o América, por 4 a 1. Além de fazer um belo gol, o veterano armador ainda deu outros três, feitinhos, para os companheiros completarem. Esse conhece!!.
· O Atlético Paranaense está em perigosa curva descendente. Entrou na zona do rebaixamento, de onde dificilmente conseguirá fugir. O clube acaba de contratar Ney Franco, para tentar o milagre de salvá-lo da degola. Será que o ex-treinador do Flamengo é o Mandrake, para fazer tamanha mágica?
· Quem está surpreendendo todo o mundo, neste Campeonato Brasileiro, é o Vasco, do técnico Celso Roth. A equipe cruzmaltina está no encalço do Cruzeiro e quer porque quer ser pelo menos vice-campeã. Já o título... a menos que ocorra uma improvável reviravolta, tudo indica que este já tem dono: o São Paulo, do incrível Rogério Ceni.
· E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
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