Pedro J. Bondaczuk
O homem, mesmo que não se dê conta, persegue, no decorrer da sua vida útil, (aquele período que sucede à adolescência em que já se sente preparado para mostrar a que veio ao mundo), a imortalidade. Não a física, obviamente, porquanto esta, todos sabem de sobejo, é absolutamente impossível. Busca-se, sim, imortalizar a memória, a lembrança, o nome. Alguns, limitam-se a sonhar com a notoriedade, esquecidos de que ela tem um preço, em geral altíssimo. Outros, dedicam a vida na perseguição desse objetivo. Isso é válido? Não sei!
Para conseguir esse status de “imortais”, as pessoas precisam, todavia, fazer algo de excepcional: erigir uma obra, praticar um ato inusitado de heroísmo, ter amor ilimitado por alguém, salvar uma vida etc. Para ser notável é preciso, antes de tudo, ser notado. Do contrário, de nada valerá sua notoriedade. Mas essa não pode e não deve ser obtida, como ocorre em alguns casos, pelo fato da pessoa ser alguma aberração, ou por assumir uma postura patética, ou pelo insólito da sua aparência, ou pelo ridículo da sua figura. Nestes casos, ela consegue, de fato, despertar a atenção alheia, mas por alguns irrisórios instantes. Acaba esquecida e ignorada pouco tempo depois.
Todos temos em nós um artista, um cientista, um atleta ou um filósofo (não importa) embora muitas vezes não nos pareça que seja assim. Ocorre que alguns sufocam esses pendores naturais, voltados que estão para coisas aparentemente mais importantes, mais "sérias" e que, na verdade, quando submetidas a uma análise lógica mínima, se revelam supérfluas, triviais, fantasiosas e absolutamente dispensáveis. Só a arte dá dimensões divinas ao ser humano. É por seu intermédio que ele verdadeiramente se revela em toda a sua grandeza e transcendência.
Criar, seja o que for, também é descobrir. É, sobretudo, ousar. É ter coragem para aceitar o risco do ridículo. É desafiar o sistema vigente com alguma novidade. É enriquecer o patrimônio da própria humanidade. Mas é colher os frutos, desse supremo ato, com humildade.
Ressalte-se que o sucesso (e cada um tem sua visão particular do que ele seja) embora dependa de circunstâncias, tem, também, elementos de autodisciplina, de determinação, de clarividência e de muita, muitíssima vontade. Consideramos que ser bem-sucedido seja marcar o nome na história com algum feito benéfico para a humanidade. De fato é, pelo menos na maioria dos casos. Mas nem sempre é o que ocorre. É mister ressaltar que nem é necessário ser reconhecido pelo nome para que se seja “eterno”.
Quem descobriu a maneira de produzir fogo à hora em que desejasse e precisasse, por exemplo, se eternizou nessa descoberta. O mesmo aconteceu com o inventor da roda, que tanto contribuiu para o desenvolvimento da civilização. Não se sabe quem foi, mas se tem certeza da sua existência. E sua imortalidade reside nesta invenção.
Reitero, porém, que as grandes obras, tanto as legadas pelos antepassados, quanto as produzidas pelas pessoas da presente geração – que se constituem em preciosos e perpétuos patrimônios da humanidade – não são, apenas, as materiais, concretas, palpáveis, visíveis e manipuláveis. Não se restringem, portanto, ao âmbito da ciência, da tecnologia, das artes ou da indústria.
Não se prestam a avaliações só pelos critérios econômicos, pelo quanto as pessoas que as desejam estão dispostas a pagar para tê-las. Isso conta, evidentemente, numa civilização consumista, como a nossa, mas não é o essencial. Atos de solidariedade, de grandeza, de dedicação ao próximo e de desprendimento (cada vez mais raros nestes tempos “bicudos” que vivemos), podem imortalizar os que os praticam e fazê-los respeitados, admirados e, sobretudo, reverenciados através dos anos, dos séculos e dos milênios. Concordo, pois, plenamente, com a observação do eminente arquiteto francês, Le Corbusier, quando afirma: “Aquilo que fica das atividades humanas não é o que serve, mas o que emociona”. Melhor ainda, claro, é quando têm ambas as características. Ou seja, que tenha utilidade e que, ao mesmo tempo, provoque emoções.
Embora seja o óbvio, raramente nos damos conta que do mundo nada levaremos, quando viermos a morrer, mas apenas “deixaremos”: obras, idéias, conceitos, exemplos, lembranças etc. Se bons ou maus, só o tempo irá mostrar. Muitas das pessoas especiais, abnegadas e nobres (diria, a grande maioria), que dedicaram suas vidas a ajudar e a socorrer o próximo, não deixaram nem mesmo registros pessoais do que fizeram (ou por modéstia, ou por falta de convicção do valor dos seus atos ou, apenas, por não terem tempo para isso).
Não nos legaram nenhum escrito, nenhuma autobiografia e nem mesmo um simples diário. Foram, porém, imortalizadas por artistas de renome, como personagens de romances, de contos ou de peças teatrais ou como fontes de inspiração de crônicas, ensaios e biografias, pela impressão que deixaram, tamanha a magnitude do que fizeram. Limitaram-se a agir, sem se preocupar com o que os outros pensavam. Por isso, “emocionaram”. E tornaram-se, por conseqüência, imortais...
O homem, mesmo que não se dê conta, persegue, no decorrer da sua vida útil, (aquele período que sucede à adolescência em que já se sente preparado para mostrar a que veio ao mundo), a imortalidade. Não a física, obviamente, porquanto esta, todos sabem de sobejo, é absolutamente impossível. Busca-se, sim, imortalizar a memória, a lembrança, o nome. Alguns, limitam-se a sonhar com a notoriedade, esquecidos de que ela tem um preço, em geral altíssimo. Outros, dedicam a vida na perseguição desse objetivo. Isso é válido? Não sei!
Para conseguir esse status de “imortais”, as pessoas precisam, todavia, fazer algo de excepcional: erigir uma obra, praticar um ato inusitado de heroísmo, ter amor ilimitado por alguém, salvar uma vida etc. Para ser notável é preciso, antes de tudo, ser notado. Do contrário, de nada valerá sua notoriedade. Mas essa não pode e não deve ser obtida, como ocorre em alguns casos, pelo fato da pessoa ser alguma aberração, ou por assumir uma postura patética, ou pelo insólito da sua aparência, ou pelo ridículo da sua figura. Nestes casos, ela consegue, de fato, despertar a atenção alheia, mas por alguns irrisórios instantes. Acaba esquecida e ignorada pouco tempo depois.
Todos temos em nós um artista, um cientista, um atleta ou um filósofo (não importa) embora muitas vezes não nos pareça que seja assim. Ocorre que alguns sufocam esses pendores naturais, voltados que estão para coisas aparentemente mais importantes, mais "sérias" e que, na verdade, quando submetidas a uma análise lógica mínima, se revelam supérfluas, triviais, fantasiosas e absolutamente dispensáveis. Só a arte dá dimensões divinas ao ser humano. É por seu intermédio que ele verdadeiramente se revela em toda a sua grandeza e transcendência.
Criar, seja o que for, também é descobrir. É, sobretudo, ousar. É ter coragem para aceitar o risco do ridículo. É desafiar o sistema vigente com alguma novidade. É enriquecer o patrimônio da própria humanidade. Mas é colher os frutos, desse supremo ato, com humildade.
Ressalte-se que o sucesso (e cada um tem sua visão particular do que ele seja) embora dependa de circunstâncias, tem, também, elementos de autodisciplina, de determinação, de clarividência e de muita, muitíssima vontade. Consideramos que ser bem-sucedido seja marcar o nome na história com algum feito benéfico para a humanidade. De fato é, pelo menos na maioria dos casos. Mas nem sempre é o que ocorre. É mister ressaltar que nem é necessário ser reconhecido pelo nome para que se seja “eterno”.
Quem descobriu a maneira de produzir fogo à hora em que desejasse e precisasse, por exemplo, se eternizou nessa descoberta. O mesmo aconteceu com o inventor da roda, que tanto contribuiu para o desenvolvimento da civilização. Não se sabe quem foi, mas se tem certeza da sua existência. E sua imortalidade reside nesta invenção.
Reitero, porém, que as grandes obras, tanto as legadas pelos antepassados, quanto as produzidas pelas pessoas da presente geração – que se constituem em preciosos e perpétuos patrimônios da humanidade – não são, apenas, as materiais, concretas, palpáveis, visíveis e manipuláveis. Não se restringem, portanto, ao âmbito da ciência, da tecnologia, das artes ou da indústria.
Não se prestam a avaliações só pelos critérios econômicos, pelo quanto as pessoas que as desejam estão dispostas a pagar para tê-las. Isso conta, evidentemente, numa civilização consumista, como a nossa, mas não é o essencial. Atos de solidariedade, de grandeza, de dedicação ao próximo e de desprendimento (cada vez mais raros nestes tempos “bicudos” que vivemos), podem imortalizar os que os praticam e fazê-los respeitados, admirados e, sobretudo, reverenciados através dos anos, dos séculos e dos milênios. Concordo, pois, plenamente, com a observação do eminente arquiteto francês, Le Corbusier, quando afirma: “Aquilo que fica das atividades humanas não é o que serve, mas o que emociona”. Melhor ainda, claro, é quando têm ambas as características. Ou seja, que tenha utilidade e que, ao mesmo tempo, provoque emoções.
Embora seja o óbvio, raramente nos damos conta que do mundo nada levaremos, quando viermos a morrer, mas apenas “deixaremos”: obras, idéias, conceitos, exemplos, lembranças etc. Se bons ou maus, só o tempo irá mostrar. Muitas das pessoas especiais, abnegadas e nobres (diria, a grande maioria), que dedicaram suas vidas a ajudar e a socorrer o próximo, não deixaram nem mesmo registros pessoais do que fizeram (ou por modéstia, ou por falta de convicção do valor dos seus atos ou, apenas, por não terem tempo para isso).
Não nos legaram nenhum escrito, nenhuma autobiografia e nem mesmo um simples diário. Foram, porém, imortalizadas por artistas de renome, como personagens de romances, de contos ou de peças teatrais ou como fontes de inspiração de crônicas, ensaios e biografias, pela impressão que deixaram, tamanha a magnitude do que fizeram. Limitaram-se a agir, sem se preocupar com o que os outros pensavam. Por isso, “emocionaram”. E tornaram-se, por conseqüência, imortais...
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