Meus fantasmas
Pedro J. Bondaczuk
Quando a noite vai chegando,
lentamente, de mansinho,
de mansinho, de mansinho,
quase imperceptivelmente,
meus fantasmas aparecem,
de mansinho, lentamente
e se acomodam.
Tomam posse
da mente vazia,
da vida solitária,
de uma cadeira vaga,
da biblioteca,
da escrivaninha em desordem,
dos blocos em branco,
da caneta esquecida,
da mão esquerda
e escrevem, escrevem tolices
que me serão imputadas.
A noite, boitatá voraz,
pisca seus olhos de fogo,
arrasta-se pelo tempo
e é consumida pela serpente
de outro dia vazio.
E meus fantasmas, bonachões,
partem silenciosos, de mansinho,
levando novos fantasmas
que a noite, moribunda, gerou.
Um dia, quando o Tempo
consumir todo o meu tempo,
e quando a infiel boitatá
devorar os olhos meus,
com cada novo fantasma,
que em tanta noite nasceu,
partirá a última sombra:
e essa sombra... serei eu.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
Quando a noite vai chegando,
lentamente, de mansinho,
de mansinho, de mansinho,
quase imperceptivelmente,
meus fantasmas aparecem,
de mansinho, lentamente
e se acomodam.
Tomam posse
da mente vazia,
da vida solitária,
de uma cadeira vaga,
da biblioteca,
da escrivaninha em desordem,
dos blocos em branco,
da caneta esquecida,
da mão esquerda
e escrevem, escrevem tolices
que me serão imputadas.
A noite, boitatá voraz,
pisca seus olhos de fogo,
arrasta-se pelo tempo
e é consumida pela serpente
de outro dia vazio.
E meus fantasmas, bonachões,
partem silenciosos, de mansinho,
levando novos fantasmas
que a noite, moribunda, gerou.
Um dia, quando o Tempo
consumir todo o meu tempo,
e quando a infiel boitatá
devorar os olhos meus,
com cada novo fantasma,
que em tanta noite nasceu,
partirá a última sombra:
e essa sombra... serei eu.
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