Saturday, October 29, 2011







Frágil

Pedro J. Bondaczuk

Frágil:
a fragilidade
é característica
dos sonhos,
dos ideais,
da nossa lida,
das convicções,
da vida...

Frágil
como delicada
taça de cristal
que se rompe
a um toque
desastrado.

Frágil
como a pétala
de uma flor
arrancada
da corola,
como borboleta
guardada
como troféu,
como beija-flor,
como amizades
como o amor.

Frágil
qual recém-nascido
abandonado
ao próprio
destino.

Frágeis
são nossas
crenças,
mutantes,
incertas,
volúveis,
cessantes.

Frágeis
são nossos
sonhos
à mercê
das circunstâncias.

Frágeis
são os ideais
de igualdade
fraternidade
e solidariedade
adstritos
às ambições.

Frágeis
são meus
versos loucos
dependentes
de emoções
voláteis.

Frágil
é minha tristeza
minha alegria
minha certeza,
minha agonia,
pois frágil mesmo
é minha poesia.

Frágeis
os amores
unilaterais
estéreis e sem
correspondência.

Frágil,
criatura querida,
é esta estrutura
metamorfoseada,
ora jovem,
ora envelhecida,
porquanto
fragílima
é nossa vida.

Frágil é tudo:
o universo,
as estrelas,
o tempo
e o vento,
pois, creia,
a fragilidade
é a característica
dos sonhos,
da realidade,
da mentira,
da verdade,
dos ideais,
das artes,
da ciência
da filosofia
de tudo, enfim
da existência.


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