Saturday, May 28, 2011







Sangue de Lucifer

Pedro J. Bondaczuk

Metal maldito,
sangue das chagas
de Lucifer, ferido
pelo arcanjo Miguel.

Metal demoníaco
que desperta instintos
vis e sanguinários,
vírus de cupidez.

Inanimado monstro,
simulacro de Baal,
‘que se alimenta
de cadáveres,
de vísceras,
do sangue
dos oprimidos.

Divindade dos tíbios,
dos escravos do erro,
de vida nada exemplar,
que de sua substância
erigiram o bezerro
diante do qual se prostrar.

Lágrimas do sol
corrompidas, cáusticas,
vertidas pelos
filhos de Inca.

Fonte de ambições
desenfreadas que
selou o epitáfio
de Montezuma
e sua civilização.

Ditadora de vontades,
implacável tirana
que escraviza mortais
que se julgam eternos.

Cornucópia de Pandora,
de todos males da terra,
que dissimula, com
vilania, as benesses
bem vindas de Ceres.

Monstruosa geratriz
de demência que
trucida a justiça
e pisoteia a moral,

Frágil fio que
sustenta a
Espada de Damócles
da corrupção
e do engano.

Fonte de dissenções
inspiradora de guerras,
que extingue a moral,
a justiça e a bondade.
Homicida e corruptora.

Metal maldito,
sangue das chagas
de Lucifer, ferido
Pelo arcanjo Miguel.
Fútil, ilusório tesouro,
mera pedra inanimada,
matéria prima de
homicidas e vilões,
demônio louro,
sagaz e tentador
mais conhecido como
jóia ou como ouro!

(Poema composto em Campinas, em 7 de maio de 1975).


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