Saturday, April 24, 2010




Soneto à doce amada-LXVII

Pedro J. Bondaczuk

Ó, doce amada, já vão tão distantes
os anos dourados da juventude!
O tempo é tirano e nos ilude,
mas amo-a hoje mais até que antes.

Quatro décadas tenho-a comigo.
Nós divergimos em tantos assuntos!
Mas não me sinto só face ao perigo:
somos unos, separados, mas juntos.

Superamos cansaços, decepções,
nossos passos são seguros e retos.
partilhamos corpos e emoções.

Amada, tantos sonhos, tanta luta,
(e só por isso minha alma exulta),
refletem-se na doçura dos netos.

(Soneto composto em Campinas, em 10 de abril de 2010).

No comments: