Saturday, April 10, 2010




Soneto à doce amada-LXV

Pedro J. Bondaczuk

Minha lira, por hoje, está calada.
Apenas soluça nota perdida,
o lamento amargo da despedida:
ela se foi! Não me resta mais nada!

Ei-la que segue, por bosques floridos,
por campos abertos, vastos trigais.
Ouço um murmúrio: adeus, nunca mais...
Meus sonhos e planos estão perdidos!

Ei-la que segue, passo resoluto.
Pássaros revoam ao seu redor,
gorjeiam, louvam um amor maior

e reproduzem os anseios meus.
O meu coração, hoje, está de luto.
Já não mais canta. Soluça, em adeus!

(Soneto composto em Campinas, em 30 de outubro de 1965).

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