Saturday, April 17, 2010




Soneto à doce amada-LXVI

Pedro J. Bondaczuk

Noite. Noite tempestuosa e quente.
Raios riscam o céu, tantos trovões
ecoam, soturnos, nos paredões
assustando, ruidosos, tanta gente.

Tempestuoso, meu coração sente
morrerem, uma a uma, ilusões..
Desatam-se, da esperança, os cordões,
sinto-me nu, assim, completamente.

Saio, aturdido, despido à sacada.
Esbravejo, impreco o temporal.
Arrojo ao solo a dourada aliança.

A chuva cessa e a providencial
paz se instala. Retomo a confiança,
vejo-a ao longe, voltando, doce amada.

(Soneto composto em Campinas, em 14 de fevereiro de 2010).

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