Thursday, August 27, 2009

REFLEXÂO DO DIA


Quando tentamos convencer alguém da exatidão de uma idéia que sequer temos absoluta convicção de ser correta, nossa responsabilidade se multiplica. Podemos, com isso, induzir o interlocutor ao erro, não raro de conseqüências irreparáveis. Agostinho da Silva, no livro “Textos e ensaios filosóficos”, recomenda: “Nunca se precipite a aderir; não se deixe levar por nenhum sentimento, exceto o do amor de entendimento, de ver o mais possível claro dentro e fora de si; critique tudo o que receba e não deixe que nada se deposite no seu espírito senão pela peneira da crítica, pelo critério da coerência, pela concordância dos fatos”. E a recomendação é válida, óbvio, quer sejamos artistas, quer cientistas ou mesmo que não exerçamos nenhuma atividade congênere, mas pretendamos pensar e agir com sabedoria e bom-senso. Nossa responsabilidade, é óbvio, se agiganta se tivermos, na sociedade, o papel de “formadores de opinião”. Trata-se de uma tarefa destinada a poucos que tenham, como principal virtude, o bom-senso e a capacidade de filtrar idéias e conceitos. Poucos a têm.

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