Quando tentamos convencer alguém da exatidão de uma idéia que sequer temos absoluta convicção de ser correta, nossa responsabilidade se multiplica. Podemos, com isso, induzir o interlocutor ao erro, não raro de conseqüências irreparáveis. Agostinho da Silva, no livro “Textos e ensaios filosóficos”, recomenda: “Nunca se precipite a aderir; não se deixe levar por nenhum sentimento, exceto o do amor de entendimento, de ver o mais possível claro dentro e fora de si; critique tudo o que receba e não deixe que nada se deposite no seu espírito senão pela peneira da crítica, pelo critério da coerência, pela concordância dos fatos”. E a recomendação é válida, óbvio, quer sejamos artistas, quer cientistas ou mesmo que não exerçamos nenhuma atividade congênere, mas pretendamos pensar e agir com sabedoria e bom-senso. Nossa responsabilidade, é óbvio, se agiganta se tivermos, na sociedade, o papel de “formadores de opinião”. Trata-se de uma tarefa destinada a poucos que tenham, como principal virtude, o bom-senso e a capacidade de filtrar idéias e conceitos. Poucos a têm.
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