Há quem nasça com dupla vocação (e são muitos): para as artes e a ciência. Alguns (a maioria) optam por uma delas. Outros, no entanto, exercem, com a mesma desenvoltura e competência, ambas, sem conflitos. Posso citar, sem precisar pensar muito, Isaac Asimov (autor de inúmeras histórias de ficção científica), Carl Sagan e até Albert Einstein, criador da Teoria da Relatividade, que escreveu memorável livro, “Como vejo o mundo”, em que demonstrou inequívoco talento de escritor. Paulo Mendes Campos escreveu, sobre essas duas disciplinas, na crônica “Palavras e frases” (publicada na Revista Manchete, em 18 de março de 1967): “Ciência: brinquedo dos homens graves; arte: ciência dos homens crianças”. Concordo com o escritor, mas somente em parte. Ele dá a entender que essas duas formas de expressão do espírito são excludentes. Reitero: não são. São complementares. Prefiro a observação do norte-americano Will Durant, em seu clássico “Filosofia da Vida”: “Arte sem ciência é pobreza, mas ciência sem arte é barbárie”.
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