Pedro J. Bondaczuk
“A pressa é inimiga da perfeição”, diz conhecidíssimo ditado, que como a maioria dos ditos populares, espelha uma grande verdade. Somos, muitas vezes, impacientes, a pretexto de sermos rápidos, e pagamos preço não raro proibitivo por isso. Arruinamos, por exemplo, algum projeto que tinha tudo para dar certo, desde que realizado por etapas, com planejamento e atenção, apenas por não sabermos esperar o momento adequado para agir..
Muitos confundem “rapidez” com “pressa”. Embora pareçam ser a mesma coisa, essas duas palavras estão muito distantes de serem sinônimas. Posso ser rápido no que faço sem, no entanto, ser apressado. Como? Se for treinado para o que estou fazendo, provavelmente o farei a cada dia em tempo menor que na véspera. E isso sem que sequer note esse ganho.
Quanto à pressa... Não raro ela me leva a pretender “queimar” etapas, justamente as que não podem ser queimadas. O resultado é o fracasso do empreendimento (não importa qual) e, exclusivamente, por culpa da minha impaciência. E não adianta culpar os outros pelo insucesso, como os fracassados costumam fazer..
Destaco, porém, que ser paciente está longe de ser preguiçoso. Significa, isto sim, saber esperar o momento adequado para agir e estar, simultaneamente, bem-preparado para ser o mais eficiente possível quando ele chegar. É não “querer passar o carro na frente dos bois”, o que nunca deu e nunca dará certo. É ser rápido, quando as circunstâncias exigirem rapidez, mas nunca apressado, tentando compensar o tempo desperdiçado.
Paulo Coelho escreveu, há já algum tempo, cativante texto que ilustra a caráter estas considerações. Intitula-se “A história das duas rãs”, e foi publicado em uma das colunas que este campeão de venda de livros então assinava no jornal “O Globo”. Não anotei a data da publicação (estão vendo? Fui afoito, apressado, impaciente e não fiz o que deveria fazer), mas suspeito que tenha sido em 1998. Peço licença a você, fiel leitor, para reproduzi-la, pois ilustra muito bem essa questão:
“Existem certas horas em que a paciência – por mais difícil que seja – é a única maneira de suportar determinados problemas. A famosa história a seguir ilustra bem a virtude de saber esperar: Duas rãs caíram dentro de uma jarra de leite. Uma era grande e forte, mas impaciente – e confiando na sua forma física, lutou a noite inteira, debatendo-se para escapar. A outra rã era pequena e frágil. Como sabia que não teria energia para lutar contra seu destino, resolveu entregar-se. Com suas patas, fez apenas os movimentos necessários para manter-se na superfície, sabendo que cedo ou tarde iria morrer. ‘Quando não se pode fazer nada, nada se deve fazer’ pensava ela. E assim as duas passaram a noite – uma na tentativa desesperada de salvar-se, a outra aceitando com tranqüilidade à idéia da morte. Exausta com o esforço, a rã maior não agüentou e morreu afogada. A outra rã conseguiu boiar a noite inteira – e quando, na manhã seguinte, resolveu entregar-se, reparou que os movimentos de sua companheira haviam transformado o leite em manteiga. Tudo o que teve de fazer foi pular para fora da jarra”.
Não raro, confiamos em demasia em nossa força, inteligência e aptidão e sequer nos damos conta que elas não são tão grandes e poderosas quanto gostaríamos (e achamos) que fossem. Apressados, buscamos soluções imediatas, que nem sempre estão disponíveis, ou sequer visíveis no horizonte. Confiantes em nossa capacidade, como a rã maior da historinha de Paulo Coelho, pulamos, nos debatemos, insistimos e tornamos a insistir no que visivelmente não está dando certo. Acabamos por exaurir nossas forças e nos afogar.
Tivéssemos a humildade da rã menor, nos salvaríamos sem sequer precisar de nenhum esforço. Bastaria observar exemplos alheios e seu fracasso por causa da impaciência. Não precisaríamos sequer agitar o leite para que este se transformasse em manteiga. O apressado, o afoito, o impaciente faria isso por nós.
Claro que há circunstâncias e circunstâncias. Nem tudo na vida é tão simples, direto e claro. Há situações em que a ação é o único caminho para a salvação. Temos, todavia, que estar preparados para elas. Como? Planejando, com paciência e sabedoria, nossos passos. Prevenindo-nos para circunstâncias extremas. Treinando para fazer o que deve ser feito com rapidez, mas sem pressa. Enquanto ser rápido é ser dotado de preciosa aptidão, ser apressado é um grave defeito, que não raro nos conduz ao fracasso e à decepção.
“A pressa é inimiga da perfeição”, diz conhecidíssimo ditado, que como a maioria dos ditos populares, espelha uma grande verdade. Somos, muitas vezes, impacientes, a pretexto de sermos rápidos, e pagamos preço não raro proibitivo por isso. Arruinamos, por exemplo, algum projeto que tinha tudo para dar certo, desde que realizado por etapas, com planejamento e atenção, apenas por não sabermos esperar o momento adequado para agir..
Muitos confundem “rapidez” com “pressa”. Embora pareçam ser a mesma coisa, essas duas palavras estão muito distantes de serem sinônimas. Posso ser rápido no que faço sem, no entanto, ser apressado. Como? Se for treinado para o que estou fazendo, provavelmente o farei a cada dia em tempo menor que na véspera. E isso sem que sequer note esse ganho.
Quanto à pressa... Não raro ela me leva a pretender “queimar” etapas, justamente as que não podem ser queimadas. O resultado é o fracasso do empreendimento (não importa qual) e, exclusivamente, por culpa da minha impaciência. E não adianta culpar os outros pelo insucesso, como os fracassados costumam fazer..
Destaco, porém, que ser paciente está longe de ser preguiçoso. Significa, isto sim, saber esperar o momento adequado para agir e estar, simultaneamente, bem-preparado para ser o mais eficiente possível quando ele chegar. É não “querer passar o carro na frente dos bois”, o que nunca deu e nunca dará certo. É ser rápido, quando as circunstâncias exigirem rapidez, mas nunca apressado, tentando compensar o tempo desperdiçado.
Paulo Coelho escreveu, há já algum tempo, cativante texto que ilustra a caráter estas considerações. Intitula-se “A história das duas rãs”, e foi publicado em uma das colunas que este campeão de venda de livros então assinava no jornal “O Globo”. Não anotei a data da publicação (estão vendo? Fui afoito, apressado, impaciente e não fiz o que deveria fazer), mas suspeito que tenha sido em 1998. Peço licença a você, fiel leitor, para reproduzi-la, pois ilustra muito bem essa questão:
“Existem certas horas em que a paciência – por mais difícil que seja – é a única maneira de suportar determinados problemas. A famosa história a seguir ilustra bem a virtude de saber esperar: Duas rãs caíram dentro de uma jarra de leite. Uma era grande e forte, mas impaciente – e confiando na sua forma física, lutou a noite inteira, debatendo-se para escapar. A outra rã era pequena e frágil. Como sabia que não teria energia para lutar contra seu destino, resolveu entregar-se. Com suas patas, fez apenas os movimentos necessários para manter-se na superfície, sabendo que cedo ou tarde iria morrer. ‘Quando não se pode fazer nada, nada se deve fazer’ pensava ela. E assim as duas passaram a noite – uma na tentativa desesperada de salvar-se, a outra aceitando com tranqüilidade à idéia da morte. Exausta com o esforço, a rã maior não agüentou e morreu afogada. A outra rã conseguiu boiar a noite inteira – e quando, na manhã seguinte, resolveu entregar-se, reparou que os movimentos de sua companheira haviam transformado o leite em manteiga. Tudo o que teve de fazer foi pular para fora da jarra”.
Não raro, confiamos em demasia em nossa força, inteligência e aptidão e sequer nos damos conta que elas não são tão grandes e poderosas quanto gostaríamos (e achamos) que fossem. Apressados, buscamos soluções imediatas, que nem sempre estão disponíveis, ou sequer visíveis no horizonte. Confiantes em nossa capacidade, como a rã maior da historinha de Paulo Coelho, pulamos, nos debatemos, insistimos e tornamos a insistir no que visivelmente não está dando certo. Acabamos por exaurir nossas forças e nos afogar.
Tivéssemos a humildade da rã menor, nos salvaríamos sem sequer precisar de nenhum esforço. Bastaria observar exemplos alheios e seu fracasso por causa da impaciência. Não precisaríamos sequer agitar o leite para que este se transformasse em manteiga. O apressado, o afoito, o impaciente faria isso por nós.
Claro que há circunstâncias e circunstâncias. Nem tudo na vida é tão simples, direto e claro. Há situações em que a ação é o único caminho para a salvação. Temos, todavia, que estar preparados para elas. Como? Planejando, com paciência e sabedoria, nossos passos. Prevenindo-nos para circunstâncias extremas. Treinando para fazer o que deve ser feito com rapidez, mas sem pressa. Enquanto ser rápido é ser dotado de preciosa aptidão, ser apressado é um grave defeito, que não raro nos conduz ao fracasso e à decepção.
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