Espantamo-nos, e não tenho razões para afirmar que esse espanto não seja sincero, com a vileza, cupidez, egoísmo, violência e corrupção de alguns e pela nobreza, altruísmo, perspicácia e santidade de outros, sem atentarmos que temos as mesmíssimas características de ambos. Somos misto do animal mesquinho e desprezível com toques da divindade. Alguns de nós, conseguem domar os maus instintos e se tornar nobres e dignos de imitação. Mas as características de maldade não desaparecem. Estão vivas e latentes, porém dominadas. O potencial de bondade, justiça e transcendência também estão presentes em nós. Mauro Sampaio aborda com simplicidade a questão no poema “Tudo é necessário”: “Tudo é necessário./Nada é desprezível./Há pó e lama e animais desprezíveis em mim./Sou um amálgama do lodo e da miséria e do nojo e das estrelas./Há em mim o animal mesquinho e desprezível./Há em mim um Deus Criador./Nada é desprezível./Tudo me compõe”.
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