Pedro J. Bondaczuk
As pessoas verdadeiramente inteligentes, ou seja, que contam com capacidade de entendimento além da média, não se limitam a observar, elucubrar e refletir sobre tudo e todos que as cercam.. São homens e mulheres práticos, de ação, que não se conformam com a fragilidade humana e por isso fazem, criam e inventam. Mesmo que não reconhecidos, são os responsáveis pelos saltos de civilização e progresso deste estranhíssimo animal, misto de semideus e bronca fera.
Os três verbos citados podem ser interpretados, por muitos, como sinônimos. Não são. Posso fazer, por exemplo, um objeto, ou uma obra de arte, sem necessariamente criá-los. Ou seja, ao construir uma cadeira, não estou criando e muito menos inventando nada. Mesmo que acrescente a esse objeto alguma inovação, algo que ninguém ainda havia feito, sigo, apenas, um modelo previamente conhecido, que me limito a reproduzir, mesmo que à minha maneira.
A criação é mais nobre, embora, para viabilizá-la, me utilize de elementos já existentes, posto que não reunidos da forma que eu vier eventualmente a reunir. Grosso modo, seria uma “variação em torno do mesmo tema”. Quando “crio” uma idéia, na verdade não apresento nada de novo. Tudo o que eu pensar, alguém, em algum tempo e em algum lugar já pensou, embora não rigorosamente da mesma forma, com os mesmos elementos que utilizo. O mesmo vale em relação a um poema.
As palavras de que lanço mão para escrevê-lo não são de um idioma novo inventado por mim. Todas existem desde muito antes de eu nascer. Ademais, se fossem de uma língua particular e exclusiva, só eu (e mais ninguém) as entenderia. Por seu turno, os sentimentos expressados no poema igualmente não contam com a característica da exclusividade. Alguma outra pessoa (não importa qual) já os teve, posto que possam variar de intensidade. O original, neste meu ato de criação, portanto, é apenas a “forma” de expressão (isso quando o for).
Quanto à inventividade... É possível, nesta primeira década do século XXI do terceiro milênio da Era Cristã alguém inventar o que quer que seja? Há esse gênio capaz de produzir algo absolutamente original, sem utilizar nada, mas nada mesmo do que já seja conhecido? Teoricamente, talvez sim. Na prática...
Dá para se inventar o que ainda não exista? Um novo alfabeto, por exemplo, que não se assemelhe a nenhum outro da infinidade dos já existentes? Ou a roda? Esta não é possível, pois já existe, embora ninguém saiba quem a inventou. Os algarismos? Estes, também, os há. O conceito do zero ou algo similar? Também não. Inventar o que? Fica por conta da sua fértil imaginação, inteligente leitor.
Os chamados “inventores”, portanto, por esse critério exposto acima, usam com impropriedade essa designação. São, na verdade, “criadores” (quando não, meros “construtores”). Mas não importa. Nem por isso perdem sua utilidade, por possibilitarem, com suas ações, a evolução (mesmo que apenas material) do homem e, por consequência, das sociedades, cidades, povos, nações e do mundo.. . .
Conforme conclusão do físico Albert Einstein, um dos gigantes da espécie, os três verbos que citei acima têm uma característica em comum. O pai da Teoria da Relatividade escreveu, em seu livro autobiográfico “Como vejo o mundo” a esse propósito: “Fazer, criar, inventar exigem uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade”.
Ninguém faz nada de útil, produtivo e bom sem que antes conceba como fazer. Requer-se que antes aprendam o que se propõem a realizar. Ninguém nasce sabendo. Não raro isso exige interesse, concentração, aplicação, autodisciplina e constância. E isso tudo só será possível caso haja “uma direção”. Ou seja, é preciso ser sumamente objetivo.
Se para “fazer” (não importa o que) esses são alguns dos requisitos básicos, mais indispensáveis ainda eles se tornam para criar. E (se ainda for possível qualquer invenção que não se trate de mera variação do que já existe), muito mais ainda para “inventar”.
Só isso basta? Claro que não! Os três verbos exigem de quem age aguçado senso de responsabilidade. Posso fazer, por exemplo, algo que seja nocivo e até mesmo letal às outras pessoas (e a mim mesmo, claro), como produzir cocaína (ou heroína, crack ou outra droga qualquer, que vicie e destrua quem a consuma). Compete-me, pois, não agir dessa forma e não por medo das sanções a que poderei ser submetido pela sociedade, mas por convicção pessoal da nocividade desse ato.
Posso, por outro lado, criar uma arma de destruição em massa pior do que a bomba de hidrogênio (caso isso seja possível) expondo nossa espécie e todos os seres vivos ao risco de destruição (não importando o pretexto de que me utilize para essa estúpida criação). Posso, eventualmente, (pelo menos em teoria) “inventar” algo tão terrível que a imaginação do cronista sequer se aproxime de um grosseiro esboço do que possa vir a ser.
Compete, pois, a homens e mulheres práticos, de ação, que não se conformam com a fragilidade humana, de fato fazer, criar e inventar. Mas para que seus atos sejam positivos e construtivos, devem atentar, sempre e, sobretudo, ao “como” (com unidade de concepção e de direção), “quando” e “para quem” (senso de responsabilidade) agir.
As pessoas verdadeiramente inteligentes, ou seja, que contam com capacidade de entendimento além da média, não se limitam a observar, elucubrar e refletir sobre tudo e todos que as cercam.. São homens e mulheres práticos, de ação, que não se conformam com a fragilidade humana e por isso fazem, criam e inventam. Mesmo que não reconhecidos, são os responsáveis pelos saltos de civilização e progresso deste estranhíssimo animal, misto de semideus e bronca fera.
Os três verbos citados podem ser interpretados, por muitos, como sinônimos. Não são. Posso fazer, por exemplo, um objeto, ou uma obra de arte, sem necessariamente criá-los. Ou seja, ao construir uma cadeira, não estou criando e muito menos inventando nada. Mesmo que acrescente a esse objeto alguma inovação, algo que ninguém ainda havia feito, sigo, apenas, um modelo previamente conhecido, que me limito a reproduzir, mesmo que à minha maneira.
A criação é mais nobre, embora, para viabilizá-la, me utilize de elementos já existentes, posto que não reunidos da forma que eu vier eventualmente a reunir. Grosso modo, seria uma “variação em torno do mesmo tema”. Quando “crio” uma idéia, na verdade não apresento nada de novo. Tudo o que eu pensar, alguém, em algum tempo e em algum lugar já pensou, embora não rigorosamente da mesma forma, com os mesmos elementos que utilizo. O mesmo vale em relação a um poema.
As palavras de que lanço mão para escrevê-lo não são de um idioma novo inventado por mim. Todas existem desde muito antes de eu nascer. Ademais, se fossem de uma língua particular e exclusiva, só eu (e mais ninguém) as entenderia. Por seu turno, os sentimentos expressados no poema igualmente não contam com a característica da exclusividade. Alguma outra pessoa (não importa qual) já os teve, posto que possam variar de intensidade. O original, neste meu ato de criação, portanto, é apenas a “forma” de expressão (isso quando o for).
Quanto à inventividade... É possível, nesta primeira década do século XXI do terceiro milênio da Era Cristã alguém inventar o que quer que seja? Há esse gênio capaz de produzir algo absolutamente original, sem utilizar nada, mas nada mesmo do que já seja conhecido? Teoricamente, talvez sim. Na prática...
Dá para se inventar o que ainda não exista? Um novo alfabeto, por exemplo, que não se assemelhe a nenhum outro da infinidade dos já existentes? Ou a roda? Esta não é possível, pois já existe, embora ninguém saiba quem a inventou. Os algarismos? Estes, também, os há. O conceito do zero ou algo similar? Também não. Inventar o que? Fica por conta da sua fértil imaginação, inteligente leitor.
Os chamados “inventores”, portanto, por esse critério exposto acima, usam com impropriedade essa designação. São, na verdade, “criadores” (quando não, meros “construtores”). Mas não importa. Nem por isso perdem sua utilidade, por possibilitarem, com suas ações, a evolução (mesmo que apenas material) do homem e, por consequência, das sociedades, cidades, povos, nações e do mundo.. . .
Conforme conclusão do físico Albert Einstein, um dos gigantes da espécie, os três verbos que citei acima têm uma característica em comum. O pai da Teoria da Relatividade escreveu, em seu livro autobiográfico “Como vejo o mundo” a esse propósito: “Fazer, criar, inventar exigem uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade”.
Ninguém faz nada de útil, produtivo e bom sem que antes conceba como fazer. Requer-se que antes aprendam o que se propõem a realizar. Ninguém nasce sabendo. Não raro isso exige interesse, concentração, aplicação, autodisciplina e constância. E isso tudo só será possível caso haja “uma direção”. Ou seja, é preciso ser sumamente objetivo.
Se para “fazer” (não importa o que) esses são alguns dos requisitos básicos, mais indispensáveis ainda eles se tornam para criar. E (se ainda for possível qualquer invenção que não se trate de mera variação do que já existe), muito mais ainda para “inventar”.
Só isso basta? Claro que não! Os três verbos exigem de quem age aguçado senso de responsabilidade. Posso fazer, por exemplo, algo que seja nocivo e até mesmo letal às outras pessoas (e a mim mesmo, claro), como produzir cocaína (ou heroína, crack ou outra droga qualquer, que vicie e destrua quem a consuma). Compete-me, pois, não agir dessa forma e não por medo das sanções a que poderei ser submetido pela sociedade, mas por convicção pessoal da nocividade desse ato.
Posso, por outro lado, criar uma arma de destruição em massa pior do que a bomba de hidrogênio (caso isso seja possível) expondo nossa espécie e todos os seres vivos ao risco de destruição (não importando o pretexto de que me utilize para essa estúpida criação). Posso, eventualmente, (pelo menos em teoria) “inventar” algo tão terrível que a imaginação do cronista sequer se aproxime de um grosseiro esboço do que possa vir a ser.
Compete, pois, a homens e mulheres práticos, de ação, que não se conformam com a fragilidade humana, de fato fazer, criar e inventar. Mas para que seus atos sejam positivos e construtivos, devem atentar, sempre e, sobretudo, ao “como” (com unidade de concepção e de direção), “quando” e “para quem” (senso de responsabilidade) agir.
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