Sunday, August 09, 2009

REFLEXÂO DO DIA


Uma das definições mais pitorescas que já li sobre o amor, é a que o classifica como uma espécie de “reinvenção” de nós mesmos. Passamos a vida “inventando” um personagem original e único, com gostos, vontades, emoções e experiências característicos. Subitamente, lá um certo dia, encontramos alguém que nos faz mudar os rumos e põe nossos sentimentos e pensamentos de pernas para o ar. Transforma-nos, sem que nos apercebamos, num outro alguém. Assumimos outros gostos e vontades que não os que tínhamos antes de nos apaixonarmos. Passamos a viver, simultaneamente, duas vidas (e tendemos a gerar uma terceira), pensando e sentindo como a pessoa que amamos. Quem definiu o amor dessa forma foi a escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís, que escreveu: “Que é amar senão inventar-se a gente noutros gostos e vontades? Perder o sentimento de existir e ser com delícia a condição de outro, com seus erros que nos convencem mais do que a perfeição?”

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