Pedro J. Bondaczuk
Os fins “sempre” justificam os meios? Há pessoas que garantem que sim e agem dessa forma, como se essa fosse a conduta normal dos vencedores. Depende, porém, de quais são essas “finalidades” – se são, de fato, benéficas e não prejudicam ninguém ou se para serem alcançadas alguém terá que perder – e quais as estratégias que empregamos para atingi-las. Se forem a competência, o conhecimento e as ações construtivas, serão métodos desejáveis e aprováveis. Caso contrário...
Ademais, creio que deva haver muito cuidado no emprego dessa palavrinha “sempre” – que considero um tanto pernóstica – e de sua antônima, “nunca”. A primeira pressupõe que seja possível uma absoluta impossibilidade humana: a eternidade. Sugere algo que não tem começo e nem fim. Não é o caso, evidente, do homem.
Já a segunda palavra tem a conotação de algo que não se possa fazer ou alcançar jamais, interdito a quem quer que seja. Diante de tanta maravilha que já vi, nos meus tantos anos de vida, no entanto, chego à conclusão que é apenas “impossível Deus pecar”. No mais... Considero, pois, impróprio o emprego da palavra “nunca”, assim como da sua antônima “sempre”. Pode parecer mero preciosismo vocabular, mas não é. Para deixar claros os conceitos que abordamos, temos que empregar as palavras de forma correta, com seu real e estrito significado.
Muito bem, se é verdade que os fins nem sempre justificam os meios, não é menos real que eles “nunca” os justifiquem. Há situações em que quaisquer ações são justificáveis face às suas finalidades. Exemplo? Embora eu seja totalmente avesso a qualquer tipo de violência, faria vistas grossas, no entanto, se ela fosse empregada para pôr fim a uma tirania. Neste caso, o fim justifica o emprego de todo e qualquer meio. Inclusive desse. Isso, porém, é sumamente raro.
Há pessoas que fazem de tudo para atingir determinados objetivos. Entram em competição com os outros só para ganhar. Não admitem derrota em nenhuma circunstância. Não lhes importa se o que fazem é lícito ou ilícito, moral ou imoral, ético ou aético. Para elas, só a vitória conta.
Sacrificam amores, amizades, valores e tudo o mais no afã, na desesperada tentativa, na obsessão de vencer. Às vezes, conseguem o seu objetivo. Chegam ao “topo do mundo”, mas a que preço? Ademais, não permanecem por muito tempo no alto. E quanto maior for a altura que atingirem... maior, claro, será a queda, quando acontecer.
São inúmeras as pessoas, mundo afora, que, obcecadas pela fortuna, fama e poder, agem como o célebre personagem de Goethe, o tão conhecido Fausto. Ou seja, vendem a alma ao diabo, em troca desse ilusório e pífio objetivo. Acham que enganam o gênio do mal e que não terão preço algum a pagar pela imprudente permuta. Claro que se enganam. Sempre chega o dia fatídico do resgate da dívida, quando, então, percebem que não são tão espertas quanto supunham e que obtiveram, somente, a tal “vitória de Pirro”, que na verdade, a despeito das aparências, é fragorosa derrota . Mas aí... já é tarde, muito tarde para recuar.
Conheço inúmeros casos de pessoas que sacrificaram sólidas amizades por uma promoção no trabalho, por exemplo. Fizeram intrigas sobre amigos para a direção da empresa, por eles estarem à sua frente na competição por uma posição mais elevada e melhor remunerada, sabotaram seus projetos, se apropriaram de suas idéias e lograram, por meios tão torpes, seu objetivo.
Ou seja, agiram como Judas, que vendeu Jesus Cristo por 30 moedas, usando os mesmos argumentos do apóstolo infiel. Todavia, não tardou para que suas tramóias e artimanhas fossem descobertas. Como Fausto, que perdeu a alma para o diabo, por transitórias glória, fortuna e poder, tiveram, também, perda total. Ficaram sem emprego e sem o amigo. E, principalmente, sem reputação.
Casos desse tipo, infelizmente, são bastante comuns. Não se constituem, pois, em exceções, mas se transformaram (infelizmente) em regras de conduta. Provavelmente você, caro leitor, conheça um ou mais episódios desse tipo. Ou foi, até mesmo, vítima de alguma dessas decepcionantes traições. Acho lícitas as competições, desde que dentro de regras rígidas, iguais e consensualmente aceitas. Fora disso...
“Triunfos” desse tipo são ilusórios, falsos, enganadores. Por serem transitórios, escondem, na verdade, contundentes derrotas no seu desfecho. É só questão de tempo. O poeta indiano, Rabindranath Tagore, escreveu estes versos, que soam a aforismo repleto de sabedoria e verdade:: “Há triunfos que só se obtêm pelo preço da alma, mas a alma é mais preciosa que qualquer triunfo”.. E não é verdade? O Fausto de Goethe e os demais “Faustos” mundo afora que o digam.
Os fins “sempre” justificam os meios? Há pessoas que garantem que sim e agem dessa forma, como se essa fosse a conduta normal dos vencedores. Depende, porém, de quais são essas “finalidades” – se são, de fato, benéficas e não prejudicam ninguém ou se para serem alcançadas alguém terá que perder – e quais as estratégias que empregamos para atingi-las. Se forem a competência, o conhecimento e as ações construtivas, serão métodos desejáveis e aprováveis. Caso contrário...
Ademais, creio que deva haver muito cuidado no emprego dessa palavrinha “sempre” – que considero um tanto pernóstica – e de sua antônima, “nunca”. A primeira pressupõe que seja possível uma absoluta impossibilidade humana: a eternidade. Sugere algo que não tem começo e nem fim. Não é o caso, evidente, do homem.
Já a segunda palavra tem a conotação de algo que não se possa fazer ou alcançar jamais, interdito a quem quer que seja. Diante de tanta maravilha que já vi, nos meus tantos anos de vida, no entanto, chego à conclusão que é apenas “impossível Deus pecar”. No mais... Considero, pois, impróprio o emprego da palavra “nunca”, assim como da sua antônima “sempre”. Pode parecer mero preciosismo vocabular, mas não é. Para deixar claros os conceitos que abordamos, temos que empregar as palavras de forma correta, com seu real e estrito significado.
Muito bem, se é verdade que os fins nem sempre justificam os meios, não é menos real que eles “nunca” os justifiquem. Há situações em que quaisquer ações são justificáveis face às suas finalidades. Exemplo? Embora eu seja totalmente avesso a qualquer tipo de violência, faria vistas grossas, no entanto, se ela fosse empregada para pôr fim a uma tirania. Neste caso, o fim justifica o emprego de todo e qualquer meio. Inclusive desse. Isso, porém, é sumamente raro.
Há pessoas que fazem de tudo para atingir determinados objetivos. Entram em competição com os outros só para ganhar. Não admitem derrota em nenhuma circunstância. Não lhes importa se o que fazem é lícito ou ilícito, moral ou imoral, ético ou aético. Para elas, só a vitória conta.
Sacrificam amores, amizades, valores e tudo o mais no afã, na desesperada tentativa, na obsessão de vencer. Às vezes, conseguem o seu objetivo. Chegam ao “topo do mundo”, mas a que preço? Ademais, não permanecem por muito tempo no alto. E quanto maior for a altura que atingirem... maior, claro, será a queda, quando acontecer.
São inúmeras as pessoas, mundo afora, que, obcecadas pela fortuna, fama e poder, agem como o célebre personagem de Goethe, o tão conhecido Fausto. Ou seja, vendem a alma ao diabo, em troca desse ilusório e pífio objetivo. Acham que enganam o gênio do mal e que não terão preço algum a pagar pela imprudente permuta. Claro que se enganam. Sempre chega o dia fatídico do resgate da dívida, quando, então, percebem que não são tão espertas quanto supunham e que obtiveram, somente, a tal “vitória de Pirro”, que na verdade, a despeito das aparências, é fragorosa derrota . Mas aí... já é tarde, muito tarde para recuar.
Conheço inúmeros casos de pessoas que sacrificaram sólidas amizades por uma promoção no trabalho, por exemplo. Fizeram intrigas sobre amigos para a direção da empresa, por eles estarem à sua frente na competição por uma posição mais elevada e melhor remunerada, sabotaram seus projetos, se apropriaram de suas idéias e lograram, por meios tão torpes, seu objetivo.
Ou seja, agiram como Judas, que vendeu Jesus Cristo por 30 moedas, usando os mesmos argumentos do apóstolo infiel. Todavia, não tardou para que suas tramóias e artimanhas fossem descobertas. Como Fausto, que perdeu a alma para o diabo, por transitórias glória, fortuna e poder, tiveram, também, perda total. Ficaram sem emprego e sem o amigo. E, principalmente, sem reputação.
Casos desse tipo, infelizmente, são bastante comuns. Não se constituem, pois, em exceções, mas se transformaram (infelizmente) em regras de conduta. Provavelmente você, caro leitor, conheça um ou mais episódios desse tipo. Ou foi, até mesmo, vítima de alguma dessas decepcionantes traições. Acho lícitas as competições, desde que dentro de regras rígidas, iguais e consensualmente aceitas. Fora disso...
“Triunfos” desse tipo são ilusórios, falsos, enganadores. Por serem transitórios, escondem, na verdade, contundentes derrotas no seu desfecho. É só questão de tempo. O poeta indiano, Rabindranath Tagore, escreveu estes versos, que soam a aforismo repleto de sabedoria e verdade:: “Há triunfos que só se obtêm pelo preço da alma, mas a alma é mais preciosa que qualquer triunfo”.. E não é verdade? O Fausto de Goethe e os demais “Faustos” mundo afora que o digam.
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