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Uma vez por ano, até as pessoas mais céticas, egoístas e empedernidas (ou, até mesmo, distraídas) experimentam súbita transformação interior e, mesmo que por algumas horas, assumem o que chamamos de “espírito de Natal”. Claro que nem todos admitem isso. O ideal seria que essa mesma predisposição espiritual ocorresse o ano todo. Ciro dos Anjos, no romance "O Amanuense Belmiro", escreve: "Natal! A humanidade se transfigura de súbito, neste dia extraordinário. Que elemento se introduzirá na essência das coisas para que tudo venha, assim, a apresentar uma face nova e desconhecida, e para que todos os seres ganhem uma expressão especial, quase graciosa, de agitada felicidade? As árvores se fazem mais verdes, e os pardais, como cantam!! Será o poder de criar e de transfigurar, que possui a alma humana, ou será uma efetiva transformação no tecido íntimo das coisas?" Esta é a pergunta que lhe deixo, hoje, para a sua reflexão.
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