Saturday, May 06, 2006
Trem para as estrelas
Trem para o futuro.
Dragão de aço a
cuspir vaporosa saliva,
respirando ares sulfurosos.
Adeus campos de Horizontina,
minha mágica terra natal
perpetuada na memória!
Adeus fantasiosa meninice,
lagos, matas e o trigal dourado!
Partida sem volta,
mas com destino:
Era noite...
Trem para o futuro.
Serpente prenhe de
agonias e de solidão
distilando venenos.
Adeus campos de Jacuba,
fantasias elaboradas,
ingênuo primeiro amor!
Adeus louca juventude,
corajosa e sem juízo,
suave e desejável Nair!
Partida sem regresso
e sem destino:
Era manhã...
Trem para as estrelas.
Bólido de luz e de sombras
a deslizar rumo ao nada.
Adeus sonho de amor impossível,
implosão...infidelidade...
víbora em cesto
de virtudes. Danação!
Trem para as estrelas,
planeta da solidão.
Partida anunciada
e com destino:
a extinção...
E não há mais tempo...
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 26 de outubro de 1962).
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