Monday, May 01, 2006
Todas as saudades
Finados, dedicado à lembrança dos mortos, bem que poderia ser estendido a todas as saudades. Dos que viveram, amaram, foram bons, foram maus, acertaram, erraram, construíram, destruíram e morreram. E do tempo que passou e que, na maioria das vezes, torcíamos para que passasse, entendendo que naquele momento era ruim, quando não era. Ocasião em que, parodiando a letra da canção de Ataulfo Alves, cada um de nós “era feliz e não sabia”. O homem tem o contraditório hábito de valorizar somente aquilo que já perdeu.
A saudade é a alma do tempo. Os fatos, as coisas e as pessoas são o seu corpo. É a única coisa que sobra daquilo que realmente nos importou e que, na ocasião, não soubemos dar o devido valor. Embora saibamos (e até recomendemos aos outros) que a vida deve ser vivida plenamente, a cada segundo, que pode ser nosso derradeiro, dificilmente agimos assim. Malbaratamos o tempo, desperdiçamos as chances de ser felizes e não nos damos conta disso.
De repente, exclamamos, como o poeta Ernesto Garcia Veiga: “Onde estão aquelas pessoas maravilhosas que passaram qual cometas pela minha vida, com sua deslumbrante luz de amor? Me deixaram abobalhado de admiração e ternura...”. Por isso, o mais inteligente é dar ouvidos a Mauro Sampaio quando adverte:
“O tempo te levará à solidão
de tuas apagadas certezas.
Em teu colo
Sobrarão as flores de tua saudade”.
Hoje é o dia apropriado para lembranças...
(Capítulo do livro “Por uma nova utopia”, Pedro J. Bondaczuk, páginas 87 e 88, 1ª edição – 5 mil exemplares – fevereiro de 1998 – Editora M – São Paulo).
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